20 de novembro de 2011

Terna Fúria De Amor




Londres, 1770

Pálida e agitada, a moça descia pela escada apertando a velha bolsa e tratando de não soluçar.

As bochechas molhadas pelo pranto, aqueles olhos azuis cheios de triste resignação. Jenny tinha só dezesseis anos.
Fazia um ano que estava em Montagu Square.
Jenny uma moça recém chegada do campo, forte, de bochechas rosadas, uma mais entre os milhares de moças que chegavam a Londres em busca de trabalho.
Agora estava magra; os dourados cachos de seu cabelo, totalmente despenteados; a flor da juventude, perdida.
Despedida e sem referências, não acreditava poder encontrar outro emprego.
Não tinha dinheiro, nem educação, nem esperanças de sobreviver, a menos que se unisse ao triste desfile de milhares de prostitutas que abundavam por Londres.

Capítulo Um

Nunca esquecerei minha primeira impressão do novo continente, América, aquela terra selvagem e tumultuosa a que o destino me havia levado.
Estava de pé no convés do navio, escondida entre as cordas e os botes salva-vidas. Passava ali grande parte do tempo, para me liberar da fétida atmosfera de baixo, da sujeira, a aglomeração e os maus aromas.
É obvio, não deveria estar no convés. Estava proibido.
Fazíamos nosso «exercício» uma vez por dia, sob estrita vigilância, e o resto do tempo devíamos permanecer abaixo.
Este lugar secreto era um refúgio. Conheci-o graças a um marinheiro forte e loiro que me brindou com seu amparo poucos dias depois de termos zarpado de Liverpool.
Era um moço tosco e rude.
Musculoso, analfabeto, com um alegre sorriso e faiscantes olhos azuis.
Havia me visto a primeira vez que subi às escondidas a escada para respirar um pouco de ar fresco. Mas não me delatou.
Em troca, levou-me até onde estavam os barris de alcatrão, e me mostrou esse pequeno canto onde poderia tomar ar fresco sem que me vissem.
Estava extremamente agradecida.
No dia anterior, uma das outras mulheres havia subido ao convés.
Apanharam-na, ataram-na a um mastro e a açoitaram brutalmente para que servisse de «exemplo».
Eu havia corrido o risco de que acontecesse o mesmo comigo, e Jack havia admirado meu valor.
Naturalmente, esperava uma recompensa. E lhe paguei.
Sua maneira de fazer amor era rude, enérgica, e, entretanto, havia nele uma surpreendente ternura.
Depois estava me acostumado estar em seus braços, me acariciando os seios e o cabelo, como se eu fosse um objeto de grande valor que, milagrosamente, alguém lhe havia entregado para aliviar a monotonia e as privações da viagem.
Entregava-me por minha própria vontade, e não me envergonhava disso.

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7 comentários:

  1. Olhei tds os livros do blog pra encontrar este,pq só lembrava da imagem da capa.Finalmente!!

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    1. Nossa...como olhou todos. São muitos nem sei quantos mais tem! bjs

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  2. Muito bom, muitas pessoas não vão gostar, isso é certo, pois não é um romance clichê, que muitas vezes acaba sendo chato, no meu caso é claro.É um livro quem tem muito romance, mas de um forma mais real, sem conto de fadas, entende? é cheio de aventura e faz com que o coração palpite, que seja impossível não chorar e se sentir aliviado em muitos momentos. Os personagens são muito bem desenvolvidos e o ambiente em que a trama se acontece fica bem caracterizado. Aprovadíssimo!

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  3. Boa tarde, gostaria de baixar o livro em pdf, só que da um erro.

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    1. Alane, o arquivo está em Word então não vai abrir em pdf...Leia Ajuda, no final vai ver um último link ele converte ebooks.bj

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  4. boa tarde!
    gostaria de saber se o segundo volume da Trilogia Marieta Danver da autora Jennifer Wilde está traduzido e onde posso encontra-lo para baixar.

    obrigado

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Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!