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23 de janeiro de 2021

A Ilha dos Abençoados


Nas páginas seguintes vocês conhecerão o Clã MacAulay e nosso herói e heroína, Graeme e Josephine, também descobrirá o que aconteceu com Albert e Laurin.

 

 

 

 

  

A Ilha dos abençoados é uma contribuição para  ”Antologia A lenda da espada Theodosia” que foi uma criação  de várias autoras.

                                                                           

 A lenda...
Uma família. Uma lenda.
Uma oportunidade para reverter as marés da fortuna.
124 A.D.
Vallum Aelium - Muro de Adriano - Forte 9
Legiovigesima Valeria Victrix - Vigésima Legião Valeriana Vitoriosa

As cores do pôr do sol salpicavam o céu cada vez mais profundo, como se um Deus enraivecido tivesse cortado os céus com grandes e violentaspinceladas. Diabolus alarum: As asas do diabo era o nome que se dava a umcéu como aquele. Se alguém olhasse o suficiente para os tons de púrpura, rosa e laranja poderiam ver demônios devolvendo o olhar, uma audiência para presenciar sua iminente destruição. Certamente o céu dava 
aquela sensação naquela noite, quando a morte se aproximava.
A tribo Otadini, a vasta tribo do norte tinha o rodeado, encerrando-os no forte como animais enjaulados. Os Otadini, a tribo nativa ao norte da grande muralha que dividia a ilha, havia observado os romanos enquanto construíam seu poderoso muro e seus poderosos fortes, acampamentos militares em miniatura, alguns com dezenas de soldados romanos. Porém aquele forte era pequeno; havia apenas oito homens e um comandante, que compreendiam o contubernium. O comandante do esquadrão de homens, um decano chamadoEuricus Lollius Pompeius, era o filho mais jovem de um grande senador romano e sinceramente, não tinha nada o que fazer no comando de uma excelente coleção de infantaria, um dos esquadrões de legionários de elite da 
Valeria Victrix.
Aquele menino, aquele malcriado menino mimado, comandava oito guerreiros experientes e não tinha a mínima experiência militar. Era um idiota. Como o forte fora construído no meio de um território hostil, o homem-menino assumira o comando baseando-se em suas conexões políticas. Os Otadini, com seus líderes violentos e um grande número de homens, não esperaram muito tempo antes de cercar o posto militar e iniciaro assédio. A 
estrutura fora completada apenas um mês antes de começarem o assédio.
Seu pequeno número não temia a luta contra os Otadini. Na primeira noite do assédio, Euricus sofreu um terrível ferimento de flecha no pescoço. Rapidamente, os Otadini cortaram com êxito, suas linhas de suprimentos e os Valeria Victrix não conseguiram enviar nenhuma mensagem ao acampamento romano mais 
próximo, para receber ajuda antes que se cortassem todas as linhas.
O posto militar mais próximo tentara enviar ajuda quando perceberam o que estava acontecendo, porém sofrera muitas baixas no processo. Agora, os homens do Forte Nove estavam separados do resto de suas tropas de luta, por vários milhares de Otadini e a esperança se dissipou tão rapidamente quanto seus 
suprimentos de alimentos e água.
Agora, cinco semanas depois dos ataques iniciais, o restante dos sobreviventes havia desaparecido e seu idiota comandante, Euricus, definhava em uma febril miséria. Sobrevivera ao ataque inicial, porém logo a morte chegaria para ele e chorava constantemente, implorando pelo consolode sua mãe, enquanto seus homens morriamlentamente de fome a sua volta. O filho malcriado de um senador igualmente malcriado tinha levado suas tropas diretamente aos dentes afiados da derrota. Sem glória, sem grandes elogiospara o jovem Euricus, 
tudo o que conheceria seria o fracasso.
No profundo dos barracões do forte, os cinco legionários sobreviventes estavam amontoados. Já não tinha sentido lutar porque estavam sem flechas ou qualquer outra arma para lançar umaofensiva. Os animais que não tinham sido queimados na primeira noite quando os estábulos foram incendiados, tinham se transformado em alimento, e agora toda aquela comida se acabara. Agora, os legionários chupavam couro ou desenterravam minhocas da terra na tentativa de acalmar sua fome. As chuvas haviam chegado fazia algumas noites e lhes 
proporcionaram um pouco de água, porém mesmo aquela reserva estava diminuindo rapidamente.
Naquela noite, um legionário mais idoso, se sentou no outro lado do quarto junto a um companheiro mais jovem. O homem mais velho tinha interferido para tomar o comando, quando seu idiota comandante saíra ferido. Aquele homem era Quintus Aquinus Falco, também encarregado de atender o comandante desde que o cirurgião da legião também tinha morrido durante a luta. Quando Quintus se recostou contra a fria parede de
pedra, encarando o jovem comandante deitado em sua cama, se contorcendo e chorando, falou com seu
grupo mais próximo.
— A lua estará cheia esta noite...