Série Irmãos Longton
Torrente de paixões...
Burke Longton viaja para a Escócia à procura do irmão, e acaba preso num calabouço, acusado de um crime que não cometeu. Antes que ele consiga arquitetar um plano para fugir, porém, um bando de mal-encarados invade sua cela, e ele é libertado por uma mulher tão bonita quanto encrenqueira e autoritária...
Capítulo Um
Storm é um anjo vingador que resgata das prisões os injustamente encarcerados, uma fora-da-lei procurada pelo governo escocês.
Tudo e todos que ela mais amou lhe foram tirados, e ela está decidida a não permitir que isso volte a acontecer. Storm não tem tempo para o amor e par? Sentimentalismos... Até conhecer Burke.
Ousados e arrebatadores, os beijos dele prometem noites de ardente paixão, e seus olhos a desafiam a sonhar com um futuro ao lado dele.
Terá ela coragem de deixar que esse homem derrube suas defesas e a convença a confiar novamente em seu coração?...
Ao ver o grupo de cinco homenzarrões irromper na cela em que ele se achava, Burke Longton, tomando as correntes na mão, de pronto se pôs em pé.
Embora nem imaginasse qual dos seis prisioneiros que se encontravam naquele cubículo o bando viera resgatar, de uma coisa tinha certeza: iria sair dali com eles. Após duas semanas naquele buraco malcheiroso, não suportava nem sequer a idéia de permanecer ali.
Precisava se ver livre daquele inferno a qualquer preço.
— Não temos tempo a perder — afirmou o mais alto deles.
— Façam o que dissermos, e iremos tirá-los daqui.
Para Burke, estava de bom tamanho; qualquer sacrifício valeria a pena se o resultado fosse se ver livre daquela masmorra infecta.
Além do quê, os demais prisioneiros davam sinais de concordar com a exigência: todos já se erguiam, alguns com certa dificuldade, para estender os braços e mostrar os pulsos seguros pelas correntes que lhes feriam a carne.
De súbito, o carcereiro foi empurrado para o interior da cela, e Burke não o poupou de um olhar irado.
Detestava aquele sujeito barrigudo que tinha sempre um sorriso malévolo nos lábios finos, um arauto das sevícias que se sucediam em todas as dependências do calabouço. Dessa vez, no entanto, o miserável parecia ter trocado o ar eternamente satisfeito por uma expressão um tanto assustada.
— As chaves!
Burke pestanejou um par de vezes. Era um rapazinho que viera logo atrás do carcereiro? Não, não parecia.
Curvas e saliências em demasia, e todas nos lugares adequados. Sim, olhando bem era possível constatar que se tratava de uma mulher, pelo visto ainda jovem, de compleição miúda, em trajes masculinos... e que empunhava com muita desenvoltura uma espada quase do seu tamanho.
— Não vou repetir. — Ela agora pressionava a pon¬ta da lâmina entre as dobras do pescoço do carcereiro. — Entendeu?
Burke não conteve um sorriso quando, mais do que depressa, o sujeito tratou de pôr um molho de chaves na mão da mocinha.
— Tanin — chamou ela, atirando as chaves presas num aro de ferro para o mais alto do grupo.
O camarada apanhou-as no ar e, sem perder um só segundo, cuidou de desagrilhoar os prisioneiros, ao mesmo tempo em que outros dois membros do bando amarravam o carcereiro como um leitão a ser assado.
— Ele precisa de ajuda. — A jovem indicou com a cabeça um dos presos que aparentava dificuldade em manter-se de pé e, em seguida, pôs-se a examinar a cela com um par de viçosos olhos azuis.
Aquela tonalidade de anil refletiu Burke, fazia lembrar um oceano encapelado prestes a ser varrido por um temporal.
— Parece que ele não está aqui — disse a jovem, irritada.
— Mas me disseram que era aqui que ele estava.
Série Irmãos Longton
1 - Corações Indomáveis
2 - Medo de Amar
Série Concluída