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18 de junho de 2012
O Amor Tem Suas Razões
Romana tentava desesperadamente fugir daqueles braços que a agarravam, que a deixavam sem fôlego, enquanto a arrastavam pela sala.
Vamos, padre — ordenou o lorde comece logo o casamento. O ouro que lhe dei é suficiente para que case o próprio Satã!
— E foi aí que Romana começou a gritar de pavor: — Vocês devem estar loucos!
Não podem me obrigar a cometer este sacrilégio!
— Lorde Kirkhampton desceu a mão com força na face pálida da moça... E então, chorando de medo e dor, Romana foi obrigada a se casar com aquele homem que não conhecia e nem amava!
Capítulo Um
1802
O marquês de Sarne gemeu enquanto se movia ligeiramente. Pensou na dor de cabeça que sentia: não podia ser real.
Era torturante demais... Parecia ter passado muito tempo quando ele abriu os olhos novamente.
Viu um aposento desconhecido e tornou a fechar os olhos. . . Sua cabeça continuava a latejar. Vagarosamente, intermitentemente, lampejos de lembranças voltavam à sua mente, mas havia momentos em que não se recordava de nada...
Tinha noção de que sua boca estava seca e seus lábios rachados.
Precisava tão desesperadamente de uma bebida que se obrigou a abrir os olhos e a conservá-los bem abertos. Havia ali uma lareira e, sobre ela, uma pintura que o marquês nunca vira em sua vida.
Uma janela sem cortina deixava entrar luz e ele pôde ver móveis de um tipo que nunca teria, em nenhuma de suas casas.
Fechou os olhos por um momento, depois tornou a abri-los de vez. . . Onde estava? E por que cargas d’água se sentia assim tão mal?
Mexeu-se vagarosamente e, ao fazê-lo, viu um pedaço de papel sobre seu peito.
Tentou olhá-lo, sem mover demais a cabeça, e então percebeu que vestia traje rigor.
Que havia acontecido e por que teriam colocado um pedaço de papel sobre seu corpo?
Tudo lhe parecia incompreensível, até que, de repente, ele se lembrou de que estava vestido assim quando saíra com Nicole de Prêt para cear.
Claro, ele começou a se lembrar de Nicole: fora buscá-la em sua carruagem, na entrada dos artistas de Covent Garden.
Ao apanhá-la em seu camarim, achou que era tão fascinante que merecia mesmo o aplauso de uma multidão.
— Tem certeza de que quer cear em casa? — perguntou-lhe, enquanto levava aos lábios aquela mão pequenina de dedos longos e finos.
Foram as mãos de Nicole que o atraíram em primeiro lugar, pois ela as usava com muito mais graça do que as outras moças do Corpo de Baile.
— Onde Vossa Senhoria quiser — respondeu ela — , mas a ceia já está pronta em casa.
Era elegante para os conquistadores de St. James perseguir as mulheres francesas, que, além de fascinantes, geralmente eram melhores dançarinas do que as inglesas.
O marquês tivera sob sua proteção uma artista espanhola, que lhe agradara durante mais de um ano. Pensava que Nicole de Prêt poderia preencher admiravelmente o lugar dela, e pretendia conversar sobre isso com a dançarina durante a ceia daquela noite. Ajudou-a pôr sobre os ombros o agasalho, uma pele que, em seu entender, não era moldura apropriada para a beleza dela.
Desceram a escada de ferro que levava à entrada dos artistas.
O marquês tinha certeza de que Nicole admiraria sua carruagem, pois ninguém em Londres possuía outra tão elegante, puxada por cavalos de puro sangue.
O cocheiro de libré e os lacaios que abriam a porta recebiam olhares de admiração da multidão, que se postava diante da entrada dos atores para ver não apenas as artistas que saíam, mas também os cavalheiros que as escoltavam.
Nicole de Prêt recostou-se no banco acolchoado da carruagem.
— O senhor vive em grande estilo, milorde — observou ela.
— É algo que espero que partilhe comigo — respondeu o marquês. À luz do candelabro de prata da carruagem, ele a viu lançar-lhe um olhar provocante por baixo de seus compridos cílios pretos.
— Isso é um convite? — Explicarei melhor depois de cearmos — prometeu o marques Nicole sorriu e ele ficou em dúvida se ela pretendia aceitar sua proteção imediatamente ou se adiaria a resposta para mostrar-se “difícil".
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