Filha de um conde, Lady Hildegard Templeton não se conforma com o que a sociedade espera de uma mulher de sua posição. Empreendedora e singular, ela criou uma organização ousada para mulheres à beira do casamento, a Sociedade da Duquesa. Chamada de intelectual na cara e pior, a portas fechadas nos salões, ela jura só se casar por amor. E nada mais. Embora tal sentimento nunca tenha se mostrado a ela. Até que ela o conhece. Filho bastardo de um visconde e rei das ruas sórdidas de Londres, Tobias Streeter passou a vida construindo seu império, e ele precisa da Sociedade da Duquesa para encontrar uma esposa adequada. Um trunfo para expandir seu valor aos olhos da sociedade. Mas ele jura que sua busca não terá nada a ver com amor e tudo a ver com vingança. Até que ele a conhece. Logo, os planos de Tobias e Hildy estão em turbulência enquanto eles escolhem entre expectativa, paixão e amor.
Capítulo Um
Bacia de Limehouse, Londres, 1822
Ela aceitou essa tarefa por desafio.
Um desafio para si mesma.
Uma curiosidade desenfreada a guiava, do tipo que mata gatos. Quando era apenas mais um dia de inverno com promessa de chuva. Mais um casamento desastroso da alta sociedade que a Sociedade Duquesa estava supervisionando. Outro homem pouco inspirador para investigar.
Hildegard Templeton disse a si mesma que tudo estava normal. O armazém parecia perfeitamente normal, visto os paralelepípedos encardidos onde sua carruagem a deixara. Uma placa balançando destemidamente na rajada salgada que varria o Tâmisa – Streeter, Macauley & Company – confirmava que ela havia chegado ao local correto. Uma residência padrão, destruída pelo sal, situada entre casas de chá e tavernas, comerciantes de seda e cordoeiros. Cercada por crianças gritando, carroças sobrecarregadas, cavalos, cachorros, vendedores de doces e tortas, e o bater das velas contra os mastros dos navios. Uma localidade caótica, mas essencial, com cargas indo para toda a Inglaterra, mas desembarcando primeiro neste imundo pedaço de estaleiro. Quando ela entrou, parou no lugar, percebendo seu erro ao presumir que algo sobre Tobias Streeter seria normal. Hildy não entendia nada de arquitetura, mas sabia que este não era o padrão para um armazém reformado na divisa da Eclusa da Bacia de Limehouse. Um bairro suspeito para o qual seu mensageiro não tinha o menor prazer em ir – ou ser convidado a esperar enquanto ela cuidava de seus negócios. Honestamente, o prédio era uma maravilha de vigas de ferro, longarinas e colunas de ferro fundido com topos ornamentais. Com um toque de cor elegante – carmesim e preto. O que ela imaginava ser um clube de cavalheiros, uma sensibilidade refinada, porém duvidosa, que ela achava totalmente… charmosa. E totalmente desnecessária para um prédio que abrigava o quartel-general de uma empresa mercante naval.
Sua expiração a deixou em uma nuvem de vapor, e ela olhou ao redor com uma sensação da qual não estava gostando, enquanto o aroma picante de uma especiaria que ela identificou como sendo de origem asiática a envolvia.Um sentimento ao qual ela não estava acostumada.
Erro de cálculo.
Como ela admitiria apenas para sua sócia, Georgiana, a recém-nomeada Duquesa de Markham: Receio ter estragado todo o projeto. Ela tomara a calúnia da sociedade como verdade – magnata da navegação, sangue cigano, libertino devasso e o apelido mais notável que a alta sociedade já inventara – e se decidira sobre o homem, elaborando um plano instável, sem respaldo em pesquisas adequadas. Uma proposta baseada em suposições em vez de fatos. Negociações desleixadas eram muito incomuns para ela. A ambição de garantir o acordo para aconselhar as cinco filhas do Conde de Hastings em sua jornada matrimonial – a mais velha decidida a se casar com o libertino devasso – superara o bom senso.
Hildy respirou fundo, perfumada com especiarias exóticas e lama das marés, e adentrou o armazém, escondendo sua apreensão. Ela não iria recuar agora, não quando tinha cinco mulheres encantadoras, mas totalmente sem supervisão, que transformariam seus casamentos em desastres terríveis sem a Sociedade das Duquesas para orientá-las.
Casamentos muito parecidos aos de seus pais eram uma aberração que manchava suas memórias até que ela não quisesse mais nada daquela instituição. Elas precisavam dela, daquelas garotas, e ela precisava delas. Para provar que sua vida não era uma história tão comum quanto o prédio em que esperava se encontrar naquela manhã – pária da sociedade, intelectual. Solteirona. Não que importasse o que pensavam dela; ela rejeitara as expectativas que a alta sociedade depositara nela desde o primeiro momento.
— Você está procurando Streeter?
Ela aceitou essa tarefa por desafio.
Um desafio para si mesma.
Uma curiosidade desenfreada a guiava, do tipo que mata gatos. Quando era apenas mais um dia de inverno com promessa de chuva. Mais um casamento desastroso da alta sociedade que a Sociedade Duquesa estava supervisionando. Outro homem pouco inspirador para investigar.
Hildegard Templeton disse a si mesma que tudo estava normal. O armazém parecia perfeitamente normal, visto os paralelepípedos encardidos onde sua carruagem a deixara. Uma placa balançando destemidamente na rajada salgada que varria o Tâmisa – Streeter, Macauley & Company – confirmava que ela havia chegado ao local correto. Uma residência padrão, destruída pelo sal, situada entre casas de chá e tavernas, comerciantes de seda e cordoeiros. Cercada por crianças gritando, carroças sobrecarregadas, cavalos, cachorros, vendedores de doces e tortas, e o bater das velas contra os mastros dos navios. Uma localidade caótica, mas essencial, com cargas indo para toda a Inglaterra, mas desembarcando primeiro neste imundo pedaço de estaleiro. Quando ela entrou, parou no lugar, percebendo seu erro ao presumir que algo sobre Tobias Streeter seria normal. Hildy não entendia nada de arquitetura, mas sabia que este não era o padrão para um armazém reformado na divisa da Eclusa da Bacia de Limehouse. Um bairro suspeito para o qual seu mensageiro não tinha o menor prazer em ir – ou ser convidado a esperar enquanto ela cuidava de seus negócios. Honestamente, o prédio era uma maravilha de vigas de ferro, longarinas e colunas de ferro fundido com topos ornamentais. Com um toque de cor elegante – carmesim e preto. O que ela imaginava ser um clube de cavalheiros, uma sensibilidade refinada, porém duvidosa, que ela achava totalmente… charmosa. E totalmente desnecessária para um prédio que abrigava o quartel-general de uma empresa mercante naval.
Sua expiração a deixou em uma nuvem de vapor, e ela olhou ao redor com uma sensação da qual não estava gostando, enquanto o aroma picante de uma especiaria que ela identificou como sendo de origem asiática a envolvia.Um sentimento ao qual ela não estava acostumada.
Erro de cálculo.
Como ela admitiria apenas para sua sócia, Georgiana, a recém-nomeada Duquesa de Markham: Receio ter estragado todo o projeto. Ela tomara a calúnia da sociedade como verdade – magnata da navegação, sangue cigano, libertino devasso e o apelido mais notável que a alta sociedade já inventara – e se decidira sobre o homem, elaborando um plano instável, sem respaldo em pesquisas adequadas. Uma proposta baseada em suposições em vez de fatos. Negociações desleixadas eram muito incomuns para ela. A ambição de garantir o acordo para aconselhar as cinco filhas do Conde de Hastings em sua jornada matrimonial – a mais velha decidida a se casar com o libertino devasso – superara o bom senso.
Hildy respirou fundo, perfumada com especiarias exóticas e lama das marés, e adentrou o armazém, escondendo sua apreensão. Ela não iria recuar agora, não quando tinha cinco mulheres encantadoras, mas totalmente sem supervisão, que transformariam seus casamentos em desastres terríveis sem a Sociedade das Duquesas para orientá-las.
Casamentos muito parecidos aos de seus pais eram uma aberração que manchava suas memórias até que ela não quisesse mais nada daquela instituição. Elas precisavam dela, daquelas garotas, e ela precisava delas. Para provar que sua vida não era uma história tão comum quanto o prédio em que esperava se encontrar naquela manhã – pária da sociedade, intelectual. Solteirona. Não que importasse o que pensavam dela; ela rejeitara as expectativas que a alta sociedade depositara nela desde o primeiro momento.
— Você está procurando Streeter?
1- A Sabichona Descarada

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Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!