27 de maio de 2017

Canção Audaz

Série Velvet Montgomery
Ambos são párias por decretos!

Uma luta feroz entre o amor, o orgulho e a honra!
Reine é o defensor dos inocentes, e segundo seu pai, guarda uma extraordinária semelhança física com seu antepassado, o Leão Negro. 
Alyx é a filha única do advogado de uma aldeia, cujo bem mais precioso é um cinturão de ouro que segundo a lenda, pertenceu à esposa do Leão Negro e que passava de mãe para filha.
Segundo a mesma lenda, uma de suas muitas filhas se casou com um homem de menor condição, o que explicaria porque Alyx o teria em seu poder.
Almas gêmeas?  Com seu pai assassinado, sua casa queimada, e sendo acusada de bruxaria, a adorável Alyx Blackett fugiu para o bosque e encontrou refugio no acampamento de Raine Montgomery, um nobre proscrito por decreto real. Ela escondeu sua beleza sob o disfarce de um menino, e sua tristeza em seu trabalho como escudeiro de Raine. Mas por quanto tempo uma beleza como a ela poderia ser escondida? Quanto tempo os desejos de um homem tão galante poderiam ser cegos?
Enquanto a luta de ódio e sangue se desencadeia entre os Montgomery e os Chatworth, e espadas colidem em nome da honra da família, o amor de uma mulher faria toda a diferença. Iria inflamar a paixão de um herói, tocar a compaixão de um rei, e levantar uma canção de louvor em cada coração inglês.

Capítulo Um

Sul da Inglaterra, Janeiro de 1502.
A pequena aldeia do Moretón estava rodeada por uma alta muralha de pedra, e o cinza de suas pedras projetava uma longa sombra sobre as muitas casas amontoadas em seu interior. Atalhos muito gastos uniam os edifícios entre si, abrindo-se do centro, onde se localizava a igreja com sua torre e a prefeitura branca e elevada. Agora, sob a pálida luz da manhã, uns poucos cães começavam a despertar, mulheres de olhos sonolentos preguiçosamente caminhavam em direção ao poço de água do povoado e quatro homens esperavam, com machados sobre os ombros, enquanto os guardas abriam as pesadas portas de carvalho do muro de pedra.
Dentro de uma casa singela, estreita, de dois andares, caiada de branco, Alyxandria Blackett escutava com cada poro de seu corpo o rangido dos portões. Quando o percebeu, pegou seus sapatos de delicado couro e começou a caminhar nas pontas dos pés para as escadas que, infelizmente, encontravam-se ao outro lado do dormitório de seu pai. Fazia horas que estava vestida, despertou muito antes que saísse o sol e colocou um singelo vestido de lã, um tanto áspero, sobre sua etérea figura. E hoje, pela primeira vez, não olhou o corpo com desgosto. 
Parecia que toda sua vida tinha estado esperando crescer para ganhar um pouco de altura, de peso, e sobre tudo, adquirir algumas curvas. Agora, aos vinte anos, sabia que sempre teria seios pequenos e quadris estreitos. Ao menos, pensou com um suspiro, não tinha necessidade de usar espartilho. Ao passar pelo quarto de seu pai, lançou a este um rápido olhar para assegurar-se de que estava dormindo, levantou sua saia de lã, começou a descer e evitou o quarto degrau, porque sabia que rangia sonoramente.
Quando chegou ao pé da escada não se atreveu a abrir as persianas. O ruído poderia despertar seu pai e ele necessitava de muito descanso. Contornando uma mesa coberta com papéis e tinta, e um testamento pela metade, que seu pai estava redigindo, foi até a parede mais afastada, olhando com amor os dois instrumentos musicais que estavam pendurados nela.
 Todos os sentimentos de autocompaixão pelo que Deus esqueceu-se de lhe dar fisicamente desapareceram quando pensou em sua música. Uma nova toada já começava a tomar forma em sua cabeça. Uma melodia suave e envolvente. Obviamente era uma canção de amor.
— Não pode se decidir? — a voz de seu pai veio do pé da escada.
Instantaneamente correu para ele, rodeou-lhe a cintura com o braço e lhe ajudou a sentar-se à mesa. Até na escuridão da sala pôde ver os círculos azulados debaixo de seus olhos.
— Deveria haver ficado na cama. Há tempo suficiente para fazer o trabalho do dia sem ter que começar antes do amanhecer do sol.
Tomando sua mão um instante, sorriu para seus lindos olhos. Sabia bem o que sua filha pensava sobre seu pequeno rosto oval de elfo, com rasgados olhos violetas, o nariz pequeno e a minúscula boca curvilínea. Tinha-a ouvido lamentar-se bastante a respeito, mas tudo o que tinha a ver com ela era muito amado.
O povoado ganhava vida e os aldeões começavam a se movimentar para dentro e fora das muralhas possibilitando que Alyx tivesse certa liberdade de sair.
— Segue. Vá em frente. — ele disse, empurrando-a brandamente. — Vá e veja que instrumento escolhe antes que alguém venha se queixar por não ter uma canção para seu último amor.
— Possivelmente esta manhã seria melhor que ficasse contigo. — Sussurrou, seu rosto mostrando sua preocupação por ele. Três vezes no último ano ele teve dores horríveis em seu coração.
— Alyx! — advertiu-lhe. — Não me desobedeça. Agora reúna suas coisas e vá embora!
— Sim, milorde! — ela riu, o que para ele era um sorriso que derretia o coração. Seus olhos se virando para o lado, sua boca formando um perfeito arco de cupido com o sorriso. Com soltura, tomou a cítara da parede, deixando o saltério onde estava. Virando-se, ela olhou para o pai.
— Você tem certeza que vai ficar bem? Não tenho por que sair esta manhã.
Ignorando-a, alcançou-lhe seu estojo de estudo que continha uma pluma, tinta e papel.
— Prefiro tê-la criando música que prisioneira em casa com um velho doente. Alyx! — lhe advertiu. — Venha aqui. — Com um gesto familiar começou a fazer uma grossa trança que lhe caía pelas costas. Seu cabelo era pesado, espesso e totalmente liso, sem o mínimo rastro de um cacho, e a cor era, inclusive para seu pai, muito estranha. Quase parecia como se uma criança tivesse misturado todas as cores de cabelo possíveis, em uma só cabeça. Havia fios de ouro, amarelo brilhante, vermelho profundo, acobreado, marrom, e conforme jurava Alyx, alguns no tom cinza. Quando a trança estava terminada, puxou seu manto da parede, colocando sobre seus ombros e amarrou o capuz sobre sua cabeça.
— Não fique muito absorvida com seu estudo, ao ponto de esquecer que deve se manter abrigada. — Ele disse com fingida ferocidade, enquanto a fazia girar. — Vá agora, e quando voltar quero ouvir algo belo.
— Farei todo o possível. — Respondeu ela rindo enquanto saía e fechava a porta atrás de si.
De sua casa, atrás da muralha da aldeia, animou-se e preparou-se para começar sua jornada. Parada em frente aos grandes portões, Alyx podia ver quase toda a cidade enquanto as pessoas começavam a se mexer e se preparavam para começar o dia de trabalho. Havia uma questão de centímetros entre as casas e no corredor minúsculo que corria ao longo das paredes. A mesma passagem estreita que corria, também, ao longo da muralha da aldeia. Casas de madeira e pedra, tijolo e estuque eram muito próximos, e seu tamanho variava desde a casa do prefeito ao mais ínfimo dos artesãos e advogados, como seu pai. Uma leve brisa agitava o ar e cartazes das vendas se agitavam.
— Bom dia Alyx! — saudou uma mulher que varria o cascalho diante de sua casa. — Vai fazer algum trabalho para a igreja hoje?
Deslizando a cítara para suas costas, devolveu a saudação a sua vizinha.
—Sim... e não a tudo!
Série Velvet Montgomery

7 comentários:

  1. Estou louca pra ler todos...Parabéns pelo blog!

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  2. Li o primeiro. ADOREI!!!! Mas só vou ler os outros quando estiver a série completa. Super ansiosa...

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  3. Terminei de ler hj!!!! Gostei muito!!

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  4. Raine Montgomery é um TDB gostoso e turrão. Cabeça dura! Emoção e aventura. Ele é o Robin Hood cuidando dos pobres...Ela é a voz do coração.

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  5. Esperando ansiosa o quarto livro... todos maravilhosos

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  6. Amei a série, escrita gostosa de se ler

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  7. O mocinho e um cabeca dura,nao deixa a mocinha fala,fica sumido quase a historia toda,de todos os irmaos a que deixou a deseja.A mocinha um tanto antipatica no comeco e vai se desenvolvendo ao da narracao e o que salva um pouco a historia.

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Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!