11 de janeiro de 2010

Desejo E Engano








Ela não pode escapar dele...

Lauren DeVries olhou consternada ao capitão Jason Stuart.
De todos os homens que há em Londres teve que esbarrar precisamente com aquele com o que seu tutor quer casá-la!
E o sedutor exigiu passar uma noite em seus braços como pagamento em troca de sua passagem a América!
Mas inventou rapidamente um plano desesperado... dará a esse descarado o que deseja, depois tomará seu ouro e fugirá como o diabo foge da cruz. 

O que não se imagina é que escapar será a última coisa que lembrará no momento em que ele a iniciar ao êxtase do amor.
Ele não pode resistir a ela...
Embora Jason Stuart nunca tenha conhecido a sua prometida, reconheceu o brasão da família em seu anel quase tão rapidamente como sucumbiu à sua beleza triste. 
Certamente não tem nenhum interesse em contrair um matrimônio apoiado em pouco mais que um trato comercial. Mas agora que viu a sua futura esposa, não tem a menor intenção de deixá-la partir. E, uma vez que a tenha, será sua para sempre.
Marcará sua sedosa pele com o fogo de sua paixão, domará seu espírito rebelde com o feitiço do êxtase e a vinculará a ele para sempre com os inquebráveis laços do desejo e o engano.

Capítulo Um

Londres, 1812
Vozes furtivas, rumor de passos, uma ordem cortante.
Ao olhar para trás cheia de receio, Lauren DeVries divisou ao longe a silhueta de três homens, e aquela visão a fez estremecer; inclusive em meio da escuridão, reconhecia as figuras corpulentas que avançavam lentamente pela rua maior do Wapping detendo-se na soleira de cada porta e registrando todos os becos à medida que se aproximavam dos moles, como aves de rapina em busca de sua presa.
Os homens de seu guardião.
E era a ela a quem queriam dar caça.
Tratando desesperadamente de evitar que a descobrissem, Lauren deslizou entre as sombras de uma ruela estreita; tinha a respiração entrecortada de correr e seu corpo estava exausto depois de tantos dias escondendo-se.
Cobriu o rosto com o capuz da capa e se colou à imunda parede de tijolo, rezando para que passassem reto sem vê-la.
O som das botas sobre o calçamento de pedras foi aumentando à medida que se aproximavam e Lauren esteve a ponto de dar um salto quando ouviu a voz justo à volta da esquina:
— A moça tem que estar perto, esse marinheiro velho há dito que estão perguntando pelo preço d'uma passagem…
— Pois de momento nos enganou. Vamos procurar rio acima, se por acaso há chegou até a Torre.
Lauren conteve a respiração: o fedor que vinha do rio Tâmisa lhe revolvia o estômago.
Sabia que os homens de Burroughs tinham sido capazes de dar com ela porque, em que pese que tivesse tido a precaução de ocultar sua brilhante cabeleira loira com o capuz, não podia dissimular sua excepcional altura, como tampouco podia trocar o tom aveludado de sua voz.
Certamente foi assim como tinham conseguido lhe seguir a pista desde Cornuália até Reading, onde a tinham descoberto pela primeira vez e Matthew…
- Que Deus tivesse piedade dele!

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