Mostrando postagens com marcador Cynthia Pratt. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Cynthia Pratt. Mostrar todas as postagens

3 de janeiro de 2011

Declaração de Amor

Debaixo do visco...

Três anos atrás, Sophie seguiu seu coração e se casou com um poeta, um homem intelectual e encantador, mas que ela logo descobriu ser indigno de confiança.
Agora, viúva e recém-chegada de volta à Inglaterra, Sophie está determinada a manter sua independência... da família e do amor.
Claro que ela não poderia imaginar que seus esforços ganhariam um aliado inesperado: Dominic Swift, o duque de Saltaire.
Tampouco que, com aquele charme natural e boa aparência, ele provaria ser merecedor de seu afeto...Dominic se apaixonou por Sophie na véspera do casamento dela. Agora, três anos depois, ele sabe que Sophie precisa, antes de mais nada, de um amigo, mas descobre que é cada vez mais difícil derrubar a muralha de coragem e determinação que ela ergueu à sua volta.E jura para si mesmo encontrar uma maneira de não só conquistar a confiança de Sophie, mas também de convencê-la de que ela é a mulher certa para ele, agora e para sempre!

Capítulo Um

As cidades litorâneas eram todas iguais, pensou Dominic.
A brisa, o sol, o cheiro. Ele desmontou do ca­valo cansado, dando-lhe leves tapinhas distraidamente, enquanto sentia a maresia com aquele odor característico de peixe. Mesmo assim, Dover tinha seus encantos, e não apenas por ser o fim de sua cansativa jornada.
— Qual é o caminho para as docas? — perguntou a um homem que estava passando por ali.
— As docas, senhor? — repetiu o homem, olhando por sobre o ombro de Dominic para a carruagem, o cocheiro e os lacaios que bebiam água para matar a sede.
A carruagem tinha um brasão vistoso na porta, nas cores vermelha e azul, que sobressaíam mesmo com toda a poeira e lama que ali se encontravam.
Ao ver o brasão, o homem mudou a voz para um tom mais gentil e adulador.
— Sim. Estou esperando um navio que chega hoje da Itália.
— Da Itália, senhor? Deve ser o Aten de Mui, que vem de Marselha e Palermo. Eu mesmo posso levá-lo até lá.
Reconhecendo o nome como Attendez Moi, e os nomes dos portos de origem do navio, Dominic seguiu o homem, não sem antes ordenar a Fissing que procurasse boas aco­modações para eles.
O criado, quase tão alto quanto Dominic, mas com a metade de seu peso, fez uma mesura, com aquele ar de afronta que dizia ao patrão que a ordem era desnecessária. Era evidente que Fissing escolheria a dedo acomodações à altura de seu patrão.
Era uma pena para o criado que Dominic não fosse nem um pouco exigente.
Ele sabia que isso deixava seu serviçal frustrado, mas Fissing era uma herança de família e nunca consideraria trabalhar para outra pessoa que não fosse o duque de Saltaire.
A brisa que chegou até eles ao saírem do pátio coberto fez o homem tremer de frio e se proteger com os braços em volta do corpo. Ele lançou um olhar cansado na direção do sol que se punha.
— Logo vai começar a nevar.
— Sem dúvida — concordou Dominic, caminhando ao lado dele com seu casaco aberto. — Já estamos quase em dezembro.
— O senhor não está com frio? — perguntou o homem de repente, com certa curiosidade.
— Não. Estamos muito longe?
— É logo ali.
O porto de Dover era agitado mesmo no inverno. Oficiais da Marinha e marujos andavam aos pares, como freiras, com as mãos cruzadas atrás das costas.
Peixeiros apres­sados carregavam nos ombros sua mercadoria, deixando para trás o ar impregnado com o cheiro forte de pescado. Homens bem-vestidos também passavam por ali, parando apenas para se cumprimentarem e depois prosseguir seu caminho.
Havia também algumas mulheres, igualmente apressadas, e garotos correndo por entre os transeuntes feito flechas, transpondo os obstáculos, quer fossem huma­nos, animais ou inanimados.
Os botequins pareciam estar progredindo a todo o va­por, Dominic pensou, ao notar o intenso movimento dos ho­mens que emborcavam uma caneca de cerveja após outra. As únicas criaturas que não pareciam estar contagiadas por toda aquela agitação eram os cavalos, que esperavam pacientemente que alguém retirasse suas cargas.
— Oh, isto não é nada, senhor — disse o homem, quan­do Dominic perguntou se era dia de mercado. — O senhor precisava ter visto isto aqui na época da guerra! Os mari­nheiros mal conseguiam andar nas docas. Vejo que o se­nhor é novo na cidade...