Considerado um dom Juan, o conde Roderick de Silverthorne tratava as mulheres como meros objetos de divertimento.
Sua fama provocou a revolta da bela lady Lucy, que prometeu mudar o rumo desta história.
Usando de um subterfúgio, envolveu-o, fazendo com que provasse da mesma taça inebriante com que encantava as mulheres. Cativou-o, seduziu-o... e o rejeitou quando ele, enamorado, pediu-a em casamento!
Capítulo Um
Sem sorte no amor
Lucy Bledsoe consultou seu guia de viagem antes de voltar a admirar a antiga torre em estilo Mapildon. Apesar de manter a atenção voltada para os detalhes de arquitetura da catedral, não deixou de notar que estava sendo observada.
Duas conhecidas damas de Canterbury cochichavam a certa distância e os constantes olhares que lhe lançavam fizeram-na deduzir que falavam sobre ela. No mesmo instante olhou para baixo para verificar se seu vestido estava sujo, mas viu que seu traje estava em perfeitas condições. Levou a mão ao chapéu, pensando haver algo de errado com a pluma que o enfeitava, mas ela estava no lugar certo. Lucy não conseguiu imaginar qual seria o motivo que levara aquelas duas senhoras a cochicharem a seu respeito.
Quando Lucy e lady Philpott afastaram-se da catedral, a dama queixou-se da intensidade do sol e depois voltou-se para Lucy, dizendo:
— Chega de igrejas por hoje. Acho melhor irmos às lojas, querida, quero ver se encontro renda branca.
Lucy concordou com um sorriso e as duas começaram a caminhar em direção à High Street. Lucy ia falar sobre os olhares das damas que ainda a observavam de longe, mas foi interrompida por outra reclamação de lady Philpott em relação às folhas de árvores amontoadas ao longo do caminho.
Mais à frente, havia outras três damas paradas em frente a uma loja de tecidos. Elas não fizeram nenhum comentário, mas ficaram observando as duas passarem. Só pararam de olhar quando Lucy as encarou. Intrigada, Lucy interrompeu as reclamações que lady Philpott ainda fazia para perguntar:
— Milady, por que será que as pessoas estão me olhando deste jeito?
— Oh, não ligue para isso, querida. Em uma cidade monótona como esta, as pessoas não têm outra coisa para fazer a não ser ficar olhando umas para as outras.
— Gostaria que não fossem tão indiscretas — comentou Lucy, com um suspiro. — Pensei que fosse encontrar um pouco de privacidade e sossego aqui em Canterbury.
— Se quer saber minha opinião — começou lady Philpott, que sempre dava sua opinião, quer ela fosse pedida ou não —, Canterbury é uma cidade sossegada demais no momento. Não há muitos cavalheiros por aqui. Eu não ficaria surpresa se recebesse a notícia de que todos os rapazes solteiros foram lutar na guerra. Você mesma viu o que aconteceu ontem, em Queenscroft. Lady Roderick não conseguiu nem formar os pares para a dança! Gostaria que tivesse sido diferente, querida, para o seu bem. Se ao menos o filho de lady Roderick estivesse aqui na cidade... Lorde Roderick é um ótimo partido e dizem que é incrivelmente bonito.
Lucy sorriu ao comentar:
— Não lamentei nem um pouco o fato de não haver cavalheiros disponíveis. Eu não estava mesmo com vontade de dançar.
As duas pararam diante de uma butique. Lady Philpott deixou Lucy esperando à porta e entrou para perguntar o preço de uma peça de renda, exposta na vitrine. Quando ficou sabendo que o metro custava sete xelins, começou a discutir com a vendedora, acusando-a de extorsão.
Lucy, que abominava discussões daquele tipo, preferiu continuar do lado de fora da butique, observando outros artigos expostos na vitrine. De repente, ouviu o nome de sir Vale Saunders ser mencionado. Com um sobressalto, olhou para o lado e viu duas elegantes damas conversando a pouca distância. Ficou ainda mais espantada quando ouviu uma delas dizer:
— Coitadinha... Não tem mesmo sorte no amor...
Lucy fixou o olhar na vitrine, sem acreditar no que acabara de escutar. Agora entendia por que as pessoas a olhavam daquela maneira e cochichavam quando a viam passar. Não fazia nem uma semana que estava na cidade e todos já sabiam que ela havia ido a Bath, onde se apaixonara por sir Vale Saunders! Pelo visto, também sabiam que havia sofrido uma desilusão amorosa. E agora não perdiam oportunidade de comentar sua infelicidade. Pior, estavam sentindo pena dela! Lucy sentiu o rosto arder de indignação.
Assim que lady Philpott saiu da butique, Lucy expressou seu desejo de voltar a Queenscroft. Já haviam andado um bom pedaço quando ela voltou a falar:
— Milady, como as pessoas aqui da cidade ficaram sabendo do que aconteceu em Bath?
— Elas não sabem de nada, querida. O assunto não lhes diz respeito.
— Pois eu acho que sabem, milady. E o que é pior, estão me olhando como se eu fosse personagem de uma tragédia!
Usando de um subterfúgio, envolveu-o, fazendo com que provasse da mesma taça inebriante com que encantava as mulheres. Cativou-o, seduziu-o... e o rejeitou quando ele, enamorado, pediu-a em casamento!
Capítulo Um
Sem sorte no amor
Lucy Bledsoe consultou seu guia de viagem antes de voltar a admirar a antiga torre em estilo Mapildon. Apesar de manter a atenção voltada para os detalhes de arquitetura da catedral, não deixou de notar que estava sendo observada.
Duas conhecidas damas de Canterbury cochichavam a certa distância e os constantes olhares que lhe lançavam fizeram-na deduzir que falavam sobre ela. No mesmo instante olhou para baixo para verificar se seu vestido estava sujo, mas viu que seu traje estava em perfeitas condições. Levou a mão ao chapéu, pensando haver algo de errado com a pluma que o enfeitava, mas ela estava no lugar certo. Lucy não conseguiu imaginar qual seria o motivo que levara aquelas duas senhoras a cochicharem a seu respeito.
Quando Lucy e lady Philpott afastaram-se da catedral, a dama queixou-se da intensidade do sol e depois voltou-se para Lucy, dizendo:
— Chega de igrejas por hoje. Acho melhor irmos às lojas, querida, quero ver se encontro renda branca.
Lucy concordou com um sorriso e as duas começaram a caminhar em direção à High Street. Lucy ia falar sobre os olhares das damas que ainda a observavam de longe, mas foi interrompida por outra reclamação de lady Philpott em relação às folhas de árvores amontoadas ao longo do caminho.
Mais à frente, havia outras três damas paradas em frente a uma loja de tecidos. Elas não fizeram nenhum comentário, mas ficaram observando as duas passarem. Só pararam de olhar quando Lucy as encarou. Intrigada, Lucy interrompeu as reclamações que lady Philpott ainda fazia para perguntar:
— Milady, por que será que as pessoas estão me olhando deste jeito?
— Oh, não ligue para isso, querida. Em uma cidade monótona como esta, as pessoas não têm outra coisa para fazer a não ser ficar olhando umas para as outras.
— Gostaria que não fossem tão indiscretas — comentou Lucy, com um suspiro. — Pensei que fosse encontrar um pouco de privacidade e sossego aqui em Canterbury.
— Se quer saber minha opinião — começou lady Philpott, que sempre dava sua opinião, quer ela fosse pedida ou não —, Canterbury é uma cidade sossegada demais no momento. Não há muitos cavalheiros por aqui. Eu não ficaria surpresa se recebesse a notícia de que todos os rapazes solteiros foram lutar na guerra. Você mesma viu o que aconteceu ontem, em Queenscroft. Lady Roderick não conseguiu nem formar os pares para a dança! Gostaria que tivesse sido diferente, querida, para o seu bem. Se ao menos o filho de lady Roderick estivesse aqui na cidade... Lorde Roderick é um ótimo partido e dizem que é incrivelmente bonito.
Lucy sorriu ao comentar:
— Não lamentei nem um pouco o fato de não haver cavalheiros disponíveis. Eu não estava mesmo com vontade de dançar.
As duas pararam diante de uma butique. Lady Philpott deixou Lucy esperando à porta e entrou para perguntar o preço de uma peça de renda, exposta na vitrine. Quando ficou sabendo que o metro custava sete xelins, começou a discutir com a vendedora, acusando-a de extorsão.
Lucy, que abominava discussões daquele tipo, preferiu continuar do lado de fora da butique, observando outros artigos expostos na vitrine. De repente, ouviu o nome de sir Vale Saunders ser mencionado. Com um sobressalto, olhou para o lado e viu duas elegantes damas conversando a pouca distância. Ficou ainda mais espantada quando ouviu uma delas dizer:
— Coitadinha... Não tem mesmo sorte no amor...
Lucy fixou o olhar na vitrine, sem acreditar no que acabara de escutar. Agora entendia por que as pessoas a olhavam daquela maneira e cochichavam quando a viam passar. Não fazia nem uma semana que estava na cidade e todos já sabiam que ela havia ido a Bath, onde se apaixonara por sir Vale Saunders! Pelo visto, também sabiam que havia sofrido uma desilusão amorosa. E agora não perdiam oportunidade de comentar sua infelicidade. Pior, estavam sentindo pena dela! Lucy sentiu o rosto arder de indignação.
Assim que lady Philpott saiu da butique, Lucy expressou seu desejo de voltar a Queenscroft. Já haviam andado um bom pedaço quando ela voltou a falar:
— Milady, como as pessoas aqui da cidade ficaram sabendo do que aconteceu em Bath?
— Elas não sabem de nada, querida. O assunto não lhes diz respeito.
— Pois eu acho que sabem, milady. E o que é pior, estão me olhando como se eu fosse personagem de uma tragédia!