Mostrando postagens com marcador A Mulher Desejada. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador A Mulher Desejada. Mostrar todas as postagens

18 de julho de 2009

A Mulher Desejada

Série Sayerne
Nada seria como antes na vida daquele homem!

Gabrielle de Perricault não tinha nada a oferecer além de si mesma, mas sua esperança não foi suficiente para seduzir o corajoso Yves de Sant-Roux a aceitar sua causa. Embora a proposta fosse apenas comercial, Gabrielle percebeu que um perigo maior a aguardava, pois aquele cavaleiro poderia ultrapassar a barreira que rodeava seu coração!

Jurado a fugir da mancha de seu nascimento pela valentia de seus feitos, Yves de Sant-Roux evitava qualquer tipo de ligação. 
Então Gabrielle de Perricault, uma mulher com um extremo bom senso e beleza sutil, lhe prometeu algo que ele jamais havia desejado, mas que descobriu não conseguir resistir: um lar, uma família… e ela

Capítulo Um

Condado de Burgundy — Páscoa, 1114
Yves entrou nas abençoadas sombras de sua tenda, ignorando deliberadamente os aplausos da multidão. Cantavam seu nome, mas ele não tinha a menor intenção de voltar para a arena.
Como detestava aqueles torneios!
Yves tirou o elmo e passou a mão nos cabelos úmidos, permitindo que a exaustão do dia tomasse conta de seu corpo. Se não tivesse sido um pedido especial de seu lorde e protetor, nem teria competido aquela tarde.
Os torneios, para Yves, eram uma grande perda de tempo.
Examinou o rasgo na túnica preta que protegia o corpo por cima da cota de malha e ia até o tornozelo. O único ferimento daquela tarde cicatrizaria bem depressa.
— Por Deus, milorde, você esteve ótimo! — O escudeiro de Yves, Gaston, entrou repentinamente na tenda com seu entusiasmo característico.
O garoto tinha um grande sorriso nos lábios, o que tornava sua aparência mais jovem do que seus dezesseis anos. Costumava andar com os cabelos cacheados desgrenhados, o manto amassado e com algumas manchas de comida na túnica. Não era nada apropriado para o escudeiro do próprio representante do conde, o único sobrinho, andar nesse estado.
Será que Yves conseguiria torná-lo um cavaleiro? Mesmo depois de um ano juntos, tudo que ensinava ao garoto parecia não encontrar eco naquela cabecinha-de-vento.
— Língua — falou Yves, escolhendo um dentre vários assuntos.
O avermelhar das orelhas de Gaston indicava a lembrança do garoto da última aula. Seu sorriso sumiu quando pegou o elmo do mestre sem o cuidado com que Yves gostaria.
— É apenas uma expressão — argumentou ele.
Yves franziu as sobrancelhas.
— É blasfêmia. — Ele voltou à atenção para sua cota de malha. — Como já discutimos antes.
Gaston ficou sério e foi até o lado do cavaleiro. Tinha uma expressão desafiadora, mas foi rápido ao desembainhar a espada do cavaleiro.
— Todos os escudeiros o dizem — insistiu ele.
— E se todos os escudeiros decidissem ser ladrões, você se uniria a eles? — perguntou Yves.
O jovem o olhou com rebeldia, como seja suspeitasse que perderia a discussão.
— Não. De jeito nenhum.
— Mas o sacerdote do Château Montclair não lhe ensinou que não se deve blasfemar? — Não se notava irritação no tom de voz de Yves na referência à propriedade natal de Gaston, pois aprendera havia muito que não existia lugar para emoções na vida de um homem sensato.
O rosto do jovem ficou vermelho, e ele não conseguiu mais sustentar o olhar do cavaleiro.
— Não é a mesma coisa — protestou sem muita convicção.
Yves ficou contente ao perceber que Gaston pelo menos sabia reconhecer quando não tinha razão.
— Um cavaleiro deve ser honrado em tudo que diz e faz — aconselhou Yves em voz baixa.
Gaston concordou balançando a cabeça e colocou de lado a espada do mestre com mais cuidado do que o normal.


Série Sayerne
1 - Sortilégio de Amor
2 - A Esposa Encantada
3 - A Mulher Desejada
Série Concluída