Ela precisava de proteção... Ele precisava de amor!
Depois de passar anos trabalhando numa profissão arriscada, Ken Caulder finalmente retornou ao rancho de sua família, decidido a levar uma vida sem sobressaltos.
Mas seus planos de paz e tranquilidade foram abalados quando seu pai o convenceu a ajudar a linda jovem que morava no rancho vizinho a proteger-se contra um inimigo que pretendia se apossar das terras que o pai dela havia deixado.
Habituado a enfrentar situações de perigo, Ken era o homem certo para assumir a incumbência de proteger a solitária e indefesa Shelby Raines. Porém, Ken precisaria de muito mais que habilidade, argúcia e experiência quando chegasse o momento de proteger seu próprio coração do irresistível feitiço daquela jovem encantadora e inocente...
Capítulo Um
Shelby sentiu um calafrio percorrer-lhe a espinha.
Suas mãos começaram a tremer ao ouvir o ruído das patas de um cavalo sobre o chão poeirento do lado de fora da cabana. De repente, o medo aliou-se a um sentimento de raiva.
O que ele estaria fazendo tão cedo em casa?
Tentou ignorar a intranquilidade que a importunava. Apressada, empilhou grossas fatias de pão em um prato.
— Papai, chegou cedo — disse, num tom firme, não querendo lhe dar a satisfação de ouvir o medo em sua voz. Movendo-se ao redor da pequena cozinha, enxugou o filete de suor que lhe escorria pelas sobrancelhas. — Vá se lavar, que eu porei a mesa.
Uma brisa fraca agitou o seco calor do Texas através da porta aberta, fazendo-a sentir um arrepio na nuca. O cheiro azedo de odor corporal inundou o ambiente. Shelby enrijeceu. Um nó apertou-lhe a boca do estômago. Nesse instante, uma voz, que parecia vinda das profundezas do inferno, sussurrou-lhe junto ao ouvido:
— Sinto muito, meu bem. Não sou seu papai.
Gritando, Shelby fugiu em pânico para longe do cheiro de uísque e tabaco que a respiração do intruso exalava. Em um frenesi aterrorizado, largou os pratos, que se espatifaram no chão, ignorando o caldo quente do guisado que a queimou através do tecido fino da saia.
Com um baque duro, bateu de encontro à parede. O terror se instalou em seu íntimo, queimando-a até os ossos como ácido escaldante. Estava acuada e vulnerável em um canto, sem poder fugir para parte alguma.
Jatos de adrenalina corriam em suas veias, como se aguardasse, em um tormento silencioso, o próximo movimento.
— Não vim aqui para machucá-la — trovejou a voz estridente. — Apenas faça o que eu mandar.
O som de vidro estilhaçado ressoou sob as botas do estranho, enquanto o ouvia caminhar em sua direção. Quando uma mão calejada a segurou pelo braço, Shelby saltou, sobressaltada.
— Fique longe de mim!
— Sente-se!
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