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4 de abril de 2010
O Cavaleiro Mercenário
Lady Katherine Dumonde e Sir Rafe Bracton
são duas almas amarguradas que ao se conhecerem
redescobrem as alegrias de um amor inesperado.
Rafe é um cavaleiro errante, que sai pelo mundo em busca de um lugar para si.Ao chegar à mansão de Katherine, ele pretende apenas se abrigar de uma intensa nevasca.
Mas acaba se encantando pela bela anfitriã, que embora muito severa, ainda traz acesa em seu coração a chama do desejo.
Capítulo Um
Sir Rafe Bracton soprou uma madeixa de cabelo ensopado da testa com certa frustração. A neve estava mais forte agora, e logo anoiteceria. O vento frio penetrava em seu manto fino, e suas mãos nuas estavam vermelhas e queimadas pelo frio.
— Pela prisão de São Davi, Cassius — murmurou Rafe, se dirigindo ao seu único companheiro quando socou mais uma vez os portões de madeira à sua frente. — O lugar não parece abandonado.
O grande cavalo negro bufou, o hálito fazendo fumaça no ar gélido.
Eles viajavam havia horas e, apesar de terem passado por alguns povoados e cabanas na estrada, Rafe estava certo de que encontrariam melhores acomodações se continuassem andando. Quando divisara o muro de pedra dividido pelo grande portão, vira que tinha razão.
Porém, ninguém aparecera para atender.
Talvez a neve cobrisse a desolação de uma propriedade abandonada.
Talvez os moradores tivessem ido comemorar o Natal em outro lugar. Ou podia ser que todos estivessem mortos por alguma doença terrível...
Uma pequena janela se abriu no portão e um par de olhos castanhos apareceu.
— Graças a Deus! — disse Rafe. Ele levantou a voz para ser ouvido em meio ao vento.
— Procuro abrigo por causa da tempestade!
Os olhos piscaram.
— Pelas chagas do Cristo, homem, está mais frio que uma teta de bruxa e a tempestade está piorando. Seja um bom cristão e deixe-me entrar!
Os olhos se apertaram quando Cassius bufou. Ele batia as patas no chão, congelando, tão ansioso quanto seu senhor.
A pessoa olhou para trás, escutou alguma coisa, assentiu... e bateu a janela.
Rafe soltou um sonoro palavrão. Bateu no portão outra vez.
Não havia outro abrigo por ali.
Ele precisava e iria entrar de qualquer maneira. Era um cavaleiro do reino, por Deus, apesar de pobre e sem terras, e ninguém devia...
A porta abriu devagar.
— Ainda bem — disse Rafe quando pegou as rédeas de Cassius e entrou no pequeno quintal.
Ele olhou para o homem baixo e gorducho que segurava a tranca do portão.
Não era à toa que o porteiro relutava em aparecer, já que parecia ser a única defesa do lugar. Ele parecia incapaz de se defender de uma abelha, o que diria de um intruso hostil.
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