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10 de setembro de 2012
Relutante Amor
Escócia, 1407
A honra estava em suas mãos...
Havia uma última esperança para Ross Sutherland salvar sua propriedade, mas isso significava roubar lady Catlyn Boyd.
No entanto, ele não tinha escolha, pois estava sendo chantageado por um poderoso inimigo.
Contudo, quando se viu diante de tão encantadora jovem, Ross soube que não importava o que isso fosse lhe custar, ele jamais iria traí-la.
Catlyn jurara jamais confiar em homem algum.
Ainda assim, o inegável poder de sedução de Ross destruiu toda sua determinação, levando-a diretamente para os braços dele...
até que ela soube que o homem a quem entregara seu coração nada mais era que um inimigo mortal!...
Capítulo Um
Fortaleza de Kennecraig, Escócia Agosto de 1407
Os trovões ribombavam pelas montanhas Grampiam e ecoavam pelo desfiladeiro estreito de Finglas Glen.
Ao repercutir nas muralhas da fortaleza, o barulho ameaçador aumentava a tensão no subsolo.
A água da vida do clã Boyd ia ser provada.
Com um vestido de lã alva e os cabelos cor de mel, soltos, Catlyn Boyd entrou na câmara de teto alto.
Aquele era o momento para o qual havia se preparado quase a vida inteira.
O entusiasmo que deveria sentir, porém, estava eclipsado pela tristeza.
— Papai, o senhor nos foi tirado cedo demais — murmurou. Como sentia falta dele, da paciência, da sabedoria e da coragem demonstrada após a morte do irmão ao nomeá-la sua herdeira.
Observou o aposento familiar. Não era grande, mas rico em história.
Duas colunas de pedra sustentavam o teto abobadado do qual pendia uma roda de ferro com doze velas.
A luz refletia no único móvel, uma antiga mesa de carvalho.
No centro dela ficava outra preciosidade. O cálice.
O bojo de cristal de rocha permitia a passagem da luz que refletia no líquido cor de âmbar.
Séculos atrás, um ancestral o tinha trazido de uma viagem pelo Mediterrâneo e também a receita para se destilar bebida alcoólica de cereais.
Cada nova geração dos Boyd havia melhorado a fórmula original.
O orgulho pela família e o senso de dever a dominaram.
Desviou os olhos do cálice e fitou as pessoas reunidas ali.
Cada uma delas tinha contribuído na fabricação do uísque.
O rosto fino de Roland, o encarregado do processo de fermentação, revelava ansiedade.
Se a bebida não estivesse boa, ele perderia a posição ocupada antes pelo pai e pelo avô.
Wesley, o filho e aprendiz dele, sorriu para Catlyn.
Adair, o capitão de seus homens, a quem considerava como mentor e que fora amigo de seu pai, fitou-a com olhar triste.
— Chegou o momento, menina — Adair murmurou.
Sem hesitação, Catlyn apanhou o cálice para aspirar o odor pungente. Forte e penetrante como deveria ser num uísque de apenas um ano.
Enquanto outras meninas aprendiam a bordar e a cuidar da casa, ela fora ensinada a reconhecer a mistura adequada de cevada e fogo.
O líquido queimou-lhe a boca.
Engoliu-o e sentiu nuances sutis.
Curioso como uma leve insinuação de doçura instigava novo gole.
— Como pode dizer se está bom, ou não? — Roland indagou. Catlyn estremeceu e engasgou com a bebida, o que não fazia desde a infância.
— Forte, não é? — Adair comentou ao tirar-lhe o cálice e bater em suas costas.
— Uísque é bebida de homem — resmungou Roland.
— Thomas devia ter designado um de nós para cuidar da destilaria. A insinuação de que não servia para substituir o pai fez Catlyn erguer bem os ombros.
— Acompanhei o trabalho de meu pai a vida inteira.
— Observar e fazer são duas coisas diferentes — Roland afirmou enquanto servia o uísque numa caneca de madeira. — Bom — declarou depois de prová-lo.
Wesley soltou uma exclamação de alegria, encheu a própria caneca e tomou a bebida de uma vez só.
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