20 de novembro de 2011

Uma Grinalda De Flores




O sonho de Helga era viver uma linda história de amor.

O prepotente Duque de Rocklington lutava contra seus sentimentos, porque, do alto de seu orgulho de nobre inglês, odiava pensar em dar seu coração a uma atriz do teatro de variedades.

Mas, por mais que tentasse, não conseguia negar que estava loucamente interessado em Helga, jovem de extrema beleza, tão linda como um botão de rosa em flor.

Helga, porém, tinha um segredo em sua vida e queria por todos os meios conquistar a confiança do Duque.
Até que um dia, sem que ninguém esperasse, finalmente, toda a verdade apareceu!

Capítulo Um

1891
Millicent Melrose sentou-se diante do espelho do seu camarim no teatro de variedades sentindo-se muito cansada.
Como de costume, havia chegado mais cedo, pois aproveitava aqueles minutos de silêncio antes do espetáculo para se acalmar e adquirir controle sobre si mesma.
Desde que perdera Christofer, era cada vez mais difícil manter-se como grande estrela, não somente diante do público, mas também diante das colegas de trabalho.
Sabia muito bem o quanto era fácil cair no anonimato e encontrar-se, após tantos anos de sucesso, sem emprego.
Era comum as pessoas dizerem,
— Não posso imaginar o teatro sem você, Milly.
Mas ela tinha certeza de que estas mesmas pessoas seriam as primeiras a dizer que estava "passada" e que mostrava a idade que tinha.
A mera idéia de sua idade a fez mirar-se no espelho nervosamente, à procura das rugas que começavam a se formar em redor dos olhos e nos cantos da boca.
— Vou fazer 39 anos!
Parecia que até as flores do camarim gritavam esta verdade, e era como se uma nuvem negra pairasse sobre sua cabeça.
Nada disso teria importância, se Christofer ainda vivesse, mas ele estava morto e não podia ajudá-la.
À noite, chorava com a cabeça no travesseiro, desejando ter morrido também.
Ele era vinte anos mais velho e ela deveria ter esperado que morresse antes, mesmo naqueles dias longínquos, quando ambos eram jovens e despreocupados, e nem sequer pensavam em envelhecer.
Ainda agora podia ouvi-lo, como se fosse ontem, dizendo,
— Venha comigo, minha querida! Não posso viver sem você! Sei que causaremos um escândalo, mas minha mulher me dará o divórcio e, quando estivermos casados, a sociedade nos aceitará novamente.
Tudo parecera muito plausível, pois estava tomada de uma emoção que julgava que não existisse.
Quando Christofer disse que seriam divinamente felizes, esqueceu a cautela, a sensatez e não pensou em outra coisa a não ser nele.
Fora tudo muito excitante.
Deixara um bilhete para os pais e fugira no meio da noite, quando todos pensavam que dormia. Lá fora, Christofer a esperava em uma carruagem fechada e eles partiram, sem arrependimentos, para o que ela imaginou que seria o céu na terra.
— Como eu era jovem e tola!

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