Richard de Claiborne, o sombrio Conde de Dunsmore serve ao Rei Edward Plantagenet.
Jurara obedecer todas as suas ordens mesmo assim se enfurece com a ordem de se casar com a filha de seu inimigo – um homem que assassinou seu pai a sangue frio.
Porém o Rei Edward queria a paz em suas terras e nada iria detê-lo. Se fosse preciso casar seu mais poderoso lorde das Marches com uma princesa galesa seria um preço pequeno a pagar.
A Princesa Gwenllian é um peão político. Quando foi forçada a casar-se com o maligno Black Hawk de Claiborne, ela tremia ante a sua intensidade e brutalidade. Mas cumpriria seu dever com seu pai e seu povo sabendo que nunca se renderia ao inimigo.
Nos salões da grande fortaleza de Black Hawk, Gwen vislumbra um homem que pode ser terno e apaixonado pode mostrar-lhe uma sensualidade de tirar o fôlego e um desejo tão grande que ameaça cada voto que fez de manter o seu coração fechado para ele.
Numa guerra entre o País de Gales e a Inglaterra, Gwen percebe uma terrível verdade: está apaixonada pelo inimigo. Quando segredos antigos ameaçam destruir sua frágil felicidade ela deve fazer uma escolha terrível ou assistir o homem que ama sacrificar sua vida para salvá-la.
Capítulo Um
Snowdon — Gales
— Papai está em casa — Gwen gritou da sua janela.
Cavaleiros se aproximavam rápido e ela reconheceu a bandeira de seu pai sobre suas cabeças. Ela virou-se e correu passando por Alys, e depois pela escada até a entrada. Papai finalmente estava em casa. Há muito tempo havia partido para lutar contra os invasores ingleses.
Homens e mulheres se apressaram excitados preparando-se para a chegada de seu lorde. Gwen parou na escura entrada da fortaleza, empurrando impaciente uma mecha de cabelo que caíra em seu nariz.
Os homens se dirigiram ao pátio. A neve voava debaixo dos cascos de seus robustos cavalos enquanto derrapavam até parar. A expressão de seu pai era sombria. Ela agarrou a borda de seu manto com seus dedos trêmulos, sua expressão sorridente se esvaindo.
O Príncipe Llywelyn, desmontando, entregou as rédeas a um servo que aguardava. Einion, seu senescal fez o mesmo seu rosto enrugado e contorcido enquanto deslizava seus velhos ossos da sela.
— Llywelyn, você não pode se entregar — disse quando alcançou o príncipe.
Llywelyn lançou um olhar furtivo em volta, então respondeu em um suave sussurro:
— Eu não irei esperar que a fome se instalasse! É melhor fazer agora, enquanto ainda temos nossa dignidade.
Gwen colocou a mão em sua boca para abafar seu grito. O Príncipe de Gales se rendendo aos ingleses? Isso era impensável.
Os criados continuavam com suas frenéticas tarefas sem notar a devastação que enfrentavam. Gwen correu para os braços de seu pai precisando desesperadamente de conforto.
— Você está seguro e em casa papai — gritou abraçando-o bem apertado. Ele se enrijeceu e ela o soltou para olhá-lo. Uma expressão dura se apossou de seu rosto círculos escuros manchavam a pele abaixo de seus olhos cor de âmbar.
— Sim, estou a salvo — ele disse acariciando-a rapidamente e limpando sua garganta.
Seu coração doía mas ela sorriu e recuou. Ele era um homem bom nunca fora desagradável. A maioria o amava embora houvesse causado grandes transtornos há muitos anos atrás quando chegara ao trono do País de Gales pela primeira vez. Desafiando a tradição ele reivindicara o principado prendendo seus irmãos em uma sangrenta guerra civil.
Alguns dos chefes de clã nunca o haviam perdoado. Nem seus irmãos dos quais apenas um ainda estava vivo. Ele era um grande homem. Ela sabia por que sendo o Príncipe de Gales sempre tinha muito a fazer e nunca parecia ter tempo para ela. Ele avançou a passos largos entrando na antiga fortaleza que havia pertencido a inúmeros príncipes galeses antes dele.
Einion piscou sorrindo para cobrir sua aflição e estendeu seu braço. Ela o pegou e eles seguiram Llywelyn.
— Estamos realmente nos rendendo, Einion?
O velho tropeçou.
— Sim.
— Mas nós somos galeses não podemos desistir!
Ele suspirou.
— Não consigo convencê-lo. Seu pai governou o País de Gales por trinta anos e conquistou mais do que qualquer príncipe antes dele. Ele sente que deve ceder agora para ganhar mais tarde.
— Por quê? Por que ele deve desistir? — sua voz embargou e ela mordeu o lábio para sufocar suas lágrimas. Não é justo! Seu pai tinha trabalhado tão duro conquistara tanto e agora – agora estavam arrancando dele peça por peça preciosa.
— O Rei Edward capturou a foz do Conwy. Ele está construindo um castelo para segurá-la — Einion hesitou depois molhou os lábios antes de continuar — Black Hawk de Claiborne, bloqueou Ynys Mon. Sem a colheita Gwynedd morrerá de fome.
Gwen conteve a respiração — Gwalchddu
Black Hawk. O norte do País de Gales tremia com o nome do lorde maligno que controlava as fronteiras com um punho de ferro. Os bardos da corte diziam que ele tinha três metros de altura e era largo como um carvalho. Suas cores como seu legado eram de sangue e morte carmesim e preto.
Ela deu um soco contra sua perna.
— Eu odeio os ingleses! Eles são cruéis e gananciosos. Insatisfeitos com o que já têm querem o País de Gales também!