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26 de fevereiro de 2012
Um Toque De Charme
Colorado, 1882
A voz ao coração...
Os moradores de Colorado Springs consideram a impulsividade de Charisma Sullivan tudo menos encantadora, uma vez que ela diz qualquer coisa que venha à cabeça, sem pensar duas vezes.
Mas o candidato ao Senado Will Barclay fica intrigado com a visão política, a inteligência e a espontaneidade de Charisma.
Decidindo que a companhia de uma charmosa namorada pode ser um ponto positivo para sua campanha eleitoral, ele pede a Charisma que desempenhe esse papel fictício, até as eleições.
No entanto, apesar da gentil orientação de Thalia Papadopoulos, a simpática e solícita viúva de um Senador, o jeito impetuoso de Charisma a coloca em situações cada vez mais constrangedoras, mesmo quando a crescente atração entre ela e Will os leva a um envolvimento mais íntimo.
Paixão e política é uma combinação perigosa, e logo Will terá de escolher entre a razão e a emoção...
Capítulo Um
— Depressa! Assim chegaremos atrasadas! Charisma Sullivan tentava em vão fazer suas irmãs entenderem a urgência daquele momento.
Esperar por Grace e Belle seria perder tempo e por isso seguiu adiante. Mesmo de longe, conseguiu ver a multidão se formando em torno do advogado William Barclay, candidato a uma vaga no Senado.
Ela resistiu à vontade de correr ao se lembrar dos conselhos da mãe, "Senhoritas nunca correm". Senhoritas não faziam várias coisas, a maioria delas divertidas.
Apesar de sua família agora ser rica, Charisma sentia falta da vida simples que levava quando seu pai trabalhava nas minas.
Naquele tempo, não havia tantas normas a serem seguidas e seus pais raramente brigavam.
— Espere por nós, Charisma! — gritou Belle, a irmã mais velha — Você não vai querer se apresentar desacompanhada! Ou vai?
Ela suspirou e esperou pelas irmãs na estrada larga e suja que levava ao Hotel Colorado Springs. Afinal, a condição imposta pela mãe para poder ir ao comício era que as três fossem juntas.
— Vamos, corram! Já devo ter perdido boa parte do discurso — reclamou Charisma, instigando-as a se apressarem.
— Não entendo por que você se interessa tanto — disse Belle — Mulheres não têm espaço na política! Nem mesmo podem votar.
— Isso vai mudar. A Senhora Woodhull disse que é só por tradição que as mulheres não votam, e não pela Constituição.
— Só porque a Senhora Woodhull concorreu a um posto de presidente e sem sucesso, diga-se de passagem, não quer dizer que esteja certa — comentou Belle, sacudindo a cabeça.
—As idéias dela são excelentes. Charisma acreditava nelas e as defendia com firmeza. Por que uma mulher não poderia fazer a diferença?
Quando morava em Leadville, costumava ver como as mulheres mantinham suas famílias unidas, enquanto os homens trabalhavam nas minas de prata.
Eram elas que tomavam as decisões importantes, e trabalhavam tão duro quanto os homens.
Por que, afinal, não merecer os mesmos direitos?
Aproximando-se da multidão que circundava a entrada do hotel, ouviu a voz do Senhor Barclay, embora não conseguisse vê-lo.
—... e concluindo, acredito no direito de todos os indivíduos, desde um simples vendedor até o próprio General Palmer
— A voz era grave, bem impostada e cheia de convicção. Se pelo menos ela pudesse vê-lo...
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