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8 de outubro de 2011
Irena E O Duque
Irena sobressaltou-se ao ouvir passos.
Voltou-se e viu um homem alto, bonito, de ombros largos e fortes.
Teve a impressão de que já o vira em algum lugar.
Entrou em pânico: na certa ele viera do castelo de Saulieu
para levá-la de volta ao duque francês, que pretendia casar-se com ela apenas para roubar sua fortuna!
Será que esse homem, de olhar tão claro e honesto,
teria coragem de entregá-la ao seu carrasco?
Capítulo Um
1818
Após um estimulante galope pelos campos, sempre seguida de perto por seu cavalariço, lady Irena Winn cavalgou por entre as árvores do parque e logo alcançou a alameda de acesso à Winterton House.
Ao contornar a mansão ancestral, viu estacionada à porta da frente uma elegante carruagem tirada por dois magníficos cavalos brancos.
Sem ninguém precisar lhe dizer, ela soube que sua avó, a viúva condessa de Winterton, chegara.
A senhora havia escrito, na semana anterior, que viria visitá-los no campo, porém não sabia ao certo a data da chegada.
Todavia, na mansão tudo fora preparado com antecedência para recebê-la.
Amando a avó mais do que qualquer outra pessoa, Irena achou maravilhoso poder estar com ela; fustigou o cavalo e, mal chegou à frente da casa, deslizou da sela para o chão, entregou as rédeas ao cavalariço e subiu correndo os degraus de mármore.
Entrando no vestíbulo nem perguntou aos lacaios em serviço onde a avó se encontrava, pois ouviu a inconfundível voz melodiosa, suave e com leve sotaque francês, vinda da sala pequena de visitas, a mais usada pela família. A velha senhora falava com o mordomo.
Francesa de nascimento, a condessa se radicara na Inglaterra após o casamento.
Seu falecido marido estivera em Paris e assim que a conhecera ficara perdidamente apaixonado.
Naquela ocasião ele era apenas Edward Winn, o segundo na linha de sucessão na herança do título, e o pai dela, duque de Saulieu, a princípio não vira com bons olhos o casamento da filha com tal pretendente.
Depois de muita troca de argumentos e arrazoados, o duque finalmente consentira que os dois se casassem.
No terceiro ano de casamento Edward passara a ser o herdeiro presuntivo do ancestral título de nobreza, pois o irmão mais velho, oficial do Exército, fora morto em combate.
Logo depois o pai também falecera, e Edward tornara-se conde de Winterton.
Para a jovem esposa que vivia muito feliz com Edward não fazia diferença ser ele conde ou não. Ela não só o amava como era afável e muito atenciosa para com toda a família Winn, sendo adorada por todos.
Magnânima como era, a condessa sempre estivera disposta a ouvir, a aconselhar os parentes do marido e a ajudá-los a resolver problemas de qualquer natureza.
Nisso era invariavelmente tão bem-sucedida que até parecia fazer uso de uma varinha de condão.
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