25 de janeiro de 2012

Donzela Rebelde

Inglaterra, 1208 


Para escapar de um casamento indesejável, lady Elsbeth fugiu da fortaleza de seu tio para um convento, acreditando que lá estaria segura. 
Ela jamais poderia imaginar que seria raptada por um monge, que logo se revelou como um dos cavaleiros de seu tio, incumbido de levá-la de volta para casa. 
0 arrogante Roger de Angelsey era tudo que Elsbeth desprezava em um homem, mesmo sendo mais atraente do que ela gostaria de admitir... 
Afugentar os ladrões que rondavam St. John's Wood era uma tarefa bastante desagradável, antes de Roger conhecer Elsbeth. 
No entanto, quando ele a devolveu ao tio, ficou surpreso ao se deparar com o rei na fortaleza, e a si mesmo numa posição de honra. 
Seu plano para proteger a segurança do castelo seria recompensada, nada mais nada menos do que uma noiva... Elsbeth! 
Conquistar a simpatia daquela donzela rebelde seria uma batalha ingrata... até Roger descobrir que desejava conquistar seu coração... 


Capítulo Um 


St. John 's Wood, 1208 


Elilsbeth sentou-se num tronco de árvore e contemplou a floresta à volta. Sombras e o solo salpicado de detritos era tudo o que via. 
— Milady, será que as feras irão nos devorar agora? — Grethna perguntou com os olhos arregalados. 
Elsbeth olhou com ar de reprovação para a criada. Grethna acompanhava a jovem dama desde que esta ficara órfã e tinha ido viver sob a proteção de tio Corwin. 
A princípio, Elsbeth relutou em trazê-la nessa aventura, mas foi com a ajuda preciosa da velha criada que conseguiu burlar a vigilância do tio e escapar de casa. 
No entanto, estava tão difícil suportar a presença de Grethna quanto o assalto que haviam sofrido pouco antes na estrada. 
— Não, não vamos ser devoradas por animais selvagens — Elsbeth tranqüilizou a trêmula acompanhante. — Oh! Que barulho foi esse, milady? — Grethna questionou, assustada, tentando descobrir de onde vinha o ruído. 
— Aqueles bandidos devem estar voltando para cá. Elsbeth endireitou-se. 
Um arrepio a percorreu, mas não podia deixar transparecer o quanto também estava amedron¬tada, senão a coitada da criada cairia no choro mais uma vez. 
Demonstrando uma força e coragem que não possuía, esboçou um sorriso. — Grethna, não acredito que os bandidos voltem. Levaram tudo o que possuíamos. E não há animais selvagens neste bosque — falou com voz calma. — Se não são os bandidos, devem ser fantasmas. Existem histórias de espíritos e coisas horríveis em St. John's Wood. — Ora, já encontramos o que há de mais horrível por aqui. São de carne e osso, roubam e saqueiam nas estradas do rei — Elsbeth disse com aparente despreocupação, mas seus pen¬samentos eram aterrorizantes ao olhar a floresta escura ao redor. Com angústia, lembrou-se da carroça que os bandidos haviam levado e a falta que faria. — Tem certeza? — Grethna sussurrou. — Acredite em mim. Por aqui, existem veados, doninhas e javalis. Não há dragões, serpentes venenosas nem fantasmas. O ruído de galhos e folhas secas sendo pisados a interrom¬peu. Ela olhou para trás, para a escuridão das altas árvores. Será que os ladrões iriam atacá-las novamente? O conven¬to a aceitaria se perdesse a castidade? Ela não era muito de¬vota, mas havia resolvido se tornar freira quando tio Corwin falara do interesse do rei em arranjar casamento entre seus intempestivos barões e as jovens ricas do reino. A maioria das herdeiras da idade de Elsbeth já estava casada. Ela sabia que não ficaria solteira por muito tempo. Se não fosse à Abadia de Lambeth, seria tratada como um animal reprodutor e mor¬reria jovem. Esse não era o destino que havia imaginado para si mesma. Tio Corwin, seu tutor, era um homem bondoso. Fazia as vontades da sobrinha sempre que possível, no entanto era um súdito leal. Se o rei desse a mão de Elsbeth a um de seus velhos cavaleiros, o tio se sentiria obrigado a entregá-la ao noivo para ser desposada no prazo de quinze dias. Era apenas uma donzela sem qualquer direito sobre si mesma. Nessas circunstâncias, sua única saída seria fugir e assegurar o próprio futuro. Acreditava que o casamento de¬veria ter o consentimento da noiva e contar com a afeição do casal, e não apenas ser um meio de unir propriedades e laços de sangue. Era mais do que alguém capaz de gerar um filho e satisfazer a necessidade de um herdeiro para o marido. Todavia, seria uma questão de tempo até que o rei John ficasse sabendo de seu rico dote. O Castelo Amberley, he¬rança da família da mãe de Elsbeth, certamente atrairia um barão rebelde. Sua opinião na escolha do marido não seria ouvida, e ela nem ao menos queria um. Passou muitas noites acordada, pensando no seu destino. Sem dúvida, preferia viver ajoelhada, rezando, a ser submissa a um rude cavaleiro. Tremeu só de imaginar. — Oh, se ao menos os ladrões não tivessem levado seu casaco de peles, milady. Vai morrer de frio, e o que será de mim? Seu tio não se importará comigo quando milady estiver morta e enterrada. — Fique quieta, Grethna, e use a cabeça. Não fomos estu¬pradas nem assassinadas, portanto tivemos muita sorte. Não vou lamentar a perda de um casaco quando o meu baú foi levado. Ali estava o dote para que eu fosse aceita na Abadia de Lambeth. A criada abaixou a cabeça, envergonhada. De repente, o silêncio tomou conta da floresta. Não se ouvia sequer um animalzinho correndo nem um pássaro cantando. Grethna se aproximou de sua ama. Elas se abraçaram, armadas apenas com facas de mesa e sua tênue coragem. — Não é tarde demais para voltar para a casa de seu tio, milady — a criada sussurrou. — Ele a perdoará com certeza. — Nunca! — Elsbeth levantou a cabeça e cerrou os den¬tes. — Fiz um juramento a Deus e não vou voltar atrás. Não serei negociada como um carregamento de lã. — Sua devoção a Deus é bastante conveniente — repli¬cou Grethna. — O que quer dizer? — Elsbeth ficou chocada com a audácia da criada. — Acho que milady pretende entrar para o convento só para continuar donzela — Grethna grunhiu. Elsbeth sentiu o rosto queimar. Por mais que relutasse em admitir, tinha fugido por medo, não pela fé. — Mais do que isso, Grethna. Não sou mercadoria; não quero ser propriedade de um homem. Vou entrar para o con¬vento, sim. E creio que Deus não vai se importar com os meus motivos, mas sim com minha obediência e lealdade. — Tem razão, milady — Grethna sussurrou num tom mais respeitoso. — Já está escurecendo, precisamos acender o fogo e fazer um abrigo para passarmos a noite. É bobagem ficarmos enco¬lhidas e com medo, como carneirinhos — Elsbeth disse. — Mas... 
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Um comentário:

  1. Boa tarde, muito divertida a segunda história Lições de Prazer, o que a falta de informação pode fazar. Ainda bem que a mocinha tem um maridão para aquecer todos as partes do corpo. O livro é mais inusitado que sensual, mas valeu a pena.Beijos

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Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!