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10 de abril de 2010
Honra e Paixão
Capítulo Um
Inglaterra, 1099
Pretendiam matá-lo.
O guerreiro estava de pé no centro do pátio deserto, com as mãos atadas à costas por uma corda a um poste às suas costas.
Sua expressão se achava desprovida de toda emoção enquanto olhava adiante, sem fazer aparentemente caso de seus inimigos.
O cativo não tinha oferecido nenhuma resistência, permitindo que seus captores o despissem até a cintura sem sequer levantar um punho ou pronunciar uma única palavra de protesto.
Sua magnífica capa para o inverno forrada de pele, sua grosa cota, sua camisa de algodão,meias e suas botas de couro lhe tinham sido arrancadas e jogadas no chão gelado, diante dele.
A intenção de seus inimigos não podia ser mais clara.
O guerreiro morreria, mas sem que sua morte chegasse a trazer consigo nenhuma nova marca para acrescentá-la a seu corpo, já famoso pelas cicatrizes da batalha. Enquanto sua ávida audiência olhava, o cativo podia dedicar-se a contemplar seus objetos enquanto ia congelando-se pouco a pouco até morrer.
Doze homens o rodeavam.
Com as facas desenvainados para dar-se valor, aqueles homens andavam em círculos ao redor do cativo, zombando-se dele gritando insultos e obscenidades enquanto seus pés calçados com botas chutavam o chão em um esforço por manter a gélida temperatura.
Mesmo assim, todos e cada um deles se mantinham a uma prudente
distancia dele, se por acaso chegasse a dar o caso de que seu no momento dócil cativo trocasse subitamente de parecer e decidisse liberar-se de suas ataduras e atacá-los. Não lhes cabia nenhuma dúvida de que era perfeitamente capaz de tal façanha, porque todos tinham escutado as histórias que se contavam de sua hercúlea fortaleza.
Alguns inclusive tinham podido presenciar em uma ou duas ocasiões as tremendas proezas que era capaz de levar acabo no curso da batalha.
E se o cativo se liberava das cordas que o sujeitavam ao poste, os homens se veriam obrigados a utilizar suas facas,
mas não antes de que o guerreiro tivesse enviado a três, possivelmente inclusive a quatro deles, à morte.
O grupo de doze homens não podia acreditar em sua boa fortuna. Tinham capturado ao Lobo e não demorariam para presenciar sua morte.
Que engano tão terrível tinha cometido seu cativo ao deixar-se arrastar pela temeridade! Sim, Duncan, o poderoso barão dos feudos do Wexton.
Tnha entrado na fortaleza de seu inimigo cavalgando completamente só,
e sem levar consigo nenhuma arma com a qual pudesse chegar a defender-se.
Tinha cometido a insensatez de acreditar que Louddon, um barão que era igual a ele no título, faria honra à trégua temporária que havia entre eles.
Tem que estar muito pago de sua própria reputação, pensou o homem que os mandava. Realmente deve se ter por tão invencível como asseguravam que era aquelas histórias de grandes batalha que tanto tinham chegado a exagerar sua figura.
Sem dúvida essa era a .razão de que o barão do Wexton parecesse sentir-se tão pouco preocupado pelas terríveis circunstâncias nas que se encontrava agora.
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