14 de outubro de 2010

O Encantamento










Um coração feminino.
Forte, atraente e determinada, Aaren Serricksdotter é a filha mais velha de um guerreiro viking e de uma bela Valquíria.

Mas pelo poder de um antigo encantamento, ninguém pode desvendar os verdadeiros segredos de seu coração, talvez nem ela própria...

Um homem encantado.
Herdeiro do trono nórdico, Jorund Borgerson está dividido entre o legado violento do seu clã e o juramento secreto de trazer a paz para o seu povo.

Até ele conhecer a filha de um clã distante, uma guerreira linda, que desperta em Jorund um desejo como nenhuma outra mulher o fez até então...
O encantamento.


Unidos por uma força tão misteriosa quanto poderosa, Jorund e Aaren precisam descobrir o segredo de sua incomum união.
Pois em tempos de violência e caos, um guerreiro e uma guerreira precisam se preparar para a batalha final, uma jornada que vai além do derramamento de sangue, até o verdadeiro encantamento que, por direito, todo homem e mulher que já amou merece ter.

Capítulo Um

— Será que haverá muita luta? — indagou uma voz feminina.
— Muita. — Foi a resposta áspera do ancião.
— Ela terá de matar muitos homens? — perguntou uma segunda voz igualmente suave.
— Somente o Pai Todo-Poderoso sabe disso.
Era uma noite de lua cheia, fria como as profundezas das cavernas da montanha conhecida como Gigante de Gelo.
Quatro figuras envoltas em casacos pesados avançaram lentamente pelo caminho sinuoso e pararam à beira de um penhasco para vislumbrar a floresta escura e silenciosa.
Lá embaixo, além da floresta, havia uma enorme extensão de água, o grande lago Vánern.
— A casa de jarl Borger é grande e boa? — perguntou a primeira.
— É mesmo cheia de esculturas de madeira e as paredes são cobertas de bandeiras de seda? — a segunda completou a pergunta.
— Foi o que eu disse.
— E no salão principal é mesmo servido o mais fino hidromel?
— Onde brindam e bebem os mais bravos guerreiros de toda a Vármland?
As perguntas cansaram o velho senhor. Elas não queriam informação, e sim garantias. Ele parou, ergueu a mão e apontou os pequenos pontos de luz na linha onde a floresta e o lago pareciam se encontrar.
— Lá está. A vila. Exatamente como eu me lembrava. — Ele olhou para os rostos pálidos de suas três filhas. 

— Quando eu entrar no salão principal, esperem por mim junto à porta... Eu me aproximarei sozinho do trono.
As duas mais jovens assentiram, e ele se voltou para a terceira, que era a mais alta de todas.
Ela permanecia imóvel, olhando para as luzes distantes, que pareciam se mover e mudar a cada piscar de olhos... luzes que significavam um fim... e um começo.
— Você está pronta, filha? — ele indagou, pousando a mão sobre o braço da moça.
Pronta? Para aceitar sua tarefa e se entregar ao seu destino?
Aaren Serricksdotter fitou os rostos ansiosos de suas duas irmãs mais novas e de seu pai.
Por um turbulento instante, desejou retornar para as montanhas de onde eles tinham vindo... voltar para a cabana de madeira que ficava na campina... voltar para o estilo de vida simples ao qual estavam acostumados.

Assim que se deu conta de seus anseios, ela os conteve, classificando-os como fraqueza.
Concentrando-se no pouco que podia ver do rosto do ancião encoberto pelo chapéu de aba larga, ela simplesmente assentiu, sem nada dizer.
Quando retomaram o passo, descendo em meio às sombras das árvores que se mexiam e sussurravam inquietas ao vento, a pergunta de seu pai começou a martelar em seu coração: Você está pronta?
Sua mente foi invadida por recordações poderosas.

de repente, ela estava de volta ao seu lar nas montanhas, brincando e rindo com as suas irmãs mais novas ao redor da fogueira do fim de tarde... deitando-se de costas sobre a grama para buscar entre as nuvens o rosto dos deuses que viviam em Asgard...
Ela cerrou os dentes.
Sua mão roçou o metal frio do cabo da espada, e os dedos se fecharam ao redor da bainha feita de chifre.
Isso era tudo que importava agora, ela disse para si mesma, espantando a dor profunda que dilacerava seu coração.
Uma por uma, ela trancou no fundo da alma as dolorosas lembranças.
Não haveria mais lugar em seu novo estilo de vida para memórias e anseios ou sentimentos ternos de piedade.
Seu pai tinha lhe ensinado sobre o mundo dos homens. Um mundo cruel e impiedoso.
Era assim que as coisas funcionavam nas terras dos nórdicos.
A maior glória para esses homens era vencer as grandes batalhas e, se fosse o desejo do destino, morrer com uma espada na mão.

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3 comentários:

  1. Pessoal link atualizado.

    Boa leitura.

    Marcia

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  2. Ame esse livro. Mitologia viking é sempre divertida ;)

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  3. Esse livro me chamou a atenção não só pelo romance entre o cativante casal de mocinhos, como também pela mensagem a mais que nos passa, o poder que a fé religiosa cristã pode ter sobre nossas mentes e almas.
    Além do mais adoro este lance de mocinha amazona, super poderosa,mas de certa forma frágil, e que não se desmancha aos pés do mocinho com facilidade..Não deixem de ler, tenho certeza que vocês gostarão.

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Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!