Adriana Worthington e Noelia Kendrick são encontradas, no intervalo de uma semana, assassinadas em idênticas circunstâncias.
As investigações da polícia apontam para Eugene Bannion, mas sua irmã Thara sabe que é inocente e fará tudo o que esteja em suas mãos para demonstrá-lo.
Inclusive é capaz de fazer-se passar pela prometida do homem mais dissoluto de toda Londres para conseguir uma entrevista com o juiz que instrui o caso.
James Gresham saiu da cidade por assuntos de negócios, mas um inconveniente lhe obriga a retornar antes do tempo.
Não esperava encontrar-se com uma mulher que viu uma só vez e que, para seu assombro, teve a ousadia de fazer-se passar por sua futura esposa.
Irritado e divertido ao mesmo tempo, decide seguir o jogo enquanto lhe ajuda a procurar o autêntico assassino de quem toda Londres fala. Thara, em seu empenho por demonstrar a inocência de Eugene, não se precaveu de que o barão de Salsbury pode se tornar muito mais perigoso para ela que o criminoso que querem desmascarar.
Capítulo Um
1825, Londres
Thara terminou seu jantar, desejosa de retirar-se para seu quarto o quanto antes. Não gostava dos clientes da estalagem onde encontraram alojamento a caminho de Londres, gente muito linguaruda e com muito álcool na cabeça. Além disso, incomodava-a o obscuro olhar do indivíduo que, desde que entrara no refeitório, não deixara de a observar.
Possivelmente tinha sido uma temeridade viajar com a única companhia de sua criada, mas estava acostumada a valer-se por si mesma e já era tarde para lamentações.
Serenou-lhe o ânimo ao recordar o bebê de sua amiga Selena, a quem tinham ido visitar depois de sua recente maternidade. Embalá-lo entre seus braços, notar o calor daquele corpinho que cheirava a leite azedo e escutar seus gorjeios tinha sido maravilhoso. Até havia sentido um pouco de inveja.
Mas ela tinha optado pelo caminho da independência fazia já quatro anos, depois da morte de seu pai, e não pensava mudar de ideia apesar do bombardeio constante de seus irmãos para que procurasse marido. Em seu leito de morte, tinha prometido a seu progenitor cuidar de Eugene e de Emma, e se tinha proposto a fazer do moço um homem de proveito e conseguir um bom partido à sua irmã.
Por outro lado, estava empenhada em ganhar a vida do mesmo modo que havia feito seu pai, Alfred Bannion, por muito que a sociedade não o entendesse nem admitisse. Não era fácil, é obvio. O fato de ser mulher e, além disso, jovem, não era a melhor carta de apresentação para oferecer seus serviços como detetive. Reconhecia que não era uma ocupação usual para uma dama, mas gostava.
Seu pai lhe havia ensinado tudo que sabia, o que era muito, depois de quatro décadas trabalhando com os Bow Street Runners. Ou talvez ela fosse uma aluna interessada, porque, apesar de seu sexo e sua juventude, tinha conseguido resolver já um par de casos. Não muito importantes, certamente, mas eram um
começo e não conhecia melhor modo de incrementar a exígua herança que lhes coubera para seguir adiante.
Do outro lado do salão, o sujeito que não tinha afastado os olhos dela se recostou em sua cadeira e sacudiu a cabeça como se tratasse de limpá-la. Que diabos continha a última garrafa que bebeu? Certamente veneno, porque lhe tinha subido à cabeça como um raio, e ele até suportava bastante bem o álcool, sempre que não estivesse muito alterado.
Tudo culpa de seu companheiro de viagem, Jersey Ballington. E sua, não podia negar, afinal poderia ter recusado a segunda garrafa. Agora Jersey devia estar caído em sua cama por todo o comprimento, roncando como um bendito, e ele tinha a desagradável sensação de estar flutuando em meio a visões.
Porque aquela moça de cabelos cor mogno e grandes olhos castanhos não poderia ser mais que uma miragem. Isso sim, valia fazer a pena cair sob os eflúvios do álcool com tal poder para desfrutar dessa fantasia.
Roberta Hop, a criada de Thara, cobriu a boca para dissimular um bocejo.
— Suba e vá se deitar — lhe disse ela —, irei em seguida.
— Nem pensar, senhorita, nem pensar. Não vou deixá-la sozinha, não vou deixar. Esse pássaro não para de olhar para a senhorita, não para.
Série Os Greshan
Amei a série Os Greshan, Nieves H. nos delicia com essa trilogia em uma mistura de Amor, mistério e humor. Me apaixonei por cada um dos irmãos Greshan, seja o sério e conquistador Christopher (A Baía da Escocesa), o pirata sedutor Darel (Reinar em seu Coração), ou o libertino James (Lágrimas Negras). As mocinhas Kimberly (a indomável americana, e grande “dor de cabeça” de Christopher), Tatiana (a princesa fugitiva, e o “problema” de Darel), e Thara (a mocinha detetive e a “perdição” de James), são o tipo de heroína destemida, não levam desaforo pra casa, que lutam por seus objetivos e que conquistam a primeira vista (e ao primeiro capítulo) tanto as leitoras(es) quanto suas respectivas almas gêmeas embora os mocinhos solteiros convictos continuem em negação, o que gera confusões, ciúme, e brigas recheadas de beijos calientes e momentos apaixonantes. Amei muito todos os livros!!! Perfeito demais!!!
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