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2 de novembro de 2014

Encontro Com A Felicidade





O duque de Eaglefreld aproximou-se do rio cristalino, onde os salgueiros debruçavam-se sobre as águas calmas que espelhavam o céu azul. 

Encantado com o cenário mágico, Theo Eaglefreld pensou estar sonhando ao ver, à beira do rio, uma linda jovem com reflexos do sol nos cabelos dourados e a pele alva se destacando na paisagem. 
Numa fração de segundo ele percebeu que ela, desesperada, tencionava jogar-se nas águas geladas. 
Sem pensar em mais nada, envolveu-a em seus braços, tentando salvá-la de tão cruel destino!

Capítulo Um

1827
O duque de Eaglefield caminhou ao longo da extensa janela do salão de festas e afinal se viu no jardim.
Ele se afastou bastante da casa, por isso a música que tocava ao longe quase não se ouvia.
Sentou-se e contemplou o mar.
A estrelas começavam a pontilhar o céu e a lua já despontava por detrás das árvores. À luz prateada, tudo parecia ainda mais romântico.
O duque, no entanto, mal se dava conta da beleza que tinha a seu redor. Sentado no banco de madeira, pensava no fato de ter fugido das festividades.E tais festividades arrebatavam tanto o rei, a ponto de ele promover uma festa após outra no Pavilhão Chinês em Brighton.
Para a maioria das pessoas, o palácio por si só era fantástico, apesar de inapropriado para a Inglaterra.
A mobília, apesar de valiosa, não condizia com os costumes ingleses.A maior parte dos móveis era oriunda de Carlton House.
Na época, como príncipe-regente, o rei fora criticado por suas preferências e muitos comentários foram feitos a respeito da fortuna que ele tinha gasto no palácio.O salão de festas, onde ele recepcionava os convidados aquela noite, primava pela ostentação.
Somente o príncipe-regente poderia ter imaginado algo tão fantástico como os enormes candelabros em forma de nenúfar.Á parte externa do pavilhão lembrava o Kremlin de Moscou.
No salão de festas havia um dragão de prata que espreitava os convidados por detrás de várias palmeiras gigantes.E, além de tudo, as chacotas, o riso das mulheres e a música estridente da orquestra eram mais do que o duque podia suportar.Portanto, fugira da festa no momento em que percebeu que ninguém sentiria sua falta.Naquele momento ele se limitou a respirar fundo o ar salgado que vinha do mar.
Se queria ficar sozinho, porém, não foi feliz. Logo ouviu passos atrás de si.O conde enrijeceu o corpo, contrariado com a intromissão.Uma voz então disse:
— Vi quando deixou a festa às escondidas, Theo. O que faz aqui?
O duque deixou escapar um suspiro de alívio.
O intruso era Harry Hampton, um grande amigo, por quem nutria profunda afeição.
Ambos haviam crescido juntos e frequentado o Eton no mesmo período.
Após deixarem Oxford, reuniram-se à Household Brigade.
O duque, porém, deixara de ser soldado desde o momento em que herdara o título.Pelo fato de ter perdido a companhia do amigo, o conde insistira para que ele se demitisse do exército.
Harry sentou-se ao lado do duque.
Qualquer pessoa que os olhasse, enquanto estavam juntos, concluiria que eram os homens mais elegantes que a Inglaterra já vira. O duque, em particular, era um jovem muito atraente. Seus cabelos eram negros, os quais ele penteava para trás da cabeça, deixando à mostra a testa decidida e as feições clássicas.
Harry era também um belo jovem, e os dois tinham a mesma estatura. Por serem de porte atlético, havia leveza e virilidade em seus movimentos.
— Por que veio aqui para fora? — Harry quis saber. — Lady Antônia se tornou enfadonha?
— Sinto-me entediado — o duque explicou —, entediado por ter de rir sempre das mesmas piadas, apreciar a mesma comida, a mesma música e, se quer saber a verdade, de ver sempre os mesmos rostos!
Harry riu.
— Sei o que quer dizer — ele respondeu —, mas me diga, que outra alternativa temos?
— É essa a pergunta que tenho feito a mim mesmo sem achar resposta — o duque argumentou.
— Alguém deve tê-lo aborrecido para que esteja assim, tão mal-humorado — Harry observou pensativo. — Eu vi quando lady Antônia começou a flertar com alguns homens, cujos nomes agora não me lembro.
— Ela quer que eu sinta ciúme — o duque observou —, e tudo porque deseja que eu lhe presenteie com os cavalos alazão que trouxe na semana passada de Penny Wakehurst.
— Mas você só montou esses animais uma vez, pelo que sei — Harry exclamou.
— Sei disso — o duque replicou —, mas sabe como é Antônia quando cisma com algo. Jamais descansa enquanto não atinge seus objetivos!