9 de dezembro de 2010

Apaixonada por Ele









Convite à sedução...

Quando Colin morreu, Amélia achou que nunca mais se apaixonaria por outro homem.
Mas sua intensa reação ao misterioso desconhecido que se aproximou dela num baile de máscaras veio provar o contrário...
Colin Mitchell sempre soube que uma união entre um rapaz pobre e a filha de um aristocrata era impossível.

A crença de Amélia de que ele estava morto lhe proporcionou a oportunidade de voltar para ela anos depois, como um homem rico e com uma posição estável na vida. Só que era tarde demais... Amélia estava se preparando para se casar com outro homem, e o perigo o impediu de revelar a verdade.
Só restava, então, a Colin partir para sempre, após uma breve despedida.
Mas ele subestimou a determinação de Amélia de descobrir a identidade de seu admirador secreto. Um beijo proibido levou a uma ardente perseguição e a uma entrega mais ardente ainda... No entanto, a mentira e a traição estavam apenas esperando para separá-los mais uma vez...

Capítulo Um

Londres, 1780
O homem de máscara branca a seguia!
Amélia Benbridge não sabia há quanto tempo o desconhecido se movia sorrateiramente atrás dela, mas tinha certeza de que a seguia.
Fingindo não notar, ela caminhou para o perímetro do salão repleto, notando que ele fazia o mesmo.
Outra mulher em tal situação talvez não notasse o que ocorria, pois seria difícil não sucumbir à profusão de estímulos do baile de máscaras: os vistosos vestidos longos, o burburinho de vozes e risos, a música, a mistura de diferentes perfumes, o brilho das velas dos imensos candelabros.
Amélia, contudo, não era uma mulher qualquer.
Tendo vivido sempre sob guarda e com cada movimento vigiado, ela percebia quando a seguiam. Mas nunca fora seguida por alguém de presença tão marcante.
O estranho impressionava, apesar da distância e da máscara que lhe cobria a metade superior do rosto.
Era alto e forte, e seu traje elegante não escondia as coxas musculosas e os ombros largos.Ao atingir um canto do salão, Amélia parou e virou-se, como que para observar os casais dançando.
Erguendo delicadamente a máscara, ela notou com o canto dos olhos que o desconhecido também parara e a fitava intensamente, sem saber que ela acompanhava seus movimentos.
Ele estava inteiramente vestido de preto, a não ser pela camisa, gravata e polainas brancas.
E, naturalmente, a meia máscara presa atrás da cabeça por uma fita.
Ao contrário dos outros cavalheiros, que usavam cores fortes para chamar a atenção, aquele primava pela discrição, como se preferisse passar despercebido, embora isto não fosse muito fácil, por causa de seu porte vistoso.
Os cabelos negros e ondulados brilhavam sob a luz das velas.
Sua boca, ressaltada pela meia máscara, convidava ao pecado: os lábios firmes e carnudos tinham a medida exata, nem finos, nem grossos.
O queixo quadrangular intensificava o ar masculino, e a pele morena sugeria que era estrangeiro.
Seguramente, qualquer mulher que o visse apreciaria a beleza viril daquele homem.
Mas o que realmente chamou a atenção de Amélia não foram os atributos físicos do desconhecido, e sim a maneira como se movia, como um predador caçando a presa, determinado, sem ostentar o ar afetado ou entediado dos lordes da alta sociedade.
No momento, ele somente a seguia, nada mais.
A intensidade de seu olhar parecia aquecer a pele dos ombros desnudos de Amélia, provocando uma onda de calor que descia ao longo dos braços enluvados.

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