A vida de Hannah começou com as piores probabilidades possíveis. Ela perdeu os pais e teve que crescer em um convento, sem família... Até que um dia, misteriosamente, um rico Laird a acolheu e a criou como sua própria filha. Sua nova família deu a Hannah uma boa vida, elevou seu status e a amou, tornando sua vida perfeita em todos os aspectos, exceto um; forçou-a a ter um noivado arranjado, e ela não pode se casar por amor como sempre sonhou. Quando seu irmão retorna da Marinha, Hannah conhece seu amigo Jacob; um homem com um passado misterioso sobre o qual ninguém sabe muito. Ele é um homem capaz e bonito, mas quieto e gosta de guardar seus segredos para si mesmo. Hannah começa a desvendar o mistério que o cerca, descobrindo que seu retorno não foi uma questão de acaso, afinal... Quando as maldições passadas de Jacob surgem novamente, ele terá que enfrentar tudo do que estava fugindo. Desta vez, Hannah está no meio do caos e, à medida que seu amor cresce, também crescem as ameaças iminentes e os dilemas mortais. Mas ele não perderá o que mais ama pela segunda vez, mesmo que tenha que arriscar sua vida.
Capítulo Um
TERRA À VISTA!
— Conseguimos ver terra há uma hora. Harold olhou feio para seu amigo, e Archibald não conseguiu deixar de rir.
—Sim, você está certo. No entanto, não tinha certeza se você viu, porque você estava tão perdido em pensamentos.
—Eu não estava perdido em pensamentos, Harold argumentou. —Eu estava apenas meio dormindo.
—Sim, suponho que seja cedo para você.
—Alguns de nós gostam de dormir, Harold retrucou.
Dathers surgiu atrás deles, balançando a cabeça. Quase duas décadas mais velho que os dois tenentes, ele serviu com eles desde que ambos se alistaram, como jovens rapazes. Embora Dathers permanecesse nas patentes mais baixas, ambos os garotos haviam subido para a patente de tenente, com Harold ligeiramente mais velho que Archibald. Os dois eram opostos polares; Archibald era brincalhão, mas Harold era sério, e parecia que eles se complementavam perfeitamente, apesar de suas discussões constantes.
—Vocês, rapazes, estão em clima festivo, ele disse, e Archibald sorriu.
—Dathers, eu estava tentando lhe encontrar mais cedo, ele disse. —Eu tinha algo para lhe perguntar.
—Era sobre o quanto eu dormi? Dathers riu. —Porque se eu tivesse que escolher, eu diria que me inclino para o lado da visão do Tenente Fox de pelo menos tentar dormir algumas horas.
—Não era, disse Archibald, com um sorriso. —Mas obrigado por ficar do lado dele. Eu ia perguntar onde você planejava ficar enquanto estivéssemos atracados.
—Imagino que Lyles e eu simplesmente encontraremos quartos, onde quer que estejam disponíveis. Metade do nosso pagamento, enquanto estamos atracados, no inverno, deixa pouco espaço para escolha.
Lyles era seu colega mais próximo, um homem corpulento que se encaixava na descrição estereotipada que se imaginava, quando se pensava em um homem que dedicou sua vida ao mar.
—Por que você não vem conosco? perguntou Archibald. —Há bastante espaço na mansão e o porto em que estamos atracando fica a apenas meia hora de carruagem, então pensamos em passar o tempo de folga lá.
—Eu não gostaria de me impor, senhor, disse Dathers, embora já tivesse estado lá muitas vezes antes. Os quatro eram tão próximos quanto uma família, e Archibald sabia que ele e Lyles aceitariam. —Haverá mais alguém?
—Eu estava pensando em perguntar a Jacob, na verdade, Archibald disse. Ele estava preparado para o olhar que todos lhe dariam quando ele dissesse isso. —Eu não acho que ele tenha família, e ele mencionou planos semelhantes aos seus, Dathers.
—Não sei o que ele dirá, disse Harold. —Ele é difícil de ler
—Ele é, disse Archibald. —Mas acho que ele ficará feliz em vir. Parece que ele não fez muitos amigos no navio.
—Se ele passasse mais tempo discutindo coisas com os outros em vez de ficar com o nariz enfiado nos jornais... Harold começou, e Archibald lhe deu uma cotovelada nas costelas. —Não tenho nada contra expandir sua mente, obviamente. Sou a favor, na verdade. Mas ele... às vezes vai longe demais.
—E ainda assim ele está subindo de patente, o que é quase inédito, para se tornar tenente antes do segundo ano de serviço, Archibald apontou. —Estou impressionado.
—Acho que não há nada de errado em perguntar ao rapaz, disse Dathers. —O pior que ele pode dizer é não.
—Não para quê?
Jacob estava atrás deles antes que qualquer um deles tivesse a chance de se virar. Ele era uma figura alta e imponente, e sua natureza normalmente quieta só parecia aumentar o fato de que ele conseguia se esgueirar por trás das pessoas tão bem. Seus cabelos e olhos escuros contrastavam com sua pele pálida, e a barba por fazer o tornava ainda mais imponente.
Archibald sorriu. —Você quer ficar conosco, na minha mansão, enquanto atracamos? ele perguntou. —Em vez de ficar em um quarto em uma pensão? Há muito espaço.
Jacob olhou entre os três. —Eu não gostaria de ser um incômodo, senhor, ele disse.
—Você não será, Archibald o assegurou. —Há bastante espaço, como eu disse, e eu apreciaria a companhia de alguém que pode muito bem ter lido metade da biblioteca do meu pai.
Jacob ficou quieto por um longo momento, e então assentiu. —Sim, acho que gostaria disso. Posso perguntar sobre a localização da sua mansão?
—Fica no lado norte do Lago McBride, disse Archibald, e Jacob congelou.
—O lado norte?
—Sim, Archibald respondeu. —Bem fora da cidade. Isso é um problema?
—Não, Jacob disse. —Suponho que não, se estivermos tendo uma temporada tranquila.
Era algo estranho de se dizer, mas ele costumava dizer coisas estranhas, então ninguém o questionou sobre o assunto.
A conversa mudou para outro lugar, e Jacob tentou se lembrar da geografia da terra sobre a qual Archibald falou. Ele não ia lá há muitos anos, mas sabia que era perto o suficiente da casa de seu pai, para que ele ficasse um pouco preocupado.
Ele imaginou que tudo ficaria bem. Ele não se aventuraria muito por aí, pois o tempo estava ficando mais frio, e ele não conhecia ninguém na área específica da mansão de Archibald. A parte lógica de sua mente lhe dizia que a chance de algo dar errado era incrivelmente baixa, então ele não deveria se preocupar.
Isso, no entanto, não tirou o medo do fundo do estômago, que só aumentou à medida que se aproximavam da costa. Os homens estavam animados para ter um tempo de folga, mesmo que estivessem recebendo apenas metade do pagamento enquanto estivessem em terra.
Havia um burburinho no ar, e Jacob começou a sentir um vazio em seu coração, enquanto eles falavam sobre suas famílias e seus planos. Ele estava emocionado que Archibald o havia convidado, mesmo com a questão de onde sua mansão estava localizada. Archibald era uma das almas mais gentis que ele já conhecera. Ele era um daqueles homens do qual todos pareciam pensar que eram amigos. Ele estava sempre de bom humor, sempre enérgico e pronto para brincar. Os outros que estavam vindo eram simpáticos o suficiente, mas Jacob sentiu que eles só falavam com ele porque Archibald falava. Fora isso, eles trabalhavam juntos, e isso era tudo.
—Tem certeza de que não estou sendo invasivo, senhor?

Série Marinheiros Highlanders
1- O Retorno do Marinheiro Highlander