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2 de junho de 2012

Uma Aventureira Em Minha Vida



Damian não a procurava deliberadamente nessas visitas, mas olhava-a de longe, intensamente. 

Certa tarde, em agosto, ele notou algo de diferente em Meredith, como se estivesse excessivamente ansiosa, preocupada com algo mais. 

Ela parecia não ouvir o que era dito e, quando ouvia, mal respondia.
Devia haver apenas uma explicação para o fato: talvez houvesse outra entrega de mercadorias na praia nessa noite. 
Se assim fosse, poderia acontecer nova emboscada da Guarda Costeira? 
Lembrava-se de que Meredith dissera terem sido avisados na outra vez e, pelo que Bart havia contado, tinham seguido deliberadamente para dentro da armadilha. 
Ela estaria disposta a correr o mesmo risco? 
Ela prometera a Bart... 

Capítulo Um 

— O céu logo vai clarear — observou o francês baixinho, olhando para o Armamento. 
— É, mas a lua está em quarto crescente — comentou a figura leve, esbelta, a seu lado. 
— Nem sempre temos tudo do nosso lado, mon arai. 
— Pena... — Jacques franziu a testa diante da cena agitada, embora silenciosa, na qual um barco de pesca flutuava, em completa escuridão, enquanto homens se moviam, calados e diligentes, levando caixas e fardos para terra firme com uma familiaridade que dispensava palavras e até mesmo luz. 
— Estaremos longe daqui antes de as nuvens se afastarem. Será você a enfrentar o perigo real, Meredit
— Não há nada de estranho nisso. — Ela ajeitou o gorro de lã. 
— A Guarda Costeira tem se mostrado bastante irritada ultimamente. Não sei por qual motivo eles estão implicando de modo especial com as nossas atividades. — Meredith riu, acompanhada pelo francês. 
— Aposto que isso só faz aumentar o seu prazer — comentou ele, meneando a cabeça. 
— Você, como sempre, é um observador muito perspicaz. 
— Observador e nada tolo, devo acrescentar, pois não ando atrás do perigo sem que haja um bom motivo. Começaram a andar pela areia em passos lentos. 
Parece que estamos terminando Jaques afirmou, olhando para os homens que, depois de deixarem o carregamento empilhado, voltavam para o barco. 
— Vamos embora agora, mas na esperança de voltarmos no mês que vem.
— Certo, porém acho que seria melhor mudarmos a posição do sinal combinado. Se tudo estiver bem, vamos colocar a luz de sinal em Devi’s Point, quatro noites após a lua nova. De acordo? 
 — De acordo. Fique com Deus até lá, então. 
— Você também, Jacques. Meredith não esperou, depois do aperto de mãos, para ver o francês e sua tripulação voltar para o barco. 
A tarefa que ainda tinham na praia era grande e perigosa; precisavam carregar os animais com os barris de conhaque, fardos de seda e renda, pacotes de fumo tão aguardados pelos fregueses nas aldeias e vilas do condado. 
As entregas não poderiam ser feitas de imediato e, nessa noite, o contrabando seria transportado até a caverna segura além do penhasco, a dois quilômetros a oeste de onde estavam. 
O grupo movia-se pela praia em direção à entrada estreita que levava à estrada para o penhasco e, ali, Meredith voltou-se para lançar um olhar ao Atlântico. 
O barco dos franceses chegava agora além da arrebentação, seguindo próximo aos recifes escondidos, invisíveis aos desavisados. 
Mas Jacques conhecia bem aquelas águas, e Meredith nem chegou a temer por ele. 
Quando ela e os homens alcançaram o topo do penhasco, as nuvens começaram a se abrir e, por frações de segundo, a lua apareceu, clara, enviando sua luz prateada sobre o grupo todo. 
— Somos como borboletas espetadas na ponta de um alfinete — comentou um dos homens. 
— Se alguém se dispuser a nos alfinetar esta noite, Bart, teremos uma surpresa para eles — Meredith respondeu com um sorriso zombeteiro nos lábios, cheia de confiança. 
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