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14 de junho de 2010

Fuga das Terras Altas










Tess Delgado suspeitava que seu tio fosse aliado dos traidores que planejavam depor o rei Jaime II.

Mas foi somente depois de libertar sir Revan Halyard do calabouço do castelo que ela teve noção da gravidade da intriga e dos extremos de que o tio seria capaz para tira-la do caminho e reivindicar a herança que, caso contrário, seria dela.
Quando, durante a fuga, Revan raptou Tess, ela acabou se tornando sua aliada... se bem que cautelosa... além de refém.
Porque, embora Tess relutasse em confiar no guerreiro do rei e em entregar-se ao desejo que ele lhe despertava, ela não podia negar o destino que ambos compartilhavam.
E, enquanto se lançavam numa fuga alucinada dos traidores, ávidos para aniquilá-los e para usurpar o trono, Tess e Revan arriscariam tudo por amor ao rei, à pátria... e um pelo outro!

Capítulo Um

Escócia, 1455
— Veio até aqui para rir da desgraça alheia?
— O quê? Quem foi que falou? — Tess assustou-se. Um voz masculina fez seu coração disparar.
Na ida, passara pela masmorra do castelo de seu tio e a encontrara vazia. Com extremo cuidado, aproximou-se da cela e ergueu o castiçal para iluminar aquele canto da prisão.
Tess não conteve um gemido gutural. Acorrentado na pare­de, com os braços e pernas estendidos, o homem mais bonito que ela já vira. Nem os hematomas, nem o sangue, nem a su­jeira ofuscavam-lhe a beleza. Aquele gigante loiro que a enca­rava não lhe era estranho.
— Quando foi que chegou aqui? — Tess indagou.
Revan estranhou o rosto adorável e malicioso encostado nas grades de ferro.
E também os olhos negros e arregalados pela surpresa. Imaginou se Fergus Thurkettle estaria fazendo algum tipo de brincadeira. Nesse caso, seria melhor entrar no jogo.
— Hum.. há pouco mais de duas horas.
— E resolveu cochilar pendurado nas correntes de ferro?
— Pelo menos é mais limpo de que a cama.
Tess reparou no catre roído pelos ratos e teve de concordar.
O que seu tio Fergus estaria tramando no momento? Ele exagerava um pouco em suas pretensões de ser o senhor abso­luto e todo-poderoso de tudo que o rodeava. Esse seu objetivo transformara-se em uma obsessão que a deixava com calafrios.
— O senhor não diria isso se soubesse quem estava aqui a semana passada.
— Quem era?
— Um homem magro e sujo.
— O que aconteceu com ele?
— Eu não sei. — Tess resolveu guardar para si a teoria que elaborara a respeito. — Eu o vi aqui, chorando como uma crian­ça. Pelo que pude entender, ele não havia cometido nenhum crime. Eu o teria libertado, mas não tinha as chaves. Quando voltei, o homem já não estava mais aqui.
— Ele sumiu assim de repente?
— Bem, não foi tão de repente. Demorei dois dias para voltar. Eu não podia simplesmente roubar as chaves. Por isso falei com Ian, o ferreiro. Não foi fácil persuadi-lo, mas afinal consegui que ele fizesse uma duplicata das chaves. Quando retornei com elas, o homenzinho tinha desaparecido.
— E para onde acha que ele foi?
— Não sei por que estava aqui nem como foi que deixou de estar. Bem, agora me responda. Por que o senhor está aqui?
— Acredito que minhas aspirações ultrapassaram os limites da minha posição social.
Tess não entendeu ao que ele se referia e notou a amargura na voz envolvente do prisioneiro. Seu tio, quando ainda era uma pessoa racional, jamais prendera ninguém por isso. Aos poucos uma idéia desagradável invadiu-lhe a mente.
— O senhor andou se aproveitando de Brenda?— Aproveitando? Eu a estava cortejando