25 de fevereiro de 2018

Paixão Secreta


Desde que Sebastian conhece Elizabeth durante sua apresentação em sociedade, ambos mantêm uma maravilhosa relação que termina, quando ele confessa que há circunstâncias insolúveis pelas quais não podem se casar.

Com o coração quebrado e uma permanente máscara de indiferença e frivolidade, a bela filha do duque de Newark, ignora, temporada após temporada, todos os cavalheiros que lhe propõem matrimônio.
Passaram-se oito, longos, anos da forçada ruptura… Depois da morte de seu pai, Sebastian Harley é o duque de Washaven e também, obrigatoriamente, o prometido de Christine, prima de Elizabeth. Entretanto, apesar do tempo e das ofensas, em seu âmago segue latente, uma paixão avassaladora, pela única mulher a quem sempre amou. E é agora, que tem a última oportunidade, para encontrar a força e a coragem suficientes para enfrentar tudo e lutar por ela, ou, irá perdê-la, definitivamente.

Capítulo Um

Elisabeth Harrington golpeou o leque três vezes contra seu peito e conteve um sopro nada feminino, nem próprio de sua delicada constituição. Filha do duque de Newark fora nomeada “a Incomparável” em sua primeira temporada.
Sua beleza, de cabeleira loira qual fios de ouro, olhos verdes quase felinos e feições doces, que agradecia a sua mãe, conseguiram-lhe um sem-fim de admiradores, e a declaração de seu escandaloso dote, um número indecente de proposições matrimoniais.
Mas oito anos depois daquela magnífica estreia, ali seguia, assistindo às festas mais importantes da temporada em Londres e amaldiçoando-se por seus tropeções com o marquês de Worcester, Sebastian Harley. E por mais que sua empregada de maior confiança, Marie Lamont, dissesse, que era uma estupidez muito fácil de ocultar, ela jamais viu as coisas tão claras, assim.
Tendo em conta quem ela era e o que possuía, nem sequer passara por sua imaginação, que Sebastian não lhe propusesse matrimônio um segundo depois da perda de sua inocência, mas, infelizmente, seu pai, o duque de Washaven, tivera uma ideia muito distinta. Segundo as próprias, e muito covardes, palavras de Sebastian: “Proibiu taxativamente um matrimônio contigo e ameaçou me deserdar”, e depois, das demais desculpas que Elisabeth relegou ao mais profundo de sua memória, seu caráter egoísta e caprichoso ajudou-a em outros momentos a nem sequer, sentir mais dor que a da humilhação, e o cavalheirismo de Sebastian àquele incidente caiu em segredo.
Aqueles acontecimentos não lhe incomodaram durante muito tempo, até agora, que com assombro e um pingo de inocência de sua parte, via-se diante do anúncio de compromisso de Sebastian Harley com sua prima Christine. Fazia um ano que o duque de Washaven morrera e Elisabeth acalentara a esperança, de que esse fato propiciasse um cortejo por parte dele, para reparar o dano passado. Ledo engano.
Ali estava, na cabeceira da mesa brindando por sua prima de traços disformes e uns quinze anos mais nova que ele.
― Parece que nossa querida prima fez o melhor enlace da temporada. ― Tristan Harrigthon era, sem dúvida, seu primo favorito, com ele assistia, já, a cinco anos, a todos os eventos e assegurava diversão. Possuíam tanta cumplicidade que mais de uma vez quis lhe revelar seu pequeno segredo, mas a vergonha acaba impedindo-a. ― Nem sequer eu, que sou amigo dele, entendo o que viu nela. ― zombou.
Elisabeth conteve uma gargalhada e desdobrou seu leque, de novo.
― Pode ser que este seja meu ano também, ― riu ― estou no ponto limite de me converter em uma solteirona consagrada.
― O que não deixa de ser surpreendente. Como vão as propostas este ano?
― Cinco menos que no mesmo período do ano passado, mas de toda a maneira, não tenho uma posposta de matrimônio decente a pelo menos, três anos. Minha beleza começa a rachar, não meu dote, graças a Deus. ― E abanou-se mais duas vezes. ― Possivelmente deveria sair um pouco mais e assistir metade das festas.
Tristan soltou uma exclamação de horror que atraiu o olhar do convidado ao seu lado. Esperou que este voltasse para sua conversa anterior e murmurou-lhe:
― Querida Lissy, se faltar a mais duas festas, já pode ir fazendo suas malas e se mudar com tia Pippa para Bath, porque terá dado por concluída sua caça para todas estas matronas, que esperam com os braços abertos que se una a elas em seus cantos escuros, ao lado da mesa da limonada.
Elisabeth riu, mas tinha razão. Aos vinte anos parecera exigente ao não escolher marido, aos vinte e três, muito caprichosa, agora, aos vinte e seis estava a ponto de converter-se em excêntrica, graças a seu título, mas, para outros, sem seu título e dote, seria uma pobre infeliz.
― Felizmente, minha madrasta está ocupadíssima este ano apresentando Gabriella, e meu pai parece ter posto toda sua atenção nisso também, assim, ao menos poderei descansar três refeições, sem ouvir algo sobre meu matrimônio.
― Pergunto-me se haveria algo mais nela, que as terras que fazem limite com sua propriedade. ― Tristan voltava a ter o olhar posto em Sebastian e na ruborizada noiva, que recebia com um meio sorriso todas as felicitações, enquanto os convidados levantavam para ir ao salão de baile. ― Qualquer outro motivo escapa a minha imaginação.
― É jovem, de boa família… ― Golpeou o ombro dele com seu leque. ― Pode ser que goste.
― Gostar? ― Soltou uma gargalhada. ― Poderia ter qualquer moça desta sala, e cem vezes mais agradáveis à vista que ela.
― Parece ter bons quadris….

Um comentário:

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