Estamos no primeiro trimestre do século XIX, cada vez mais as mulheres se perguntam sobre seu papel em uma sociedade governada pelos homens.
Marjorie está há um ano em Nova Iorque, com novos amigos e novas experiências, embora isso não faça com que se esqueça de Henrietta e Robert.
Na casa da condessa vai-se celebrar uma festa de aniversário e espera-se a chegada de William nas próximas semanas.
Marjorie se prepara para voltar para Worthington para passar o verão, mas não imagina que vai encontrar seu amor de novo. O amor de Henrietta e Robert sofrerá uma dura prova que abalará este apaixonado casal. Última novela da série Worthington Hall que começou com «Ensina-me a te amar» e continuou com «Aprendendo a te querer».
Capítulo Um
Henrietta contemplava encantada o seu marido, que punha sempre a voz mais doce para falar com o pequeno Rob. Sustentava-o em seus fortes braços com enorme desenvoltura e passeava pelo jardim lhe falando de todo o tipo de coisas, especialmente de todas aquelas que pensava lhe ensinar quando aprendesse a caminhar.
Ela voltou a agarrar a carta de Marjorie para relê-la e sentiu a saudade que sempre a invadia quando pensava em sua cunhada. Sentia muito sua falta e embora o fato de saber que era feliz em sua nova vida amortecesse em algo o seu pesar, uma parte dela tinha desejado que não se aclimasse tão facilmente a esse novo mundo. «Meus queridos irmãos: Hoje suportei bastante bem a chegada de sua carta.
É a primeira que leio sem que me caia nenhuma lágrima. Eu adorei o vestido que me enviou, é precioso e como sempre tem razão: celeste é a cor que mais me favorece. Sinto-me feliz ao saber que o pequeno Rob se acostumou tão bem à sua vida em Worthington Hall, claro que não sente saudades porque não há um lugar que considerasse melhor para viver.
Na segunda-feira passada chegou a carta do William. Estará aqui em duas semanas e ficará conosco até que juntos empreendamos a volta a Londres.
A condessa está muito bem, já se acomodou com perfeição a esta cidade. Tem bons amigos, além do senhor Granger do qual já lhes falei em outras ocasiões, e não tem tempo de aborrecer-se. Além disso, aqui é como uma atração para todos, nada menos que uma condessa! Natalie, a neta do senhor Granger, converteu-se em minha melhor amiga e tenho que dizer que nunca nos deveriam julgar por nossas características, que não poderiam ser mais opostas.
Também lhes posso dizer que já faz mais de dois meses que a condessa não despediu ninguém do serviço, assim acredito que, por fim, conseguimos estabilizar a situação, embora não deixe de estar atenta e siga seus conselhos ao pé da letra, me adiantando a qualquer eventualidade.
Esta casa é enorme, não tanto como Worthington Hall, mas muito mais que a maioria desta cidade, e há muitas coisas que se deve ter em conta, mas a dirijo muito bem. Esta tarde tive um prazer inesperado. Conheci a Catherine Sloper, uma mulher das mais interessantes. Estou segura de que você gostaria muito dela, Henrietta. falámos sobre você, é uma entusiasta de seus escritos, não perde um artigo seu.
É uma mulher surpreendente, independente e com uma conversação das mais amenas. Não se casou e vive com sua tia em uma formosa casa nesta mesma rua.
Tinha ouvido falar dela, mas até hoje não tinha podido dar-lhe mais que uma saudação. Em nada se parece com a outra Catherine de que te falei em minha anterior carta, a esposa do doutor Travis. Sinto dizê-lo mas segue me parecendo uma mulher mesquinha e que com sua pouca inteligência e empatia faz mal a todo aquele que o permite. Segui seus conselhos e trato de me manter o mais afastada possível de seu raio de ação, mas sua filha não me põe isso nada fácil.
Ao que parece Rachel Travis acredita que podemos ser amigas, apesar de que não tenho feito nada para merecer tal distinção, muito pelo contrário.
Terminei o último quadro da série de Central Park. Natalie foi uma amiga excelente e me acompanhou muitos dias sem queixar-se por ter que estar horas sentada em um banco lendo, enquanto eu me isolava em meu mundo, já sabem a que me refiro.
É uma excelente amiga e me ajudou a suportar o fato de estar longe de vós…» Henrietta respirou fundo e olhou para seu marido que seguia passeando com o pequeno Rob em seus braços. Nos dias posteriores à ida de Marjorie se deu conta de até que ponto a jovem tinha feito mossa em seu coração. A relação que tinha estabelecido com sua cunhada era a de uma verdadeira irmã. Sem invejas, sem falsidade de nenhuma classe, somente um sincero afeto, uma verdadeira preocupação pelo bem-estar da outra, sem que houvesse a mais mínima fibra de ressentimento entre ambas.
Série Worthington Hall
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Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!