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23 de março de 2014
A Esposa Perfeita
Regina Morrisey tinha uma personalidade vivaz e uma educação impecável... mas nenhuma ideia de como cuidar de uma casa ou administrar qualquer serviço doméstico.
Isso, no entanto, não impediu que seu pai, um diplomata inglês na Argélia, casasse a filha por procuração com o marquês de Daniston.
Como se não bastasse ter de trocar a exótica e ensolarada Argélia pela sombria e cinzenta Inglaterra, Regina se viu, da noite para o dia, em posição de subserviência a um marido muito mais interessado em assuntos superficiais do que em nutrir sentimentos importantes como amor e companheirismo...
Lorde Daniston concordou em se casar com Regina Morrisey apenas porque precisava de uma esposa, de uma esposa que não se intrometesse em seus negócios, que tomasse conta da casa com eficiência e aquecesse sua cama por tempo suficiente para lhe dar um herdeiro.
Entretanto, uma mulher de lindos cabelos da cor do fogo, atrevida e impertinente, disposta a discutir assuntos como política, entre outros, não era bem o que ele tinha em mente...
E muito menos uma que despertasse em seu coração um anseio novo e desconhecido, algo que seria muito difícil ignorar, por mais que ele quisesse...
Capítulo Um
Marcus Aurelius Octavius Whyte, terceiro marquês de Daniston e herdeiro de Sua Alteza, o duque de Attleby, acordou, fitou o ombro macio da amante e blasfemou.
Chegara o dia em que teria de conhecer sua esposa!
Pulou da cama e tocou a sineta para chamar o criado pessoal. Onde estava Andrews? O camarada não poderia esquecer a importância daquele dia.
— Marcus?
Relanceou um olhar para a cama e não pôde deixar de sorrir ao ver o rosto atraente. Querida Jocelyn!
Ela fora um achado! Era com orgulho que se lembrava da madrugada em um parque bem ao longe de Mayfair, quando tivera de convencer o último amancebado da jovem a respeito de suas intenções sérias de tomá-la como amante. Ouvira rumores de que ninguém suplantava o capitão Stapleton quando desafiava um amigo. Na verdade, Marcus tinha de aceitar que a humilhação sofrida por Stapleton naquela noite se devia às inúmeras garrafas de vinho que o capitão consumira. Pouco importava. Marcus desejara Jocelyn e conseguira.
Tudo seria perfeito, não fosse pela esposa que lhe impingiam. A família, preocupada com sua insistência em permanecer solteiro e em consequência sem um filho para herdar o título, arranjara aquele casamento.
— Querida, sinto perturbá-la — Marcus murmurou e abaixou-se para beijar o ombro desnudo. A pele de Jocelyn tinha um perfume delicioso dos cremes que ela enfileirava no toucador situado perto da janela.
Encontrara essa pequena casa na cidade, bem perto de Berkeley Square, o que era muito conveniente, e deixara a decoração por conta de Jocelyn. Deplorava o quarto com tantas rendas e frivolidades, mas era o que combinava com ela. Jocelyn era o epítome da feminilidade, ansiosa por adorar e ser adorada, exatamente o que ele desejava em uma mulher.
— Mal amanheceu — ela se queixou. — Por que você vai embora tão cedo?
— Volte a dormir. Retornarei o mais depressa possível.
— Esta noite?
Marcus pegou o calção. Onde estava o maldito Andrews? Precisava de um colarinho limpo antes de voltar para a casa de seu pai em Berkeley Square.
— Talvez eu não possa vir hoje — ele afirmou com estudado pouco-caso, enquanto abotoava o calção.
— Meu amor, você sabe o quanto eu queria ir esta noite à festa de lady St. Giles.
— Querida, não insista. Será impossível.
— Eu planejava usar o meu vestido dourado novo, aquele que você estava ansioso para ver.
Marcus agradeceu estar de costas para ela. Agradava-o a elegância de Jocelyn usando um dos trajes da coleção que lhe custava tão caro, mas não se imaginava ansioso para ver nenhuma roupa nova.
— Terei de adiar o prazer para outra ocasião — ele contornou, calçando as botas.
— Mas por quê?
— Tenho um compromisso esta noite, minha querida.
Jocelyn sentou-se, segurando o lençol de encontro aos seios volumosos, mas de maneira a deixar visíveis as curvas voluptuosas. O sono não lhe suavizava o rosto e Marcus imaginou se ela não fingia a sonolência para arrastá-lo de novo para a cama. O jogo que funcionara em outros dias, não teve efeito.
— Ela vem hoje, não é? — Jocelyn gritou.
— Meu bem, eu a avisei que este dia se aproximava.
— Você voltará para mim?
Os imensos olhos azuis, encantadores e extravasando promessas, fizeram-no pensar em ficar ali mais uma hora ou duas, e ele acariciou as longas tranças negras.
— Meu amor, não se preocupe em demasia. Ela será apenas uma esposa.
— Uma esposa que não entenderá suas necessidades!
2 de setembro de 2013
A Esposa Perfeita
Uma mulher muito especial...
Quem olhasse para Avelyn não diria que ela estava tão ansiosa, apavorada mesmo.
Esperava impressionar seu noivo no dia do casamento, mas qual seria a reação de Paen quando descobrisse que ela não era a mulher esguia e bem-feita de corpo com a qual ele certamente desejava se casar?
Paen Gerville sonhava com uma mulher voluptuosa e ardente, em cujos braços ele encontrasse refúgio e prazer depois de uma vida solitária dedicada às batalhas.
No princípio, sua noiva não parecia prometer tais delícias, com as roupas discretas que lhe escondiam o corpo, e com a aparente fragilidade e timidez.
Entretanto, ao vê-la de camisola na noite de núpcias, a imagem que Paen tinha de Avelyn mudou da água para o vinho... e ele sorriu, sedutor, antecipando as surpresas que o aguardavam nos braços daquela mulher, que era nada menos do que a esposa perfeita...
Capítulo Um
—Droga, muito estranho...
— Hum? — Lady Christina de Gerville levantou os olhos do prato, visivelmente surpresa ao ouvir essas palavras serem cochichadas. Seu olhar tornou-se suave ao se deter no rapaz sentado entre ela e o marido. Paen de Gerville, seu filho.
Seus longos cabelos escuros estavam presos à nuca, em um rabo de cavalo. Ele estava bem barbeado e usava uma túnica nova, em um tom verde-escuro, especialmente confeccionada por ela para aquela ocasião. Paen se parecia muito com o próprio pai no dia do casamento, bonito, forte e igualmente um pouquinho irritado.
— O que é estranho, filho?
— Isto. — Paen fez um gesto largo, mostrando as diversas mesas de cavalete montadas, repletas de gente.
Lorde e lady Straughton e todos os convidados estavam em volta deles, com uma exceção. A pessoa mais importante.
— O que é estranho, filho?
— Isto. — Paen fez um gesto largo, mostrando as diversas mesas de cavalete montadas, repletas de gente.
Lorde e lady Straughton e todos os convidados estavam em volta deles, com uma exceção. A pessoa mais importante.
— Onde está minha noiva? Não é estranho que ela não esteja aqui? E tampouco estava quando chegamos ontem à noite. Alguma coisa está errada...
Lady Gerville trocou um olhar divertido com o marido, Wimarc, que, numa pausa de sua conversação com lorde Straughton, também ouvira o comentário de Paen.
— Não há nada de errado, filho — lorde Wimarc de Gerville assegurou. — Sem dúvida, a noiva está demorando por causa dessas coisas de... embelezamento. É típico das mulheres. Por isso são sempre as últimas a chegar. Não precisa se preocupar.
A frase foi concluída com um tapa que pretendia ser de apoio, mas se Paen não conhecesse esse tipo de gesto afetuoso do pai e não tivesse se agarrado à mesa, teria caído do banco.
Resmungando ao se ajeitar no banco, Paen pegou um pedaço de queijo e deu uma mordida, sem contudo tirar os olhos da escadaria na expectativa de que sua noiva desceria a qualquer momento.
Lady Gerville trocou um olhar divertido com o marido, Wimarc, que, numa pausa de sua conversação com lorde Straughton, também ouvira o comentário de Paen.
— Não há nada de errado, filho — lorde Wimarc de Gerville assegurou. — Sem dúvida, a noiva está demorando por causa dessas coisas de... embelezamento. É típico das mulheres. Por isso são sempre as últimas a chegar. Não precisa se preocupar.
A frase foi concluída com um tapa que pretendia ser de apoio, mas se Paen não conhecesse esse tipo de gesto afetuoso do pai e não tivesse se agarrado à mesa, teria caído do banco.
Resmungando ao se ajeitar no banco, Paen pegou um pedaço de queijo e deu uma mordida, sem contudo tirar os olhos da escadaria na expectativa de que sua noiva desceria a qualquer momento.
Ele sabia que o pai estava certo e que estava nervoso de uma maneira fora do comum.
Agora entendia o porquê. Até então, não tivera qualquer dúvida.
Estava seguro de que tudo daria certo. Estava simplesmente indo buscar a jovem prometida para torná-la sua mulher.
Embora fosse um acontecimento novo para ele, não era muito diferente do que ir buscar um novo escudeiro, aliás uma outra coisa que também teria de fazer nessa viagem.
Embora fosse um acontecimento novo para ele, não era muito diferente do que ir buscar um novo escudeiro, aliás uma outra coisa que também teria de fazer nessa viagem.
Seu plano era se casar, passar alguns dias em Straughton e, depois, na volta para Gerville, parar para pegar o escudeiro.
Simples. Não havia grandes elaborações a fazer.Pelo menos era o que havia pensado no caminho para Straughton no dia anterior.
3 de abril de 2011
A Esposa Perfeita
A esposa perfeita tem de ser uma mulher bela, crédula e muito agradável, ou ao menos isso é o que pensava o conde Wyldewood.
Mas nesta intrigante história o protagonista se dá conta de que no matrimônio nada é o que parece…
Quando o conde de Wyldewood conhece Sabrina Winfield, acha que encontrou sua mulher ideal: uma mulher elegante, bonita e sofisticada que vai se encaixar perfeitamente nos seus braços.
E não há dúvida de que uma moça como Sabrina irá se comportar como uma mulher respeitável e vai deixá-lo ter toda a liberdade que precise, para ir, em busca dos seus próprios prazeres...
Mas sob a delicada beleza de Sabrina está a mulher mais obstinada e aventureira que o Conde já conheceu.
Ela não tem nada da mulher perfeita que ele tinha imaginado.
Logo, a única coisa que possa pensar para acalmar o espírito mordaz de sua esposa é o fim dos seus planos extravagantes, e não hesita em usar seus beijos, sua arma de sedução e tudo em seu poder para se tornar o marido perfeito.
Capítulo Um
1818
—Maldita seja. Sabrina Winfield murmurava em voz baixa enquanto olhava com desprezo a ofensiva papelada que se estendia ante ela.
De modo distraído golpeava os dedos sobre uma mesa de escritório de mogno puído, criando um tamborilo rítmico.
Estudava uma e outra vez os papéis que se amontoavam sobre a mesa, esperando encontrar algo, algo que fora importante.
Já sabia perfeitamente bem que aquilo era inútil.
As folhas de contabilidade e informe de investimentos retratavam uma imagem deprimente.
—Maldição. — gemeu, olhando rapidamente a porta fechada de sua biblioteca.
Não era conveniente que os serventes, ou pior ainda, sua filha, escutassem-na falar como uma mulher da rua.
Mas durante todos os anos que levava vivendo a vida correta que se espera de alguém com seu status social, nunca tinha encontrado nada tão satisfatório como uma boa maldição.
Em particular, é óbvio.
Sabrina voltou a dirigir a atenção aos documentos que se desdobravam ante ela. Ficavam os recursos suficientes para levar uma vida respeitável, embora um tanto austera.
Desgraçadamente, austeridade não era uma palavra que ela pudesse aceitar tão facilmente.
Tudo era culpa daquele idiota do Fitzgerald.
Deveria ter previsto o que aquele homem pequeno e com cara de porco que babava em suas mãos em lugar de acolhê-las.
Isso tinha resultado desastroso.
A razão pela que permitiu que ele se encarregasse de seus assuntos financeiros depois da morte de seu pai lhe resultava incompreensível.
Obviamente se deveu a um sentimento de lealdade equivocado.
O velho Fitzgerald tinha sido um homem com uma sólida cabeça para os negócios e muito ardiloso, além disso.
Esteve se ocupando discretamente de seus assuntos durante quase nove anos antes de seu inconveniente falecimento e tinha convertido seu investimento inicial em uma fortuna substanciosa, cômoda e inclusive excessiva.
E apesar de ser mulher, ele escutava suas sugestões e desejos.
Tinha aceitado consequentemente sua vista para as finanças.
Mas durante o ano que precedeu a sua morte, o louco de seu filho reduziu drasticamente seus recursos até deixá-los refletidos na mísera contabilidade que agora descansava diante dela.
Uma voz azucrinando em algum lugar de sua mente apontava que possivelmente não fora toda a culpa do filho do Fitzgerald.
A princípio ela teve mão dura com seus investimentos, como de costume, mas depois tinha reduzido a atenção.
Com inapetência admitia que não tinha estado tão atenta como deveria.
Distraiu-se com o período de apresentação em sociedade de sua filha.
Temporada em que tinha desperdiçado muito mais tempo do que tivesse sido prudente. Mesmo assim, pensava ela obstinadamente, tinha sido um dinheiro bem gasto.
Belinda merecia o melhor.
19 de junho de 2009
A Esposa Perfeita
Série Sterling
Devon Saint James, filha bastarda de uma perceptora, sobrevive como pode no escuro e fedorento bairro de Saint Gilles.
Uma noite é assaltada por dois criminosos que deixam o seu corpo nas ruas frias e sujas da cidade.
Mas o destino quer que naquela mesma noite, Sebastian Sterling, Marquês de Thurston, vá até ao bairro à procura do seu irmão rebelde, e pela localização das tabuletas e bordeis, depara no seu caminho com o corpo da jovem moribunda.Quando Devon recobra a consciencia desperta em um quente e confortavel quarto, debaixo do atento olhar do homem mais bonito que alguma vez imaginara.
Prólogo
Inglaterra, 1794
Sebastian Lloyd William Sterling estava deitado na cama.
Com os olhos muito abertos e um nó frio e apertado no estomago, olhava para as sombras que havia na parede do seu quarto. Não tinha nenhuma intenção de dormir, por mais que fechasse os olhos com força quando Nana entrou por um momento antes para ver conciliara o sono.
Sempre que a sua mãe e o seu pai discutiam, o sono negava-se a aparecer.
A janela de Sebastian estava aberta, o dia havia sido quente para finais de Setembro, e o seu quarto situava-se diretamente em cima dos posentos da sua mãe. Através da noite, através da escuridão, chegavam-lhe as suas vozes.
Claro que não era a primeira vez que os ouvia discutir.
Esse ano fora particularmente sangrento, não só em Londres, durante a época do isolamento, mas aqui em Thurston Hall. Acontecia sobretudo quando tinham convidados porque a marquesa adorava entretê-los. Naquele momento discutiam acerca das suas infidelidades, da sua natureza frívola e alegre.
As observações provinham do seu pai, William Sterling, marquês de Thurston, que não era um homem muito inclinado a esquecer as coisas que lhe desagradavam. Muito pelo contrario, preferia impor castigos e criticar. Desde que Sebastian raciocinava, não se lembrava de uma só vez em que o pai lhe dirigira palavras de reconhecimento; nem a ele nem a ninguém.
Quando Sebastian foi para a cama, sabia que a discussão dessa noite seria inevitável. Havia esperado tensamente pelo momento em que começasse, visto que os pais deram uma festa na sua casa de campo nesse fim de semana e o último convidado havia saído há algum tempo.
Mas a dessa noite foi uma das piores. Sebastian tapou as orelhas com as mãos, tentando afastar o som que não cessava. O seu pai discursava retoricamente, e gritava e amaldiçoava. A mãe queixava-se, defendia as suas razões, e gritava.
Ele não podia detê-los. Ninguém podia. Quando discutiam, os empregados desciam as escadas nas pontas dos pés e mantinham-se à distancia.
Por fim, ouviu-se uma porta batendo no andar de baixo, e a casa ficou de repente em silencio.
Sebastian sabia que o pai se retiraria para o escritório com uma garrafa de genebra. Ai!, teria um humor de cão pela manhã, já podia ver aqueles olhos vermelhos e inchados que o olhavam com a testa franzida, uma visão que o fazia temer a chegada do novo dia. As lições de leitura estavam programadas para o dia seguinte, e o marquês sempre assistia nesse horário quando residiam na residência de Hall.
Embora estivesse habituado aos seus comentários e
as duras acusações, sem sombra de dúvida a manhã seguinte seria mais torturante do que o normal. O rapaz suspirou. Também teria que manter o seu irmão mais novo, Justin, afastado. Ele sabia contornar o mau humor do seu pai, mas Justin não.
Na escuridão, o pequeno ficou deitado sem mover um músculo, sem fazer um ruído. Ficou assim um bom tempo e, finalmente, saltou da cama e cruzou o corredor.
Tinha o hábito de fazer uma visita aos seus irmãos quando os pais discutiam, para se assegurar de que estavam bem. A razão, desconhecia-a. Talvez fosse por ser o mais velho e, portanto, era seu o dever de cuidar deles.
Saiu furtivamente para o corredor. Nana estaria dormindo, sem dúvida (ouvira os roncos que chegavam do seu quarto). Uma vez dera uma bronca quando o descobriu na biblioteca no meio da noite. Ao contrário das outras crianças, Sebastian não temia a escuridão. Muito pelo contário, a noite era uma oportunidade para desfrutar da solidão que raramente encontrava durante o dia. Sem tutores, sem Nana a vigiá-lo, sem criados que controlassem os seus passos.
Série Sterling
1 - A Esposa Perfeita
2 - Um Noivo Perfeito
3 - Um Herói Perfeito
Série Concluída
Devon Saint James, filha bastarda de uma perceptora, sobrevive como pode no escuro e fedorento bairro de Saint Gilles.
Uma noite é assaltada por dois criminosos que deixam o seu corpo nas ruas frias e sujas da cidade.
Mas o destino quer que naquela mesma noite, Sebastian Sterling, Marquês de Thurston, vá até ao bairro à procura do seu irmão rebelde, e pela localização das tabuletas e bordeis, depara no seu caminho com o corpo da jovem moribunda.Quando Devon recobra a consciencia desperta em um quente e confortavel quarto, debaixo do atento olhar do homem mais bonito que alguma vez imaginara.
Prólogo
Inglaterra, 1794
Sebastian Lloyd William Sterling estava deitado na cama.
Com os olhos muito abertos e um nó frio e apertado no estomago, olhava para as sombras que havia na parede do seu quarto. Não tinha nenhuma intenção de dormir, por mais que fechasse os olhos com força quando Nana entrou por um momento antes para ver conciliara o sono.
Sempre que a sua mãe e o seu pai discutiam, o sono negava-se a aparecer.
A janela de Sebastian estava aberta, o dia havia sido quente para finais de Setembro, e o seu quarto situava-se diretamente em cima dos posentos da sua mãe. Através da noite, através da escuridão, chegavam-lhe as suas vozes.
Claro que não era a primeira vez que os ouvia discutir.
Esse ano fora particularmente sangrento, não só em Londres, durante a época do isolamento, mas aqui em Thurston Hall. Acontecia sobretudo quando tinham convidados porque a marquesa adorava entretê-los. Naquele momento discutiam acerca das suas infidelidades, da sua natureza frívola e alegre.
As observações provinham do seu pai, William Sterling, marquês de Thurston, que não era um homem muito inclinado a esquecer as coisas que lhe desagradavam. Muito pelo contrario, preferia impor castigos e criticar. Desde que Sebastian raciocinava, não se lembrava de uma só vez em que o pai lhe dirigira palavras de reconhecimento; nem a ele nem a ninguém.
Quando Sebastian foi para a cama, sabia que a discussão dessa noite seria inevitável. Havia esperado tensamente pelo momento em que começasse, visto que os pais deram uma festa na sua casa de campo nesse fim de semana e o último convidado havia saído há algum tempo.
Mas a dessa noite foi uma das piores. Sebastian tapou as orelhas com as mãos, tentando afastar o som que não cessava. O seu pai discursava retoricamente, e gritava e amaldiçoava. A mãe queixava-se, defendia as suas razões, e gritava.
Ele não podia detê-los. Ninguém podia. Quando discutiam, os empregados desciam as escadas nas pontas dos pés e mantinham-se à distancia.
Por fim, ouviu-se uma porta batendo no andar de baixo, e a casa ficou de repente em silencio.
Sebastian sabia que o pai se retiraria para o escritório com uma garrafa de genebra. Ai!, teria um humor de cão pela manhã, já podia ver aqueles olhos vermelhos e inchados que o olhavam com a testa franzida, uma visão que o fazia temer a chegada do novo dia. As lições de leitura estavam programadas para o dia seguinte, e o marquês sempre assistia nesse horário quando residiam na residência de Hall.
Embora estivesse habituado aos seus comentários e
as duras acusações, sem sombra de dúvida a manhã seguinte seria mais torturante do que o normal. O rapaz suspirou. Também teria que manter o seu irmão mais novo, Justin, afastado. Ele sabia contornar o mau humor do seu pai, mas Justin não.
Na escuridão, o pequeno ficou deitado sem mover um músculo, sem fazer um ruído. Ficou assim um bom tempo e, finalmente, saltou da cama e cruzou o corredor.
Tinha o hábito de fazer uma visita aos seus irmãos quando os pais discutiam, para se assegurar de que estavam bem. A razão, desconhecia-a. Talvez fosse por ser o mais velho e, portanto, era seu o dever de cuidar deles.
Saiu furtivamente para o corredor. Nana estaria dormindo, sem dúvida (ouvira os roncos que chegavam do seu quarto). Uma vez dera uma bronca quando o descobriu na biblioteca no meio da noite. Ao contrário das outras crianças, Sebastian não temia a escuridão. Muito pelo contário, a noite era uma oportunidade para desfrutar da solidão que raramente encontrava durante o dia. Sem tutores, sem Nana a vigiá-lo, sem criados que controlassem os seus passos.
Série Sterling
1 - A Esposa Perfeita
2 - Um Noivo Perfeito
3 - Um Herói Perfeito
Série Concluída
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