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21 de outubro de 2019

A Condessa libertina

Série Decepções Maléficas

A apresentação na sociedade de Lady Maggie Hawkins era algo que ela preferia esquecer, juntamente com seu primeiro casamento.

Atualmente essa caricaturista política é uma mulher diferente. Uma mulher totalmente moderna. Tanto que seu público acredita que ela é um homem. FATO: Maggie, que desenha sob um pseudônimo masculino, é conhecida como Lemarc. Seu personagem favorito a ridicularizar é Simon Barrett, Conde de Winchester, uma estrela em ascensão no Parlamento e Ex confidente. Além de ser seu objeto de desejo. ficção: Maggie é uma meia irlandesa sem vergonha que seduziu o marido de sua melhor amiga na véspera do casamento. Ela é uma pessoa a ser temida e repudiada. Destroçada pelo desprezo de Simon, Maggie não pode permitir que toda a cidade a humilhe. É por isso que as caricaturas de Simon o fizeram o riso de Londres... no entanto, agora parece que Maggie pode estar errada sobre o que aconteceu há anos.

Capítulo Um

Primavera de 1809, Londres 
O silêncio se estendeu pelo salão de baile no instante em que seus pés tocaram o degrau mais alto. Antes que lady Margaret Neely tivesse oportunidade de fazer algum comentário sobre a estranha reação dos presentes, sua mãe a arrastou escada abaixo. E só então compreendeu que o desastre era iminente: a forma que cada pessoa evitava seu olhar, as vozes que se ouviam pela sala, o modo que os que dançavam detinham seus passos a meio de uma volta. Sabiam. 
De algum modo, apesar de seus esforços, naquela tarde o rumor sobre o acontecido na noite anterior se estendeu pelas ruas de Londres. Nas visitas matinais, nos passeios em carruagem pelo Hyde Park, ou os passeios a pé pelo Rotten Row…, de algum jeito a alta sociedade londrina tinha feito correr o rumor por toda parte. Nesse dia sua irmã mais nova estava doente, e por isso a mãe não tinha querido sair para fazer visitas. Maggie havia se sentido aliviada e tinha dedicado a manhã a desenhar, e agradeceu que tampouco elas receberam visita. Agora entendia por quê. Dava-lhe vontade de gritar. 
Não tinha feito nada de mal. De fato, estava fazendo um grande esforço por comportar-se como uma jovem inglesa educada enquanto durava sua apresentação em sociedade. E sabe Deus que, com os cabelos negros de seu pai e seu temperamento irlandês, tinha sido uma tortura. Maggie não se comportava como as outras nem tinha seu aspecto, e a alta sociedade parecia desfrutar a tachando de forasteira embora tivesse passado quase toda a vida em Londres. 
— Por que todo mundo se calou? — Sua mãe sussurroulhe ao ouvido. 
— Margaret, o que fez? Evidentemente sua mãe também tinha notado a sensação de mal-estar no ambiente. E não era estranho que seu primeiro impulso fosse atribuir aquele mal-estar à Maggie. E mesmo assim, Maggie não pôde responder. Tinhase formado um nó na garganta, e inclusive respirar era uma luta. «Foge», ouviu em sua mente. 
Foge e finge que tudo isto não aconteceu. Mas ela não tinha feito nada mal. Alguém acreditaria, com certeza. O único que devia fazer era explicar o que tinha acontecido nos jardins Lockheed. Assim, elevou o queixo e seguiu descendo para a luminosa sala. A obstinação sempre tinha sido um defeito de seu caráter, isso diziam. 








Série Decepções Maléficas

1- A Duquesa Cortesã
2- A Condessa Libertina