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6 de janeiro de 2013

Uma Paixão Indomável

Delia McQuaid, uma jovem garçonete que vive na pobreza, vê uma saída para sua situação desesperada, quando lê um anúncio no qual um viúvo procura mulher para casar-se.

Delia entra em contato com o titular do anúncio, Tyler Savitch, e se apaixona por ele a primeira vista. 
Mas Tyler só representa Nat, um granjeiro do Maine com duas filhas. 
Apesar da atração que sentem um pelo outro, Tyler não está ainda disposto a comprometer-se e Delia aceita casar-se com Nat.
Um dia os índios abenaki sequestram várias mulheres brancas, entre elas Delia e Nat é dado como morto. Delia sofre o inexprimível entre os índios, até que Tyler, que tinha sido criado entre eles, chega a sua procura. Um homem que ama uma mulher deve estar disposto lutar por ela. 

Comentário revisora Ana Catarina: Devo confessar que a história me cativou, a mocinha é uma adolescente de 17 anos, que por conta da sua extrema pobreza (imagine uma pessoa que não tem sapato e anda descalça), não pode sobreviver com dignidade, e tudo que ela procura ser é digna, sonha em ser uma dama, mas é pobre de marré-marré. 
O mocinho é arrogante e não compreende a pobreza da mocinha, não tem paciência com ela e seus maus modos, muitas vezes a ofende gravemente. 
Mas é muito linda a historia e posso garantir que o mocinho paga por cada ofensa que fez a mocinha.

Capítulo Um 

Boston, colônia da baía de Massachusetts Maio de 1721. 
 — Volte aqui, Delia, maldita cadela! Não me obrigue a ir te buscar, moça... A porta se abriu de repente, estampando-se contra a parede. 
A moça tropeçou na soleira e caiu de bruços. Aterrissou no alpendre de quatro, com um ruído surdo. Tinha as costas encurvadas e o ar passava com dificuldade por sua garganta. 
Ao ouvir a portada, dois meninos que brincavam no fundo do beco sem saída levantaram a vista, surpreendidos. 
Ao ver a moça, que tinha os olhos muito abertos pelo susto e parte do rosto oculto por mechas de cabelo escuro e desgrenhado, recolheram imediatamente suas moedas e escaparam correndo para os moles. 
— Delia! A moça se levantou de um salto ao escutar aquele bramido furioso, ébrio. 
Aferrou-se ao corrimão desvencilhado, saltou, deu a volta na casa... e teve que frear de repente. 
Porque ante seus olhos, abrindo passo entre as redes de pesca que secavam ao sol 
— E obstruindo sua única via de escape, — Encontrava-se a compacta e barriguda silhueta do oficial Dunlop.
O oficial se deteve e lhe deu as costas um momento para observar o trajeto de uma fragata real que cruzava a baía rumo ao cais Long. 
Com grande cautela, a moça deu um passo... mas ficou paralisada ao ver que os corpulentos ombros do oficial giravam novamente em direção a ela. 
De acima chegou o ruído de um tamborete ao cair, seguido por outro grito ensurdecedor. 
— Por todos os demônios! — Uma panela de ferro caiu ao chão e algo se estrelou contra a parede 
— Sei que está escondida em um canto, e será melhor que saia em seguida, cadela miserável, se souber o que te convém... Delia! 
O oficial levantou a cabeça de repente, como uma raposa que acaba de farejar um coelho. 
Afogando um gemido de desespero, a moça caiu de joelhos e escorreu como um escaravelho sob a escada do alpendre. A escada — Feita de madeira que tinha começado a apodrecer fazia tempo e cuja altura não superava os dois degraus — Conduzia a sua vez a uma escada que subia da ruela da vizinhança ribeirinha até a moradia que compartilhava com seu pai sobre uma ruinosa fábrica de tonéis. 
Poucas coisas podiam caber ali debaixo: um par de ratos, umas quantas aranhas... e uma jovenzinha de dezessete anos, muito fraca, que tentava escapar de uma surra. 
— Delia! Maldita seja, saia de uma vez de seu esconderijo!
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