A promessa a um amigo moribundo obriga Rafael Rivera, conde de Torrijos, a converter-se no marido de uma herdeira inglesa.
Ariana Seton aceita o compromisso imposto por seu avô, com a certeza de conseguir o divórcio rápido e encontrar o homem adequado para ser seu marido permanente.
Em uma época em que a Espanha está dividida em dois bandos, os que tentavam instaurar de novo a monarquia e os que a insultam, Rafael e Ariana se verão envolvidos em um complô para assassinar o homem que subiria ao trono como Alfonso XII, enquanto lutam amargamente contra a atração que vai unindo-os.
Comentário revisora final: Linda história com uma mocinha teimosa e orgulhosa, e, um típico e lindo mocinho: irresistível, lindo másculo e heróico... Amei o fundo histórico, a intriga real, e a descrição de uma Espanha vibrante!
Sem grandes surpresas e fácil de seguir uma história romântica leve e divertida o Juan é demais kkkkk.
Capítulo Um
Toledo Fevereiro De 1873.
Os olhos escuros do jovem se estreitaram de modo imperceptível.
Para os que lhe conheciam bem, era sintoma de irritação e o homem que estava frente a ele o adivinhou imediatamente.
Viu-lhe esticar as longas e musculosas pernas e as pôr com desinteresse na banqueta forrada de cetim. Esperou. Esperou até que seu anfitrião apurou o conteúdo de sua taça, depositou-a sobre a mesinha a sua direita e se incorporou.
Quando o fez, o estômago de Henry Seton se encolheu, seguro de não escapar a sua cólera. E não escapou.
A voz de Rafael Rivera soou baixa, mas carregada de ira. — Henry, é a proposta mais estúpida que me fizeram em toda a vida. Seton suspirou e assentiu em silêncio.
Ele também ele pensava que a proposta parecia uma ideia de loucos, mas não tinha outra saída.
Devia conseguir a ajuda do espanhol e era capaz de qualquer coisa para consegui-la.
— Rafael — disse, em tom conciliador — quer pensar de novo? Jogando faíscas pelos olhos, a resposta chegou quase em um grito.
— Por Judas, homem! — Não é tão má ideia.
— Para quem? — Ela não é...
— Henry, meu amigo, me escute. — Rafael se aproximou e se inclinou, apoiando-se nos braços da poltrona que ocupava o outro — Agradeço-te o oferecimento, mas sigo dizendo que é um absurdo. Esqueçamos o tema, vamos sair para comer, vamos passear por Toledo e procuremos um par de mulheres.
— Não vim lhe ver por...
— Henry, não vou me casar! Disse com tanta raiva que Seton guardou silêncio uns instantes.
Mas não demorou a voltar para a carga.
— Estou-lhe pedindo ajuda, Rafael.
— Está me pedindo que me ponha uma corda ao pescoço, condenação! Mas, que mosca te picou? Pelo amor de Deus! Levamos mais de seis anos sem nos ver, apresenta-se de supetão e me pede que despose sua neta a quem, seja dito de passagem, só vi uma vez em minha vida, quando era uma mucosa.
Henry, seriamente não está louco? Devia estar, pensou ele.
Mas o herdeiro dos Rivera era sua única salvação. Incorporou-se e passeou pela amplíssima biblioteca até reunir a coragem suficiente para lhe contar o que acontecia.
— Rafael, sente-se, por favor, e escuta.
— E um inferno! — grunhiu Rafael, dirigindo-se à porta-. — Sente-se demônios! O grito fez que Rafael ficasse pego ao chão.
Girou lentamente e olhou seu amigo como se seriamente acabasse de escapar de algum centro de saúde mental. Mas o gesto de fúria do inglês era tão patente que, a pesar dele, e sem deixar de olhá-lo, tomou assento.
— Estou morrendo. — disse Seton.
— Como?! — Os médicos me deram um ano de vida, embora eu saiba que não fica nem a metade. Suponho que tentam me animar.
— De que merda está falando, Henry? - sussurrou o espanhol.
— Vejo que recuperei sua atenção. A notícia o fez perder a cor, moço.
— Se for uma brincadeira maldito filho das ilhas! Não me faz graça.
— Não é nenhuma brincadeira, Rafael. Morro. Algo relacionado com meu sangue, dizem. — de repente pôs-se a rir — Que ironia, meu Deus! Sempre pensei que os Seton tinham sangue quase real. Sabia que um de meus bisavôs estava aparentado com...?