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17 de julho de 2014

Olhos da Inocência




Sincera inocência... ou enganadora ilusão?

O conde austríaco Ferdinand von Berg era um homem cético. 
Havia participado de batalhas sangrentas, testemunhando muitas carnificinas, e guardava no coração as cicatrizes dos caprichos de varias mulheres. 
Ao conhecer a linda e ingênua Arabella Douglas, desejou muito acreditar em sua pureza. 
Contudo, aprendera havia muito tempo a nunca confiar, a jamais ter esperanças...
Arabella Douglas não suportava as vaidades e intrigas da aristocracia vienense, mas ao ver o conde, atraente e severo, logo descobriu que ele era o único homem que merecia seu amor e por quem estava realmente se apaixonando! 
Como agir para vencer a desconfiança de Ferdinand e lhe provar a sinceridade de seus sentimentos?

Capítulo Um

Viena, Áustria, 1814
Tão logo abriu os olhos, Arabella afastou o alcochoado e abandonou a cama. Em poucos instan­tes, depois de abrir as cortinas, escancarava a janela. A primeira lufada de ar frio, que o sol de setembro ainda não conseguira esquentar, invadiu o quarto trazendo um leve cheiro de fumaça e de pão saído do forno. Com as mãos apoiadas nos batentes, Arabella içou o corpo até conseguir debruçar-se no peitoril. Vi­rando o rosto para cima, respirou fundo.
Apenas uma nesga do céu azul podia ser vista acima das casas estreitas e de vários andares. Mas que azul profundo! Jamais em lugar algum da Inglaterra, o céu recebera pinceladas dessa ina­creditável tonalidade anil. Tratava-se de algo lindo, uma verda­deira proclamação ao mundo abaixo.
— Viena — murmurou Arabella.
O nome continuava a ter o mesmo encanto e doçura de duas semanas atrás, da primeira manhã em que se debruçara nessa janela. Aliás, a palavra tinha sabor tão doce quanto a confeitaria pela qual a cidade se tornara famosa. Nem o fato de já haver descoberto aspectos menos atraentes de Viena diminuía o prazer da aventurazinha que a enchia de expectativa ao despertar de manhã.
Ainda era cedo e os ruídos, que chegavam até sua janela no terceiro andar, tornavam-se distintos na quietude matinal. Sorrin­do, Arabella fechou os olhos para absorver melhor os sons e deixá-los formar um quadro na mente.
Uma canção assobiada, sinal convencionado, chamou a atenção de Arabella levando-a a debruçar-se mais ainda a fim de olhar para a pequena praça abaixo.
O rapaz de cabelos claros, aprendiz de padeiro, estava lá co­locando, na carroça, uma cesta larga repleta de pães dos mais variados tipos. Ele olhou para cima e sorriu. Enquanto acenava disfarçadamente para Arabella, verificava se o patrão, rápido em esbofetear-lhe as orelhas, não estava por perto.
Arabella retribuiu a saudação sem se importar com a aparência pouco convencionai dada pela camisola de cambraia branca e pela trança dos cabelos já bem desfeita e caída sobre um dos ombros.

16 de julho de 2009

Feitiço Do Tempo




Um amor tão grande que desafia séculos de maldição!

Itália, 1528.

Atormentada por estranhos sonhos, a inglesa Sarah Longford chegou a Florença em busca da chave de um mistério: uma vida que ela conhecera em outra época... e em outro corpo!
Por seus insondáveis desígnios, o destino permitiu-lhe viver de novo como a tempestuosa Bianca - fascinante jovem que, levada pela ambição, aceitara casar se por dinheiro, mas que logo descobrira haver cometido um terrível engano.

E, agora, ela precisava evitar um brutal assassinato e salvar a vida de Aléssio, sua verdadeira e única paixão.

Prólogo

Sarah Longford sonhava.
O mar, tão calmo e límpido quanto uma pin­tura, estendia-se ao longo da praia deserta. Os dois cava­leiros saíram de repente do meio de uma floresta de pi­nheiros, o galope selvagem espalhando areia fina ao redor.
Bianca, com o capuz jogado para trás, os cabelos negros e encaracolados ao vento, o vestido escarlate contrastando com o pêlo branco do cavalo, virou-se de leve e sorriu. Era um sorriso perfeitamente calculado para provocar, excitar. Seus olhos percorreram Aléssio com aprovação. As roupas negras dele davam a impressão de fundir-se ao corpo tam­bém negro do garanhão, transformando homem e montaria num único animal, impetuoso e viril.
Com uma expressão de irritação e promessas de paixão estampadas no rosto, Alessio incitou seu cavalo para frente.
Sentindo-o aproximar-se, Bianca segurou as rédeas com força e esporeou a égua. O animal relinchou e empinou o corpo, atirando-a no chão.
Desorientada, ela ficou caída durante alguns segundos, am­bos os braços erguidos, ouvindo o tropel do garanhão. Somente quando Aléssio desmontou, transpirando raiva, foi que con­seguiu levantar-se, apoiando-se na rocha mais próxima.
As mãos masculinas a seguraram pelos ombros sem ne­nhuma delicadeza.
— O que diabos você estava tentando fazer, mulher? — Alessio a sacudia com tanta violência que seus dentes ba­tiam uns nos outros — Quebrar o pescoço?
— Não — Bianca respondeu ofegante, atirando a cabeça para trás numa tentativa de clarear as idéias. — Eu só queria descobrir quão rápido Sultana poderia ir. Além do mais, estávamos apostando corrida — acrescentou com um sorriso. — E eu venceria, se você não tivesse me assustado.
— Então quer dizer que a culpa é minha?
Bianca fitou-o fixamente. Os olhos tão azuis quanto o mar ainda guardavam vestígios da raiva. Além de desejo. Era capaz de reconhecer aquele sentimento porque já o vira nos olhos de muitos homens.
—Não é sempre assim?
— Maldita seja.
Sorrindo irônica, ela entreabriu os lábios, num convite silencioso. Imediatamente as mãos viris que a seguravam pelos ombros aumentaram a pressão.
— Sugiro que me solte, messere Aléssio. Ou você quer deixar marcas na minha pele?
— Por Deus, se você continuar desempenhando o papel de Circe, farei mais do que marcar sua pele. — Apesar das palavras ditas num tom duro, ele passou a acariciar onde antes pressionara.
O vestido de veludo era uma barreira entre as mãos de Aléssio e sua pele, entretanto Bianca podia sentir o toque como se estivesse nua.
O calor gerado pela massagem suave espalhava-se com uma rapidez assustadora.
Seu corpo jovem e ardente tinha fome. Fome de ceder às exigências da carne.
— Strega. Você é uma feiticeira, mulher.

6 de janeiro de 2009

As Duas Vidas de Adrienne



O Duque Alessandro di Montefiore precisava consumar aquele casamento arranjado.

Mas não confiava em sua esposa: Isabella era famosa em Siena tanto por sua beleza quanto por sua maldade!
Contudo, na noite de núpcias, quando ela o fitou com um misto de vergonha e desejo em seus olhos ardentes, Alessandro decidiu arriscar a própria vida pela promessa de alucinantes momentos de paixão...
O destino levara Adrienne de Beaufort em uma viagem através do tempo e a fizera encarnar no corpo de sua ancestral Isabella Pulcinelli — mulher marcada pela perfídia e pela traíção.
Sua alma, porém, não se alterara, e só Adrienne poderia evitar a tragédia que rondava Alessandro: a morte pelas mãos da cruel Isabella!

Capítulo Um

Normandia, França Março de 1794

Embora sentisse o calor do sol às suas costas, Adrienne estremeceu com um arrepio.
A noite que passara em claro afetara-lhe os nervos.
Enfiou as mãos nos bolsos do calção que um dos cavalariços esquecera no estábulo e perambulou pela vereda, relutando em retomar ao castelo. Lá, paredes frias e salões vazios a aguardavam.
Todos os criados já haviam partido.
Sua missão correra a contento, mas, a despeito do alívio que sentia, Adrienne ainda estava agitada.
A cada vez que se postara na praia, olhando o barco de pesca do velho Pai Duroc levar um grupo de fugitivos, ela experimentara um calafrio de medo e apreensão.
Bem que tentara a todo custo ignorar o próprio nervosismo.
Afinal, havia muito que aprendera a ignorar coisas que não podia mudar.
No entanto, nunca chegara a alcançar pleno êxito. Em vez de indiferença, tudo o que conquistara fora o conformismo.
Adrienne massageou a nuca para aliviar os músculos doloridos.
Enquanto ia caminhando, chutava aqui e ali os pedre­gulhos que surgiam na terra revolvida pela tempestade ocorrida dois dias antes.
Sua boca generosa, de lábios cheios e muito vermelhos, curvou-se num melancólico sorriso quando ela se recordou de como a mãe insistira em ordenar que aquele caminho fosse aberto em uma trilha ondulante.
Adrienne suspirou e apertou os olhos para não chorar.
Um súbito ruído fez com que ela se virasse instintivamente.
Firmou a vista. Mas tudo continuava igual: árvores e arbustos despidos de folhagem espalhavam-se pelo parque abandonado.
Outra vez o ruído...