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8 de janeiro de 2009

Série Lacis

Comecei a ler este romance pensei que não era tão bom.
Mas é surpreendente ...o suspense é tanto que você vai querer ler até o fim rapidinho acredite!!!


1 - BODAS DE FOGO
Isadora de Laci
Feito um vendaval, Isadora invadiu o castelo de Dunmurrow para reivindicar o Cavaleiro Vermelho como marido!
E Piers percebeu que sua vida mudaria para sempre.
Mas uma mulher tão ardente e cheia de luz iria aceitar viver uma paixão envolta pelas trevas?


Piers Montmorency
Diziam que o misterioso Cavaleiro Vermelho não era um simples mortal.
Que fizera um pacto com demônio, em troca de se tornar um guerreiro invencível. Isadora, porém, podia sentir com todo o seu ser que as sombras do enigmático e fascinante Piers ocultavam um segredo muito mais profundo...

Capítulo Um

Isadora sentia-se como um verdadeiro presente de Natal!
Ou talvez uma iguaria deliciosa, aguardando o momento de ser devorada pelos cavaleiros famintos que se moviam lá embaixo como um punhado de cães raivosos e famintos.
Todos, sem exceção, tinham se empanturrado de vinho, cerveja e comida.
Agora pareciam ansiosos para receber um prêmio especial.
Até se poderia pensar que as festas de fim de ano já haviam chegado, tal a maneira como se banqueteava aqui, na corte do rei Edward.
A cena lhe causava tamanha aversão que Isadora não conseguiu controlar a expressão nauseada do rosto.
Porém ao perceber a aproximação de sua aia, virou-se imediatamente de costas.
Não queria ser vista assim, vulnerável e impotente, quando sempre soubera enfrentar qualquer situação.
Mas Edith, tendo carregado-a no colo desde que nascera e a acompanhado ao longo da vida, podia reconhecer o estado de ânimo que a dominava a distância.
- Que foi, minha lady? - a mulher indagou baixinho.
- Que foi? Isadora sorriu amarga, a voz normalmente melodiosa vibrando de raiva e desprezo. – Sinto-me o prêmio de um torneio, toda embrulhada e enfeitada num gesto irritado, passou a mão pelo vestido bordado e pela capa debruada de arminho esperando ser entregue ao vencedor.



2 - ESPOSA VIRGEM
Bretanha, Idade Média

Sophie Hexham ficou desapontada com o desinteresse de Nicholas de Laci em fazer-lhe companhia no leito nupcial...É que Nicholas, obrigado a se casar, por ordem do rei, com a sobrinha de seu maior inimigo, jurara vingar-se fazendo-a sofrer.  Mas Sophie sabia como conquistar o coração do marido de uma maneira que ele jamais imaginara!

Capítulo Um

Idade Média

Com olhar sombrio para a caneca de cerveja, Nicholas de Laci apoiava-se à parede. 
Não estava embriagado. Nunca bebia demais. 
Isso lhe embotaria os sentidos e os dele eram afiados como uma navalha. Como prova disso, levantou a cabeça ao ouvir um ruído na entrada do salão.
Mantinha o olhar alerta ao menor sinal de perigo.
Mas tratava-se apenas da irmã Isadora com o bebê no colo.
Hexham não passaria por ali outra vez.
Apesar da disciplina férrea, a idéia invadiu-lhe a mente como um fantasma negro.
Por um momento, Nicholas debateu-a. Seu inimigo estava morto.
O vizinho, que o tinha abandonado ferido na Terra Santa e voltado para roubar-lhe as terras, perecera neste mesmo salão, nas mãos de Piers, o marido de Isadora.
O fato o privara de exercer a vingança.
Nicholas olhou para as duas cadeiras pesadas, na frente do salão, onde a cena se passara.
Mas os ladrilhos já tinham sido lavados e o sangue de Hexham se fora para sempre. Nicholas jamais o veria soluçar e, assim, não sentiria o prazer da vingança tão arraigada em sua alma.
Desde então, nesse último ano, ele tentara executar outras mortes, trabalhando como soldado contratado.
Todavia, o extermínio de estranhos significava tão pouco quanto as parcas moedas recebidas em sua troca.
Nicholas já possuía fortuna e uma próspera propriedade.
Construído pelo pai, Belvry era um castelo moderno que provocava a inveja de seus pares.
O fato, entretanto, não lhe provocava satisfação.
Por isso, estava ali, no local do desapontamento amargo, em busca de alento para o vazio em que sua vida se tomara.
Nicholas apertou os dedos em volta da caneca.
Na verdade, não encontrava estímulo em nada, pois tudo perdera o significado para ele. Sua irmã havia mudado muito nesses cinco anos que ele passara na Terra Santa. Ele nem mais a reconhecia.
Nicholas também se ressentia do fato de o cunhado tê-lo privado do que mais desejava:
tirar a vida de Hexham.
― Nicholas! Eu não o vi aí encostado na parede. O que pretende fazer esta tarde? ― Isadora perguntou com aquele meio sorriso desconfiado, com o qual ele já se acostumara.
A irmã linda, de cabelos loiros, não sabia o que fazer com ele, mas isso não o surpreendia.
Ele próprio não sabia o que fazer consigo mesmo.
― Nada ― respondeu Nicholas com olhar indiferente.
Isadora sentou-se num banco e dirigiu-se à filhinha:― Veja, Sybil, é seu tio Nicholas.
Ao ouvir a voz terna e amorosa, ele quase não acreditou.
A Isadora que ele conhecia era uma jovem altiva, castelã eficiente, mas incapaz de demonstrações afetivas.
Agora, em vez de deixar a criança sob os cuidados da babá, carregava-a para todos os cantos grande parte do tempo. Difícil entender tal atitude.
Um movimento na entrada chamou-lhe a atenção.
Virando-se depressa, Nicholas viu Piers entrar no salão.
Homem de estatura avantajada, o marido de Isadora seria capaz de intimidar as pessoas, mas raramente o fazia.
Ele parecia deliciar-se com o mundo em volta, do qual se vira desligado durante uma crise de cegueira temporária.
― Piers! ― exclamou Isadora sem esconder a alegria. ― Veja, Sybil, é o papai ― acrescentou, sacudindo a mãozinha da criança para o cavaleiro imponente.
Talvez algo durante o parto houvesse danificado a mente da irmã, pensou Nicholas não pela primeira vez durante a estadia ali.
― Fique no colo do titio enquanto recebo seu pai -― disse Isadora.
Para horror de Nicholas, ele viu-se com a sobrinha no braço.
Era pequena, gorda e sem um fio de cabelo.
Cheirava a uma mistura de leite e sabonete. Ele a estrangularia caso lhe sujasse a túnica.
Com a caneca de cerveja em uma das mãos e o bebê no outro braço, Nicholas dirigiu um olhar impotente para a irmã. Porém, ela já se afastava.
Atônito, viu-a atirar-se nos braços do marido.
Nicholas jamais se acostumaria àquele comportamento.
Numa cena constrangedora, o casal beijou-se apaixonadamente como se estivesse em seu quarto.
Talvez a crise de cegueira também houvesse perturbado a mente do cunhado, refletiu Nicholas.
A criança percebeu de repente onde estava e pôs-se á chorar alto.
Nicholas estremeceu e imaginou se não deveria deixar logo o castelo de Dunmorrow. Sentia-se embaraçado ao lado desse trio estranho, mas feliz.
Em comparação à deles, sua vida parecia mais vazia e sem propósito.
― Pegue aqui ― disse ele, estendendo a criança para a mãe.
― Pronto, Sybil. Você deve estar com sono ― Isadora murmurou.
Admirado, Nicholas não entendeu como a irmã falava com aquela coisinha como se pudesse ser entendida.
O estômago contraiu-se e ele lembrou-se de que precisava comer algo.
Mas como tudo, os alimentos não lhe despertavam o interesse.
Resolveu concentrá-lo no gigante loiro que teimava em chamá-lo de irmão.
― Nicholas! ― Piers exclamou com afetividade irritante.
Como o Cavaleiro Vermelho ousava encará-lo com aquela franqueza e como se enxergasse o vazio de sua alma?
Como se atrevia a dar-lhe conselhos quando este castelo era uma lástima se comparado a Belvry?


Série Lacis
1 - Bodas de fogo
2 - Esposa Virgem
Série Concluída