A vida de Elise de Bois, filha ilegítima do Rei Henrique II da Inglaterra, mudou no dia em que conheceu Sir Bryan Stede, inigualável guerreiro, nobre de escassa fortuna e fiel a seu senhor.
Bryan acredita que a moça tem algo a ver com a morte de seu Rei e a trata com brutalidade. Isso fez nascer neles um rancor alimentado pelos mal-entendidos. Mas indevidamente seus destinos se cruzam uma e outra vez... Até que o Rei decide casá-los.
Entre a Inglaterra e a Palestina das Cruzadas, o mundo medieval com sua fascinação e sua dureza é testemunha de uma história de amor tão intensa como tempestuosa, que constitui a mais inesquecível das leituras.
Capítulo Um
O cavaleiro estava alcançando-a. Com cada ensurdecedor momento que transcorria, ela ouvia como o implacável retumbar dos firmes cascos do corcel ia se aproximando um pouco mais.
O cavalo sobre o que ela fugia suava, ofegando desesperadamente para encontrar cada nova respiração trêmula de ar que estremecia através dos músculos de seus flancos, enquanto este lutava por manter seu frenético galopar sobre a lama através do bosque. Elise podia sentir como o animal se esforçava debaixo dela, com o grande peso em sua garupa flexionando..., contraindo...
Elise se atreveu em olhar para trás enquanto o vento soprava ao redor dela na escuridão da noite, cegando-a com os fios que ia soltando de seus próprios cabelos. De repente seu coração pareceu parar, depois palpitar ainda mais ruidosamente do que o estrépito dos cascos do corcel que galopava atrás de sua montaria.
O cavaleiro já estava quase em cima dela. A égua não tinha nenhuma possibilidade de escapar da perseguição de um experiente corcel de guerra.
E ela não tinha nenhuma oração contra o cavaleiro negro que montava aquele corcel negro como a meia-noite. Tinha visto ele subir na sela. O cavaleiro era ainda mais alto do que Ricardo Coração de Leão, tão largo nos ombros e tão fino nos quadris como ele.
— Não! — Ofegou Elise, se inclinando sobre o pescoço de sua égua para apressá-la que fosse ainda mais rápida. Não, não, não! — Acrescentou em silêncio. — Não serei apanhada e degolada. Lutarei. Lutarei. Lutarei até que tenha exalado meu último fôlego...
Santo Deus, o que tinha acontecido? Onde estavam os homens que deveriam estar ao redor do castelo, aqueles que deveria escutar os gritos das sentinelas?
Oh, Jesus Cristo misericordioso que está nos céus! O que tinha acontecido?