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11 de junho de 2021

A Incomparável Barbara

Série Alastair-Audley

Bruxelas, na primavera de 1815, a nata da nobreza e das forças armadas britânicas espera a chegada do duque de Wellington, que monta um plano de batalha e uma força de combate a partir do que chamou de «um infame exército».

Wellington finalmente derrotou Napoleão em uma batalha de dois dias que matou ou feriu 47.000 homens. Entre os preparativos para a guerra e um turbilhão de festas, o policial coronel Charles Audley se apaixona pela exuberante viúva Barbara Childe. Seu noivado se desfaz, até o dia em que os exércitos saem e Barbara descobre onde está seu coração. Ela não pode fazer nada além de ajudar os feridos a voltar para Bruxelas e rezar pela segurança do único homem que pode libertá-la de seus impulsos selvagens.

Capítulo Um

Sentado perto da janela da sala de Lady Worth, o cavalheiro de casaco vermelho, tinha sua atenção distraída das conversas que ocorriam ao redor dele. Além do vidro, entre os transeuntes que viajam ao longo da estrada, uma jovem tinha chamado sua atenção. Além disso a conversa tinha argumentos idênticos aos que poderiam ser ouvidos em todos os lugares de Bruxelas.
— Na verdade, estou menos ansiosa agora com a presença de Lorde Hill, mas quanto gostaria que o duque não se atrasasse! Porque naquele momento a moça virou na direção da janela dois travessos olhos escuros, o cavalheiro de casaco escarlate não ouviu a observação de Lady Worth que falara com ansiedade a seus hóspedes momentos antes.
— Minha querida, — assentiu com a cabeça ironicamente o Conde de Worth, — todos nós gostaríamos. Mas Georgiana Lennox, que tinha concordado com a sua anfitriã sorriu para o conde e lembrou-lhe que existia alguém, em Bruxelas, que realmente não queria a chegada do duque.
— O príncipe, meu caro senhor, está fora de si! Eu não sei como dizer o contrário! Ele ficou irritado quando eu expressei o desejo de que o duque se apressasse… Eu dei-lhe a impressão de não confiar na sua própria capacidade para lidar com Bonaparte.
Lady Worth sorriu. — Deve ter ficado envergonhada! O que você disse?
— Que não era verdade! Tenho grande amizade ao príncipe, mas quem na verdade pode supor que ele possa enfrentar Bonaparte em campo aberto. Que experiências já teve? Posso compará-lo muito bem pelo meu irmão March. um bom comandante-em-chefe, e March de fato faz parte do estado maior do Duque, enquanto o príncipe…
— É verdade que o príncipe e seu pai não se dão bem? — Exclamou Sir Peregrine Taverner, um jovem louro vestindo uma jaqueta azul adornada com grandes botões de prata. — Eu ouvi dizer… Mas um cavalheiro grandiloquente, com olhar alegre e curioso interrompeu-o:
— É verdade! O príncipe é favorável ao inglês, e não é apreciado pelo rei. Eu acho que é indiscutível que o príncipe fala inglês muito melhor do que o holandês e o francês!



Série Alastair-Audley
0, 5- A Sedução de Grayson Prentiss
01- A Dama e o libertino
02- O Filho do Diabo
03- Fanfarronices da Regência
04- A Incomparável Barbara
Série concluída

INDEPENDENTE

9 de junho de 2021

Fanfarronices da Regência

Série Alastair-Audley

Após a morte do pai, os irmãos Judith e Peregrine Taverner vão a Londres para conhecer o tutor deles, o quinto Conde de Worth, esperando um cavalheiro idoso. 

Para a surpresa e desgosto deles, o tutor não é muito mais velho do que eles. Lorde Julian St. John Audley, ambos concordam, é um dândi insuportavelmente arrogante. Mas, infelizmente para os órfãos, o conde também é amigo do regente e, por acaso. Lorde Worth não quer a responsabilidade de tutor mais do que eles o querem como tal, e está determinado a frustrar todos os interesses deles e devolvê-los ao campo.Mas quando Judith e Peregrine começam a se mover nos círculos sociais mais elevados, Lorde Worth não pode deixar de se envolver com seus pupilos aventureiros. A bela Judith Taverner cativou toda a sociedade londrina. Um bando de solteiros elegantes enxameava ao seu redor, competindo por seus favores. Mas então seu irmão desaparece repentinamente e ela é forçada a buscar a ajuda de seu misterioso tutor, o poderoso conde de 
Worth. Uma vez, Judith considerou o conde um protetor, e agora algo muito mais. Mas agora ela estava amadurecida, conhecedora do mundo… e presa de uma suspeita assustadora. Pois Judith não era apenas uma jovem encantadora, mas também herdeira de uma grande fortuna, uma criatura perplexa tentando descobrir a diferença entre o amor de um homem e a ganância de um homem. A herdeira Judith Taverner luta contra seu ódio e seu desejo pelo homem obstinado, mas bonito, que é seu pretendente.

Capítulo Um

Newark foi deixado atrás e a carruagem puxadas por quatro cavalos entrou em um trecho de terra plana que oferecia pouco para atrair o olhar ou a observação da ocasião. A Srta. Taverner desviou o olhar da paisagem e se dirigiu a seu companheiro, um belo jovem que estava recostado em seu canto do assento um tanto sonolento, examinando as costas do cocheiro mais próximo. — Como é tedioso ficar sentado quieto por tantas horas seguidas! — ela comentou. — Quando chegamos em Grantham, Perry?
Seu irmão bocejou. — Senhor, eu não sei! Foi você quem quis ir para Londres.
A Srta. Taverner não respondeu a isso, mas pegou um Guia de Viajantes do assento ao lado dela e começou a agitar as folhas. O jovem Sir Peregrine bocejou de novo e observou que o novo par que puxava o veículos com rodas, colocados em Newark, eram feras fortes e de bom tamanho, muito diferentes do último par, que ambos haviam sido tocados pelo vento. A Srta. Taverner estava profundamente interessada no Guia do Viajante e concordou com isso sem levantar os olhos da página impressa de perto. Ela era uma bela jovem, com estatura um tanto acima da média, e nos últimos quatro anos estava acostumada a se ouvir ser proclamada como uma garota incrivelmente bonita. Ela não podia, entretanto, admirar sua própria beleza, que era de um tipo que ela estava inclinada a desprezar. Ela preferia ter cabelos pretos; ela achava a beleza de seus cachos dourados insípidos. Felizmente, suas sobrancelhas e cílios eram escuros, e seus olhos, que eram surpreendentemente azuis (como uma boneca de cera, ela disse uma vez com desdém ao irmão), tinham uma franqueza e
um fogo que davam grande caráter ao seu rosto.
À primeira vista, pode-se escrevê-la apenas como uma mera
senhorita de porcelana de Dresden, mas uma segunda olhada inevitavelmente descobriria a inteligência em seus olhos e o ar decidido de resolução na curva de sua boca.
Ela estava vestida com capricho, mas não no primeiro estilo da moda, com um vestido redondo e liso de cambraia francesa, com babados em volta do pescoço com renda recortada; e um manto cerrado de sarceneto entrelaçado. Um gorro de salgueiro com uma fita de veludo listrada emoldurava seu rosto de maneira bastante charmosa, e um par de luvas de pele de York estavam puxadas sobre suas mãos e abotoadas firmemente em torno de seus pulsos.Seu irmão, que havia retomado seu escrutínio penoso das costas do cocheiro, era muito parecido com ela. Seu cabelo era mais castanho e seus olhos menos intensos do que os dela, mas ele sempre devia ser conhecido como seu irmão. Ele era um ano mais novo que a Srta. Taverner e,por hábito ou descuido, tinha o hábito de permitir que ela ordenasse as coisas como quisesse.
— São 22 quilômetros de Newark a Grantham — anunciou a Srta. Taverner, levantando os olhos do Guia de Viagem. — Eu não tinha pensado que tinha sido até agora. — Ela se curvou sobre o livro novamente. — Diz aqui, é o Guia de entretenimento de Kearsley, você sabe, que você adquiriu para mim em Scarborough, que é uma cidade bonita e populosa no rio Witham. Supõe-se que tenha sido uma estação romana, pelos restos de um castelo que foi desenterrado. Devo dizer que gostaria de explorar ali se tivermos tempo, Perry.
— Oh, senhor, você sabe que as ruínas sempre parecem iguais!



Série Alastair-Audley
0, 5- A Sedução de Grayson Prentiss
01- A Dama e o libertino
02- O Filho do Diabo
03- Fanfarronices da Regência

INDEPENDENTE

8 de junho de 2021

O Filho do Diabo

Série Alastair-Audley

Tal pai tal filho? 

Dominic Alistair, Marquês de Vidal e impetuoso filho do notório Duque de Avon, estabeleceu uma reputação que se rivaliza com seu pai, vivendo uma vida de excessos. Banido para o continente depois de ferir o seu adversário em um duelo, Vidal decide raptar uma tola jovem que espera levá-lo ao casamento mas ele pretende torná-la sua amante. Na pressa, porém, ele parece ter levado a mulher errada … Uma jovem senhora de notável coragem… Uma jovem dama de notável fortaleza? Determinada a salvar sua irmã da ruína, a virtuosa Maria Challoner interfere nos planos do Marquês e se atira em seu caminho, esperando que Vidal volte atrás ao perceber seu erro. Mas os dois ficam irremediavelmente envolvidos, a reputação de Maria e seu futuro nas mãos de um marquês diabólico, que se torna mais fascinante a cada dia…

Capítulo Um

Havia apenas uma pessoa na carruagem, um senhor deitado confortavelmente com as pernas esticadas e as mãos nos bolsos do grande casaco. De tempos em tempos, quando o carro passava pelas ruas de paralelepípedos da cidade, a bruxuleante luz de uma lanterna ou de uma tocha acesa iluminava um broche de diamante ou as grandes fivelas, mas como o cavalheiro usava um chapéu de três pontas com pontas de ouro puxado sobre os olhos, seu rosto ficava na sombra. O carro passou a grande velocidade, uma velocidade perigosa para uma rua de Londres, e logo deixou a cidade, atravessou a barreira e foi para Hounslow Heat. Uma fraca luz da lua iluminava o caminho para o condutor, tão fraca que o ajudante ao seu lado, ansioso desde o momento em que o coche tinha deixado Saint James, com uma respiração
ofegante, quase sufocando não pôde segurar mais as palavras: — Meu Deus! Pare de andar nesta velocidade assustadora! Em resposta, o condutor levantou os ombros com desprezo, e depois acompanhou o gesto com uma gargalhada, não sem ironia. O coche, que caminhava um trecho de terreno particularmente acidentado e difícil, balançava perigosamente, e ele com as duas mãos segurando o assento, deu um grito de raiva: — O que você tem! Tem o diabo no seu encalço? Mas ele não se importa? Ou está bêbado? — E com um aceno de cabeça parecia querer se referir ao homem sentado na cabine.
— Depois de uma semana a seu serviço, não chamaria de — assustadora — esta andadura. Quando Vidal viaja, viaja a certa velocidade, certo?
— Está completamente bêbado… quase a dormir!
— Ele? Claro que não!
Mas, na verdade, de acordo com os sinais de vida que vinha da cabine de passageiros, podia ter adormecido: o seu corpo alongado passivamente, balançava no movimento do coche, com o queixo enterrado nas dobras da gravata, o solavancos mais violentos não o faziam pegar a cinta de apoio que estava pendurada nas proximidades. Nem tirou as mãos dos bolsos quando ouviu o apito que obrigou o coche a uma parada
súbita e perigosa. Ele tinha, entretanto, acordado, porque levantou a cabeça, bocejou, depois se sentou sobre os travesseiros e virou-se ligeiramente em direção à janela. Havia um movimento e barulho fora do carro e o som de uma voz rouca, o condutor gritava com a lentidão com que o ajudante fez uso da arma, e os cavalos empinando as patas do chão. Alguém surgiu andando na porta da carruagem, e apontou uma pistola e, enquanto a luz da lua desenhava o contorno de um rosto, uma voz gritou:
— Fora do coche, tesouro.

 

Série Alastair-Audley
0, 5- A Sedução de Grayson Prentiss
01- A Dama e o libertino
02- O Filho do Diabo
03- Fanfarronices da Regência

INDEPENDENTE



11 de maio de 2021

Tetralogia de Alastair A

1-Fantasmas do Passado



Sob o reinado de Luís XV, a corrupção e a intriga foram autorizadas a florescer na França, e Justin Alastair, o notório Duque de Avon e orgulhoso de sua alcunha “Diabo”, também floresce. 

Então, de um beco escuro parisiense, ele resgata Leon, um ouriço ruivo com aparência estranhamente familiar, bem a tempo para pôr em prática seus planos de vingança contra o Comte de St. Vire. Entre os esplendores de Versalhes e as mansões dignas da Inglaterra, Justin começa a desenvolver seus planos sinistros — até Leon se tornar a encantadora e bela Leonie…Perguntas não respondidas. A encantadora Leonie, uma modelo de Ticiano, protegida do duque de Avon, tinha toda Paris a seus pés. No entanto, sua verdadeira origem permanecia envolta em mistério. E nem as brilhantes soirées, nem os jovens aristocratas, que tão arduamente a cortejavam, sabiam o que atormentava seu jovem coração.
Quem eram seus misteriosos pais? Apenas um homem possuía o segredo, aquele a quem mais temia no mundo — o Comte de Saint-Vire, inimigo mortal do duque. Ele lhe daria a resposta, por um preço. Mas ela poderia trair o homem que ela secretamente amava? E essa linda beleza orgulhosa poderia enfrentar a verdade quando chegasse?



2- Filho do Diabo


Tal pai tal filho? 

Dominic Alistair, Marquês de Vidal e impetuoso filho do notório Duque de Avon, estabeleceu uma reputação que se rivaliza com seu pai, vivendo uma vida de excessos. Banido para o continente depois de ferir o seu adversário em um duelo, Vidal decide raptar uma tola jovem que espera levá-lo ao casamento mas ele pretende torná-la sua amante. Na pressa, porém, ele parece ter levado a mulher errada … Uma jovem senhora de notável coragem… Uma jovem dama de notável fortaleza? Determinada a salvar sua irmã da ruína, a virtuosa Maria Challoner interfere nos planos do Marquês e se atira em seu caminho, esperando que Vidal volte atrás ao perceber seu erro. Mas os dois ficam irremediavelmente envolvidos, a reputação de Maria e seu futuro nas mãos de um marquês diabólico, que se torna mais fascinante a cada dia…

3- Em Tradução

4- A Incomparável Barbara




Bruxelas, na primavera de 1815, a nata da nobreza e das forças armadas britânicas espera a chegada do duque de Wellington, que monta um plano de batalha e uma força de combate a partir do que chamou de «um infame exército».

Wellington finalmente derrotou Napoleão em uma batalha de dois dias que matou ou feriu 47.000 homens.
Entre os preparativos para a guerra e um turbilhão de festas, o policial coronel Charles Audley se apaixona pela exuberante viúva Barbara Childe. Seu noivado se desfaz, até o dia em que os exércitos saem e Barbara descobre onde está seu coração. Ela não pode fazer nada além de ajudar os feridos a voltar para Bruxelas e rezar pela segurança do único homem que pode libertá-la de seus impulsos selvagens.


Tetralogia de Alastair A
1- Fantasmas do Passado
2- Filho do Diabo
3- Em tradução
4- A Incomparável Barbara 

 INDEPENDENTE

 

1 de março de 2015

Os Caminhos do Coração






Um amor para sempre

Quando o destino... e um impulso cavalheiresco... convergem para colocar no caminho do visconde Ashley Desford, a graciosa e encantadora Cherry Steane, uma jovem abandonada que vive da caridade de parentes, a quem mais ele poderia recorrer em busca de ajuda senão sua amiga de infância, Henrietta Silverdale? Afinal, embora tenham rompido o noivado anos atrás, Ashley e Henrietta nunca deixaram de ser amigos.
Contudo, enquanto Ashley sai à procura do avô sovina de Cherry e de seu irresponsável pai, visitando lugares não muito bem frequentados, Henrietta se pergunta se ele, finalmente se deixou atingir pela flecha do amor. No entanto, sem a oportuna intervenção de seu irmão Simon e do honrado pretendente de Henrietta, Ashley pode estar prestes a cometer a maior tolice de sua vida...

Capítulo Um 

Inglaterra, 1825
Para um homem de idade avançada, sofrendo de dispepsia e violentas crises de gota, obtendo algum prazer somente quando suas dores eram aliviadas, o conde de Wroxton se divertia na medida do possível. Ultimamente estava concentrado na agradável tarefa de desenvolver uma diatribe sobre os defeitos do seu herdeiro. Para uma pessoa sem experiência na arte da crítica, a tarefa certamente parecia injusta, pois o visconde Ashley Desford possuía todos os atributos de um filho que seria motivo de orgulho para qualquer pai. Somando-se ao belo semblante, e uma figura ágil e atlética, ele tinha modos afáveis provenientes tanto de uma amabilidade inata, quanto da criação. 
Tinha também um considerável histórico de paciência e senso de humor que transparecia em um sorriso, que brotava dos olhos, considerado por muitos, irresistível. Seu pai não fazia parte deste grupo. Aliás, considerava o status irritante.
Era mês de julho, mas o tempo estava tão distante do abafamento esperado para a estação, que o conde mandou acender a lareira da biblioteca. Sentados um de cada lado da lareira, estava o conde, com um pé enfaixado sobre um banquinho, e seu filho, após ter discretamente afastado a cadeira do calor emitido pelas brasas. Ashley usava paletó, calça de camurça e botas de cano alto, um perfeito traje matutino para qualquer cavalheiro em estada no campo. 
A elegância derivada do corte do paletó e do arranjo do lenço de pescoço deu ao pai uma desculpa para classificá-lo como um desprezível almofadinha. Ao que ele reagiu com um protesto moderado.
— Não, não, Sir! Um verdadeiro dândi ficaria chocado ao ouvir isso!
— Concluo, então, que você se considere um coríntio.
— Para ser honesto, Sir, não me considero nada! — discordou Ashley. Esperou por um momento, observando tanto com empatia quanto com divertimento o ranger de dentes do pai, antes de completar em tom bajulador. — Agora diga, o que fiz para merecer uma repreensão sua?
— Não seria melhor indagar o que fez para merecer um elogio meu? Nada! Você é um cabeça de vento! Um falastrão, que se importa com o próprio nome tanto quanto um plebeu qualquer! Um perdulário. Não precisa me lembrar de que não depende de mim para gastar com os cavalos, apostas e bocados de musselina, pois não me esqueci que aquela maluca da sua tia-avó deixou toda a sua fortuna para você, por meio de uma carta branca para que você possa cometer todo tipo de extravagância tola. 
Não posso dizer mais nada, uma vez que ela era tia de sua mãe. — Wroxton fez uma pausa, lançando um olhar desafiador ao filho.
— Certamente, papai!
— Se ela tivesse estipulado que a fortuna deveria ser usada apenas para o sustento de sua esposa e família, eu consideraria o legado adequado — anunciou Wroxton. — Não que na época, ou neste exato momento, eu não possa aumentar a sua mesada para que você tivesse condições de arcar com as despesas de um homem casado.
Outra pausa se seguiu. Pressentindo que o pai esperava algum comentário, disse educadamente que lhe era muito grato.
— Ah, não é não! — retrucou Wroxton. — E quer saber mais? Só acreditarei na sua gratidão quando me der um neto, não importa o quanto a fortuna da sua tia queime no seu bolso. Belo bando de filhos eu tenho! 
— De repente o alvo da revolta foi ampliado. — Nenhum de vocês se importa com a linhagem da família. Na minha idade, eu esperava ter um bom número de netos para alegrar meus últimos dias. Mas eu tenho algum? Não! Nenhum!






2 de março de 2011

Casamento de Conveniência

Quando o conde de Rule pede a mão de Elizabeth Winwood, não sabe o problema que causará à bela jovem. 

Ela está comprometida com o admirável mas pobre tenente Heron. O final infeliz para essa história só pode ser impedido pela impetuosidade da irmã mais nova de Elizabeth, Horatia, que se oferece para casar com lorde Rule. Numa revolução literária para a época, o casamento aqui não é visto como o final feliz para a história, mas como seu ponto de partida, o mote a partir do qual a trama se desenvolve. Sexo e amor ocupam espaços próprios na literatura. E sexo não necessariamente significando trégua entre os amantes. 

Capítulo Um 

Como Lady Winwood não estava em casa, a visitante matutina perguntou, com certa ansiedade, pela Srta. Winwood, ou, de fato, por qualquer uma das jovens. Em face dos comentários que lhe che­garam aos ouvidos, seria por demais exasperador se nenhuma das mulheres Winwood a recebesse. O porteiro, porém, manteve a por­ta aberta e disse que a Srta. Winwood estava em casa. Instruindo o cocheiro de sua carruagem extremamente elegan­te a esperá-la, a Sra. Maulfrey adentrou o saguão 
escuro e disse lepidamente:
— Onde está a Srta. Winwood?
o precisa se dar o trabalho de me anunciar. Todas as jovens, ao que parecia, estavam na saleta. A Sra. Maulfrey balançou a cabeça em sinal de agradecimento e atraves­sou o hall, que ressoou o bater de seus saltos altos no piso. Ao subir a escada, suas saias de tafetá, modeladas sobre uma grande arma­ção, roçaram nos corrimãos dos dois lados. Pensou, e não pela pri­meira vez, que a escada era estreita demais e que o tapete estava definitivamente surrado. De sua parte, sentiria vergonha de móveis tão antiquados. Todavia, apesar de alegar ser prima delas, admitia, para si mesma, que não era uma Winwood de Winwood. A saleta, como o porteiro chamava a sala de estar nos fundos, reservada às meninas, ficava em cima, a dois lances de escada, e era bem conhecida da Sra. Maulfrey. Ela bateu com sua mão enluvada em uma das portas e entrou enquanto a batida ainda ecoava. As três senhoritas Winwood estavam reunidas ao lado da jane­la, formando um quadro natural e encantador. Sobre um sofá de cetim amarelo desbotado, estavam a Srta. Winwood e a Srta. Charlotte, os braços das duas entrelaçados ao redor da cintura uma da outra. Eram muito parecidas, mas a Srta. Winwood era conside­rada a mais bonita. Seu perfil clássico estava de frente para a porta, mas com a entrada ruidosa da Sra. Maulfrey, ela virou-se e apresen­tou à visita dois olhos de um azul suave e uma boca arqueada, gra­ciosa, que, no momento, formou um "O" de surpresa. Cachos louros penteados, não empoados e presos com uma fita azul emol­duravam seu rosto, caindo sobre os ombros em várias mechas ordenadas. Comparada à Bela da Família, a Srta. Charlotte não era favo­recida, mas nem por isso deixava de ser uma Winwood autêntica, com o famoso nariz reto e os mesmos olhos azuis. Os cachos de seu cabelo, não tão louros quanto os de sua irmã, existiam graças a fer­ros quentes, seus olhos eram de um azul menos profundo e sua tez tendia ao pálido. Mas era considerada uma moça muito bonita. A Srta. Horatia, a mais nova das três, não tinha nada que decla­rasse a sua linhagem, exceto o nariz. Seu cabelo era escuro, seus olhos, de um cinza profundo, e suas sobrancelhas, praticamente negras e espessas, eram retas, conferindo-lhe uma expressão séria, quase carrancuda. Nem todo o esforço do mundo conseguiria arqueá-las. Meia cabeça mais baixa do que suas irmãs, tinha, la­mentável e forçosamente, de admitir que, já tendo completado 17 anos, a probabilidade maior era a de que não crescesse mais.

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14 de janeiro de 2011

Venetia E O Libertino








Depois da morte da mãe, Venetia Lanyon se viu submetida à mesma clausura a que o pai, viúvo inconsolável, se condenou.

Ela não participava de festas nem de passeios a lugares distantes da propriedade da família.
Vivia desperdiçando beleza.
Com um irmão inválido e outro na guerra, ela foi forçada, após a morte do pai, a assumir os negócios da família e administrar a casa dos Lanyons.
Aquela filha, irmã e herdeira dos Lanyons, tinha sua função e importância, ditadas pelos costumes ingleses da época.
Estes costumes, no entanto, também diziam que ela deveria ter casado muito antes de completar os 25 anos que agora tornavam sua beleza tão irresistível.Isso fazia dela uma mulher muito especial.
Prisioneira das circunstâncias que a condenavam a ser urna dedicada tia dos filhos do irmão mais velho ou a mãe dos filhos do cortês homem a quem ela se uria por estima e que pretendia desposá-la, Venetia leva uma vida agradável, embora estivesse longe, muito longe, da felicidade que só o amor pode produzir.
Quis o destino que Venetia encontrasse em Lorde Damere!
O Barão Maldito, um libertador que aos olhos da aristocracia da época merecia mais o titulo de libertino.

Nota Autora: Venetia e o libertino é uma história de amor e uma crónica de costumes com todos os ingredientes para despertar e segurar o interesse do leitor da primeira à última página.

Capítulo Um

— ontem À noite uma raposa entrou no galinheiro e roubou nossa melhor poedeira — comentou a srta. Lanyon. — Uma bisavó, inclu­sive. Qualquer um julgaria que ela deveria envergonhar-se! — Como não recebesse nenhuma resposta, ela continuou, com voz alterada: — Aliás qualquer um julgaria mesmo! Uma grande lástima. O que tem de ser feito?
Ao despertar, assim, a atenção do seu acompanhante, a moça obrigou-o a levantar os olhos do livro aberto ao seu lado sobre a mesa e dirigi-los à sua pessoa com uma expressão de indagação desatenta.
- O que foi? Disse alguma coisa, Venetia?
- Disse, querido — a irmã respondeu alegremente —, mas nãotinha a mínima importância, e, de qualquer modo, já respondi por você. Acho que ficaria surpreso se soubesse que conversas interessantes man­tenho comigo mesma.
— Eu estava lendo.
— Então estava lendo... e deixou seu café esfriar, além de esquecer o pão com manteiga. Coma-o! Creio que eu não devia permitir que lesse à mesa!
— Oh, à mesa do café! — respondeu ele, com desdouro. — Tente impedir-me se puder!
— Não posso, é claro. De que se trata? — replicou ela olhando para o volume. — Ah, grego! Algum conto proveitoso, não duvido.
— Trata-se de Medeia — disse ele, procurando controlar-se. —Edição Porson, que o sr. Appersett me emprestou.
— Eu sei! Ela foi aquela encantadora criatura que esquartejouo irmão e lançou os pedaços no caminho do pai, não foi? Ouso dizer uma pessoa perfeitamente agradável quando se chega a conhecê-la.
Impaciente, ele deu de ombros e respondeu com desdém:
— Você não compreende, e é perda de tempo tentar fazê-la com­preender. Ela lançou-lhe um olhar cintilante.
- Mas eu juro que compreendo! Compreendo e simpatizo com ela, além de ansiar possuir a mesma determinação de Medeia!
Embora pense que, ao contrário dela, eu teria preferido enterrar seus restos mor­tais com todo o capricho no jardim, meu querido!