7 de junho de 2011

A Rosa Cativa



Desejos do coração

Nascida numa família saxã nobre, porém empobrecida, Kendra foi criada à sombra do cruel senhor feudal que comanda as terras que um dia pertenceram à sua família: Reynard de Bron.
Linda e corajosa, ela enfrenta a ira... e também o desejo... do implacável normando, porém Geoffrey de Bron a salva da fúria do irmão, pedindo ao rei que a deixe sob sua proteção.
Cavaleiro favorito do rei Henrique, e protegido de Thomas Becket, chanceler do rei, com uma promissora carreira política pela frente, Geoffrey faz de tudo para negar o desejo que a bela saxã lhe desperta.
Porém, quando Kendra lhe oferece sua inocência, ele não resiste e os dois se entregam a uma paixão que lhes parece predestinada.
Kendra, no entanto, não pode permitir que Geoffrey sacrifique seu nome, sua herança e seus sonhos, em nome dessa união proibida.
Num gesto de desespero, ela foge para Londres, voltando a cruzar mais uma vez o caminho de Reynard de Bron, que não desistiu de sua vingança.
E agora, com Henrique e Thomas Becket lutando entre si, o destino de Kendra está em jogo...

Capítulo Um

Inglaterra, 1162
O fogo na lareira crepitava. Labaredas subiam entre os juncos, exalando uma fumaça olorosa, que irritava os olhos de Kendra. Parada ao lado da frágil figura deitada na cama de palha, ela suspirou.
Sua mãe, bem como as suas irmãs, estavam a seu lado, na longa vigília ponteada de apreensão e medo.
— Brina! — ela chamou. — Brina!
Apenas um leve gemido respondeu ao seu apelo.
A percepção de sua impotência em aliviar aquela agonia dilacerava-lhe a alma.
Tudo o que podia fazer era segurar a mão de Zabrina, oferecendo-lhe o conforto de sua presença.
Mesmo a parteira, com sua ervas, poções e vasta experiência, não parecia capaz de proporcionar algum alívio à pobre Zabrina, que estava tendo um parto difícil, agravado pela fragilidade de seu corpo e por sua saúde delicada.
As dores tinham começado na noite anterior e continuado por todo o dia.
Apesar dos esforços de Zabrina, o bebê não vinha à luz.
À beira do desespero, Kendra se perguntava se a criança, indesejada, fruto de um estupro brutal cometido pelo suserano daquelas terras, não estaria se negando a nascer para aquele mundo frio e cruel.
— Oh, Brina... Minha irmã querida! — ela murmurou, em tom de lamento, enxugando as lágrimas com a manga de sua rústica túnica de lã.
Apesar de ser quatro anos mais nova que Zabrina, Kendra sempre tivera por ela um sentimento de proteção.
Afinal, Zabrina assemelhava-se a uma flor, delicada e frágil, incapaz de adaptar-se à vida desgastante e aos árduos trabalhos do dia a dia.
Zabrina era suave e gentil, como as corças que viviam na floresta, nos arredores do castelo do rei.
Desde criança, Kendra acostumara-se a assumir os trabalhos mais pesados, só para poupar Zabrina.
Mais que isso: deixava para ela a maior parte de sua escassa alimentação, pois sabia que o esgotamento e a desnutrição, que faziam parte da dura realidade dos aldeões, acabariam levando a irmã, de natureza tão frágil, a se tornar mais uma vítima daquele sistema injusto.
Aldeões. Camponeses. Servos.
Os membros da outrora orgulhosa família de Kendra haviam sido reduzidos a essas classes subalternas, com o passar dos anos.
Trabalhavam arduamente e morriam jovens, pagando tributos e taxas absurdas aos senhores feudais, os suseranos.
O pai de Kendra fora um homem alto, forte e bonito.
Mas a alimentação precária, somada ao trabalho desumano, curvara-lhe as costas e roubara-lhe o brilho do olhar.
Aos quarenta e um anos de idade, ele aparentava o dobro.
A mãe, cujos cabelos dourados e vívidos olhos azuis tinham sido como os de Kendra, já mostrava os sinais da miséria em que vivia.
Sua pele estava marcada pelo sol e pelas intempéries, os cabelos, mesclados de fios grisalhos. Quanto aos lábios, onde antes bailava um sorriso, agora pareciam contorcer-se um ricto de tristeza.
O rei, dono de todas as terras e de tudo o que nelas existia, incluindo os rios, as aves do céu, os animais e os seres humanos, viera de um lugar distante, do outro lado do oceano.
Era um rei estrangeiro, que Kendra nunca vira...

DOWNLOAD

3 comentários:

  1. Não consegui achar esse livro na biblioteca, ele pertence alguma série ?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Aline, não pertence a nenhuma série que eu saiba, e está sim na biblio, procure melhor letra A. bjs

      Excluir
    2. Olá Jenna, consegui achar aqui. Muito obrigada =]

      Excluir

Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!