Série Cavalheiros Notáveis
Patife ou cavalheiro?
Lorde Bramwell Johns, segundo filho de um duque, é um estroina, um libertino, um rebelde... e orgulha-se disso.
Agora que seus dois maiores amigos estão, lamentavelmente, assentados e felizes em sua vida de casados, Bram está se sentindo estranhamente inquieto.
Nem mesmo arrombar as residências dos aristocratas desonestos de Londres o entusiasma mais... até a noite em que ele escuta uma briga.
Tudo indica que lady Rosamund Davies está prestes a ser forçada a se casar com um escroque pior até do que ele próprio...
Rose está ciente da reputação escandalosa de Bram, por isso, qualquer motivo para aquele súbito interesse dele é um tanto suspeito... ainda mais porque ele é amigo do homem que pretende arruinar sua família!
Mas Rose tem um plano, e Bram talvez seja exatamente quem ela precisa... contanto que ela se lembre que ele só pensa em si mesmo... contanto que ela se lembre que os beijos dele nada significam... contanto que ela consiga parar de ficar imaginando se pode confiar a um homem patife e infame o seu coração...
Capítulo Um
Maio de 1815
Lorde Bramwell Lowry Johns entrou no vestíbulo bem dian¬te dos aposentos do mordomo. Encostado à parede, com um saco cheio de jóias junto ao peito, ouviu o criado passar a pou¬cos metros até entrar na porta mais próxima. As velas dentro do cômodo foram apagadas uma a uma.
Soltando a respiração, Bramwell seguiu para a porta da fren¬te, abriu-a e saiu sorrateiramente. Assim que a fechou às suas costas, trotou pela escadaria até a rua.
O marquês de Braithewaite precisava contratar criados com melhor audição. E também precisava melhorar a companhia que freqüentava se desejasse não ser alvo de novos furtos. Sorrindo, ele dobrou a esquina e desceu a rua onde uma carruagem negra o aguardava nas sombras.
— De volta à Mansão Ackley — pediu ao entrar e se acomo¬dar no assento confortável. — Mas pare na Brewer Street. Vou caminhar a partir dali.
— Pois não, milorde. — Estalando a língua, Graham incitou os cavalos a se moverem.
Aquilo fora fácil. Sem confusão, pouca chance de ser desco¬berto e uma carruagem à espera. A única coisa que faltava era o coração e o pulso acelerados. Nunca se perguntara por que ansiava por essa excitação, ou o que levara a correr cada vez mais riscos a fim de obtê-la. Mas a cobiçava. A seleção de víti¬mas era farta, mas secundária. Os itens roubados ficavam em terceiro lugar.
Sem se dar ao trabalho de analisar os itens dentro da sacola, Bram abriu uma gaveta escondida debaixo do assento da fren¬te, jogou-a lá dentro e voltou a fechá-la. A igreja St. Michael em Knightsbridge teria uma grande surpresa a sua espera na cai¬xa de coleta de donativos naquele domingo, não que ele fosse confessar tal caridade. Não era Robin Hood. Só não precisava daquelas coisas. Gabava-se por descer a tal nível, mas não cobi¬çava os bens de seus pares. Com a notável exceção das esposas deles, claro.
Na manhã seguinte Mayfair fervilharia com a novidade: o Gato Negro atacara mais uma vez, aliviando outro membro da alta sociedade de algumas de suas quinquilharias. Aquele estava longe de ser o primeiro ladrão a aterrorizar a nobreza londrina, mas ele se responsabilizava por levar certo estilo à profissão. E, a menos que algo mais interessante surgisse, não tinha intenção alguma de parar suas atividades. Diferentemente de certos cava¬lheiros conhecidos seus, não desejavam embolsar alguns itens e em seguida encontrar o amor, se tornar um tolo piedoso e viver numa armadilha para todo o sempre.
— Milorde?
Série Cavalheiros Notáveis
1 - Ladrão de Sonhos
2 - O Salteador
3 - O Último Cavalheiro Notável
Série Concluída