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20 de novembro de 2017

Amor por Encomenda

Seria possível aquele casamento dar certo?

Manter segredos e contar mentiras não ajudavam o início de um casamento... Porém, o que mais poderia fazer uma mulher que fugia de um escândalo, Jenna Winslow indagou-se: Quem haveria de querer uma virgem inexperiente acompanhada por um bebê órfão? Com certeza não seria Rowe Mercer, um fazendeiro austero, um homem de padrões inflexíveis... e atrativos irresistíveis!
Ex-caçador de recompensas, Rome Mercer tinha passado boa parte da vida enfrentando o perigo. Agora, ansiava por dedicar-se a atividades mais tranquilas. Porém, quando Jenna Winslow, a noiva encomendada pelo correio chegou, ele se perguntou se suas orações tinham sido realmente respondidas. Afinal, poderia haver um futuro para uma jovem refinada do Leste e um homem com um passado sombrio que merecia ser esquecido?

Capítulo Um

Setembro de 1876
Prezada Sra. Winslow,
Fiquei satisfeito ao receber sua segunda carta hoje. Em resposta a suas perguntas, informo-a que moro numa propriedade rural há uma hora, a ca­valo, de Saddler Creek. A cidade tem um armazém, uma escola e um hotel. Mas carece da presença de mu­lheres para amenizar suas arestas.
Sra. Winslow, prefiro agir em vez de falar, por isso, vou direto ao ponto. Gostei do que escreveu em sua carta e acredito que temos pontos em comum em relação a nosso casamento. Não pretendo enganá-la com promes­sas de amor, mas ofereço-lhe meu respeito e um lar onde poderá criar sua filha e, se Deus permitir, nossos filhos. Juntos, poderemos construir uma vida satisfatória. Aguardo sua resposta.
Rowe Mercer
Com o máximo cuidado, Jenna Winslow dobrou a carta de Rowe Mercer e, mais uma vez, rezou pedindo um sinal que lhe confirmasse ter tomado a decisão certa de se casar. Olhou para o céu cinzento, meio esperançosa de ver um re­lâmpago ou as nuvens caindo em forma de chuva. Naturalmente, nada aconteceu.
Aborrecida com a própria tolice, enfiou a carta entre as páginas da nova edição do livro de Beeton, intitulado A Ad­ministração do Lar. Passou a mão enluvada pela saia do vestido de lã verde-escura e, pela terceira vez, arrumou as dobras da capa de veludo.
— Não preciso de um sinal. Tudo vai dar certo. Esta mu­dança será ótima para nós duas — murmurou.
Jenna olhou para a cesta branca, a seu lado no banco da estação ferroviária, onde Kate, a sobrinha de cinco meses, dormia. A pele da criança era tão macia e os cabelos não passavam de uma penugem quase branca. Os lábios forma­vam um biquinho. Achava linda.
A estação ferroviária de Alexandria, Virgínia, fervilhava de pessoas. Cavalheiros, com elegantes ternos de lã e sobretudos pretos, acompanhavam senhoras/que exibiam vestidos da fa­mosa loja Worth e capas com guarnições de seda. Todos pare­ciam impacientes e aconchegavam-se uns ao outros na tenta­tiva de suportar o frio úmido da manhã. Esperavam pelo trem das nove horas que já estava vinte minutos atrasado.
A temperatura baixa anunciava a chegada prematura do inverno. 
Jenna friccionou as mãos geladas, apesar da pro­teção das luvas. Lamentava não estar ali para ver, pela úl­tima vez, as ruas e as casas lindas de Alexandria brancas de neve. Havia crescido nâ cidade e, apesar das dificuldades enfrentadas nos últimos meses, as boas lembranças torna­vam a partida mais triste do que havia imaginado.