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16 de outubro de 2011

O Amor é Cego



Amor Perigoso

Adrian Montfort, o conde de Mowbray, sabia que a bela e estabanada lady Clarissa Crambray poderia ser perigosa. 
Ela era, na verdade, um desafio. Mas era exatamente o desafio que ele precisava...
Clarissa sempre desejou encontrar um noivo, mas sua madrasta queria mais ainda que a enteada encontrasse alguém disposto a se casar com ela. 
Clarissa concordava que os óculos escondiam a beleza de seu rosto, mas se ela seguisse o conselho da madrasta e não os usasse, como iria enxergar?
Já causara confusão suficiente para merecer um apelido infame nos círculos sociais, em função de sua deficiência visual. 
Todos os possíveis pretendentes pareciam sair correndo... Até que de repente apareceu um cavalheiro disposto a dançar com ela. 
Um homem elegante, atraente, misterioso... E Clarissa se vê a tropeçar... no amor!

Capítulo Um

Londres, 1720
— Mowbray! Que bons ventos o trazem a cidade?
Lorde Adrian Montfort, o conde de Mowbray, desviou a atenção dos casais que dançavam e olhou para o homem que se aproximara dele. Alto, loiro, tremendamente bem-apessoado: Reginald Greville.
Adrian e Greville, seu primo, haviam sido muito amigos no passado. O tempo e a distância, porém, haviam enfraquecido esse laço, com uma pequena ajuda da guerra com a Espanha. Ignorando a pergunta de Reginald, ele retribuiu o cumprimento com um leve sorriso e voltou o olhar para a elegante coreografia dos homens e mulheres na pista de dança.
— Está aproveitando a temporada, Greville? — perguntou.
— Muito, muito. Sangue novo. Novas caras.
— Novas vítimas — Mowbray acrescentou em tom seco.
— Também. — Reginald riu. Ele era conhecido pelo sucesso em seduzir jovens inocentes. Só não fora ainda forçado a sair da cidade devido a seu título e fortuna.
Balançando a cabeça, Adrian esboçou um sorriso pálido.
— Você não se cansa nunca da caça. Lamento dizer que todas me parecem a mesma. Posso jurar que essas são decepcionantemente iguais às jovens que estavam debutando a última vez em que estive aqui, que eram iguais às do ano anterior.
O primo achou graça e sacudiu a cabeça.
— Faz dez anos que você se deu ao trabalho de vir pela última vez à cidade, Adrian. As jovens de então estão todas casadas e procriando, ou a caminho de se tornarem solteironas.
— Diferentes rostos, mesmas damas — Adrian disse, dando de ombros.
— Tanto cinismo — censurou Reginald — Você soa como um velho, homem.
— Apenas mais velho – Adrian corrigiu. — Mais velho e mais sábio.
— Não. Velho! — Reginald insistiu, rindo e voltando o olhar para as pessoas que se movimentavam diante deles. — Além disso, há algumas verdadeiras belezuras este ano. Aquela loira, por exemplo, ou a morena com Chalmsly.
— Hum. — Adrian observou-as. — Corrija-me se eu estiver errado, mas acho que aquela moreninha, por mais encantadora que seja, não tem nada na cabeça. Assim como lady Penélope que você seduziu da última vez em que estive aqui.
Reginald arregalou os olhos surpreso com a observação.
— E a loira — Adrian continuou, examinando a jovem em questão — é filha de pais comerciantes, muito endinheirada, e à procura de alguém que tenha título para se juntar. Mais ou menos como Lily Ainsley, outra de suas conquistas.
— Acertou em cheio — Reginald admitiu, parecendo um pouco incrédulo. Alternando o olhar de uma mulher para outra, ele riu contrafeito: — Agora você estragou tudo. Eu estava considerando dar atenção a uma delas, ou a ambas, mas, depois do que disse, elas perderam qualquer encanto. — Franzindo a sobrancelha, Reginald esboçou uma reação: — Ah, mas conheço alguém que você não conseguiria analisar com tanta facilidade.
Pegando Adrian pelo braço, ele obrigou o primo a circular até o outro lado do salão, parando então.
— Lá está ela!