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24 de março de 2012

Liberdade Para Amar

País de Gales, Idade Média. 


Ele queria liberdade. 
Ela queria amor! 
Por treze anos Conway percorrera o mundo, vivendo aventuras, conhecendo lugares, cumprindo seu destino... Agora estava de volta à sua cidade natal, sonhando em reencontrar Enid, a mulher que nunca saíra de seu pensamento. 
Mas a realidade que encontrou fez com que sentisse a mais profunda decepção: Enid se casara, tivera três filhos e agora era uma viúva que só pensava em criar bem as crianças. 
Para Enid, Conway era passado, e como tal deveria ficar enterrado para sempre! 
Mas as visitas dele e seu jeito conquistador quase insolente fizeram o coração de Enid se reaquecer para o amor. 
Por que não tentar mais uma vez? 
Por que não esquecer todo o sofrimento que ele lhe causara no passado? 
Afinal, ela era jovem, bonita e ele pai de seu primogênito... Embora ainda não soubesse disso!

Capítulo Um 

Tome cuidado agora! Conwy ap Ifan advertiu a si mesmo enquanto cruzava a região rural das fronteiras sempre em disputa entre a Inglaterra e Gales. Mantenha-se em guarda! Vigie as costas! 
Era um indivíduo despreocupado e impulsivo por natureza. 
Mas como servira por muitos anos como mercenário, inclusive na Terra Santa, passara a cultivar um sentido de cautela. 
Con trazia cicatrizes que podiam comprovar o fato. 
Talvez fosse necessário ficar ainda mais atento do que habitualmente. 
Aquelas fronteiras, que os normandos chamavam de pântanos galeses, eram muito menos tranquilas do que podiam parecer a um viajante desavisado, mesmo naquele belo dia primaveril. — Bobagem! — Con murmurou para si mesmo, pulando de pedra em pedra para atravessar um regato cristalino. 
Naquela época do ano, durante o plantio e a tosquia, os galeses estavam ocupados demais para pensar em guerra. 
E quem iria se preocupar com um andarilho solitário que trazia pendurada no ombro a harpa de trovador? 
Con tornou a congratular-se pelo disfarce que usava para a missão na sua terra natal. 
Em Gales, um vate podia perambular à vontade. 
Sempre encontraria portas abertas, um lugar de honra junto à lareira, uma refeição farta e uma manta quente para cobrir-se. 
Quando um bardo tocava sua harpa e cantava as baladas heroicas que eram a força vital de seu país, todos se calavam para ouvi-lo. 
Somente depois do soar das últimas notas as pessoas tomavam mais uma caneca de cerveja ou sidra alcoólica e começavam a falar. 
Então, Conwy ap Ifan, emissário e espião da imperatriz Maud, lady dos ingleses, escutaria e acrescentaria mais alguns itens à coletânea de informações secretas sobre aquelas fronteiras. Con não se considerava um espião, de acordo com seu senso de honradez. 
Pelo menos não no sentido usual da palavra. 
Não pretendia fazer nenhum mal a seus compatriotas. 
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