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29 de março de 2015

Casamento em Nova York








Herdeira da maior fortuna dos Estados Unidos, Virgínia tinha tudo para ser uma das moças mais invejadas do mundo. Por ser feia e gorda, porém, era desdenhada por todos. 

Sua mãe, dama esnobe e autoritária, não lhe dedicava amor nem carinho. 
A rica senhora, desejosa de um título de nobreza, para se impor ainda mais às amigas, chegou ao cúmulo de "vender" a filha a um duque inglês, dando-lhe em troca um dote de sete milhões de dólares. Virgínia foi obrigada, então, a casar-se com um homem desprezível, ambicioso e falido!

Capítulo Um

1902
— Não vou me casar com um homem que nem conheço, mamãe! Não vou, não vou, não vou! Não pode me obrigar!
— Virgínia Stuyvesant Clay, você vai fazer o que eu mandar! — replicou uma voz áspera.
A sra. Clay levantou-se com impaciência, andou pela enorme sala decorada com exagero, e encarou a filha.
— Sabe o que está dizendo, menina? Recusa casar-se com um inglês que muito breve será duque! Um duque! Ouviu bem? Há apenas vinte e seis duques na Inglaterra, e você será duquesa. Isso dará uma lição à sra. Astor que me olha por baixo, como se eu fosse uma "ninguém". O dia que eu vir você saindo da igreja como futura duquesa acho que vou morrer de alegria!
— Mas, mamãe, ele nem me conhece! — queixou-se Virgínia.
— Que tem isso a ver com o caso? Estamos em 1902, é verdade, no começo de um novo século, mas na Europa casamentos ainda são arranjados pelos pais dos noivos, e dão certo.
— Você sabe, mamãe, que o marquês quer se casar comigo por dinheiro, nada mais.
— Que modo ridículo de falar, Virgínia — respondeu a mãe.
— A duquesa é velha amiga minha. Há mais ou menos dez anos seu pai e eu a conhecemos numa viagem à Europa, e ela amavelmente nos convidou para um baile em seu castelo.
— E vocês pagaram a entrada — interrompeu-a Virgínia.
— Isso não vem ao caso. Foi um baile de caridade, e nunca escondi. Continuei ajudando-a em suas obras sociais e ela sempre se mostrou muito grata a mim.
— Gosta de seu dinheiro, mamãe!
— Mantemos correspondência regularmente, mando-lhe presentes pelo Natal e ela agradece. Escreveu-me perguntando se eu tinha uma filha na idade de casar. Então, senti-me recompensada pelos milhares de dólares que lhe tenho enviado ano após ano. Agora começam a ser pagos os dividendos.
— Mas eu não desejo ser esses dividendos, mamãe. E, embora a duquesa seja encantadora, você nem conhece o filho dela.
— Vi fotografias e me parece um rapaz muito simpático. Não é um menino, fez vinte e oito anos já. Um homem, Virgínia. Um homem para cuidar de você e de toda essa incalculável fortuna que seu pai lhe deixou.
— Oh, mamãe, vamos entrar nesse assunto outra vez? Você é rica, muito rica, e a razão de papai ter deixado seu dinheiro dividido igualmente entre nós duas não importa.
Quanto a mim, pode ficar com tudo. Aí, só quero ver se esse marquês ainda vai se interessar por mim.
— Virgínia, você é a criatura mais ingrata do mundo! Tem a oportunidade de realizar o sonho de todas as moças, casando-se com um dos homens mais importantes da Inglaterra; na verdade, do mundo! Pode imaginar o que suas amigas dirão? Pense em Millie, em Nancy, em Gloriana. Vão ficar verdes de inveja! Você será convidada para ir ao Buckingham Palace, jantará com o novo rei e a rainha. Usará uma coroa na cabeça.
— Uma tiara, mamãe!