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17 de julho de 2019

Cúmplices nas Sombras

Série Irmãos de de Armas

Um foragido com mais honra que a maioria dos cavaleiros salvou Lady Elizabeth D’Averette de um destino pior que a morte, e ela decidiu recompensar sua valorosa intervenção. 

Entretanto, não pagaria um preço muito alto ao dormir em sua cama, embora fosse castamente? Finn apreciava a coragem, uma virtude que Lizette tinha em abundância. Seu caráter aventureiro parecia com o dela e estava disposta a acompanhá-lo em uma perigosa missão para resgatar ao Ryder, o irmão de Finn, e trazer à luz alguns segredos muito bem guardados da corte real. No entanto, era possível que uma nobre tão bela pudesse chegar a querer a um plebeu irlandês?

Capítulo Um

Midlands, 1204.
— Acreditava que ia enlouquecer se tivesse que seguir sentada nessa carroça. — Se queixou Lady Elizabeth de Averette, enquanto levantava a barra da saia e se dirigia para beira de um riacho.
— Não acha que deveríamos ficar com os homens? — Perguntou sua donzela que olhava nervosamente à escolta de soldados que também tinham desmontado.
Os homens brincavam e amaldiçoavam entre eles enquanto levavam os cavalos para água ou os deixavam pastando na erva abundante que havia ao lado da estrada. Alguns tinha tirado de seu alforje pedaços de pão ou davam goles de cerveja. 
O líder do cortejo, Iain Mac Kendren, não fazia nenhuma coisa nem outra. Estava com braços nos quadris e com os pés bem plantados no chão, como se fosse uma estátua, apenas o ligeiro movimento de sua cabeça dava a entender que estava vivo e vigilante.
— Ontem à noite ouvi o hospedeiro falar sobre um ladrão que assalta aos viajantes por esta área. — Disse Keldra quase sem respirar pelo medo. — Um homem enorme, bárbaro e espantoso!
Lizette, como conheciam suas irmãs e o povo de Averette, a olhou com um sorriso condescendente. Keldra só tinha quinze anos e não estava acostumada a viajar. Não admirava que se assustasse com qualquer história de ladrões, por mais exagerada ou desatinada que fosse.
— Segundo uma das moças, é um ladrão muito bonito. Também disse que não rouba às mulheres se elas derem um beijo, mas me parece algo saído de canção de um menestrel. Mas, seja como for o ladrão, temos cinquenta homens para nos proteger, além do Iain Mac Kendren, e estou segura de que não nos acontecerá nada.
— Isso espero. — Sussurrou Keldra como temesse que o ladrão pudesse ouvi-la.
Lizette, sorridente e encantada de sair da fechada carroça, tirou a tiara de prata e o véu de seda e se agachou à beira do riacho.
— Se ele se contenta com um beijo em vez de minhas roupas e joias, acredito que até poderia me divertir conhecendo-o.
— Milady...! — Exclamou Keldra escandalizada, o qual demonstrou o pouco que conhecia a sua senhora.
Lizette pegou água com as mãos e a levou aos lábios.
— Você não gostaria de beijar um canalha bonito?
— Não se for um foragido!
— Eu preferiria beijar a um foragido bonito do que alguns cortesãos, que acham obviamente que eu quero casar com eles. 

8 de setembro de 2018

Inimigos nas Sombras

Série Irmãos de de Armas
Longe das intrigas da corte, Lady Gillian só desejava cuidar da propriedade de sua família e cumprir com sua promessa de nunca se casar.

Então chegou ao castelo D’Averette Sir Bayard de Boisbaston, para adverti-la de um possível perigo e proteger a todos aqueles que se encontrassem ali. Quem era esse homem para fazer-se dono e senhor de seu castelo desse modo? Não importava que possivelmente era o cavaleiro mais bonito do reino ou que ele a fizesse repensar sua promessa…
A honra obrigava a Sir Bayard a proteger a Lady Gillian, mas não teria imaginado que para isso teria que brigar com a mesma dama. Gillian era uma mulher de caráter que não demorou para conseguir que ele começasse a conspirar. Tinha que encontrar a maneira de convencê-la de que lhe seria útil ter um cavaleiro perto, não só no campo de batalha… mas também no quarto.


Capítulo Um

Inglaterra, 1204
Os anéis de ferro da cota de malha tilintaram quando Sir Bayard de Boisbaston levantou o braço direito para que seus homens parassem.
— E bem, Frederic, o que te parece o Castelo de Averette? — Perguntou a seu jovem escudeiro, enquanto assinalava ao outro lado do vale arborizado.
Frederic de Sere semicerrou os olhos para observar melhor a fortaleza de pedra cinza sobre a elevação e se balançou com nervosismo sobre a sua montaria.
— Pequeno, não é mesmo?
— Daqui dá essa impressão, — concordou Bayard — mas recorda que nem todos os castelos têm uma estrutura circular. Pode ser que as muralhas e as demais torres que levam à estrada principal estejam do outro lado.
Assinalou as torres em ambos os lados da entrada.
— Os arqueiros têm uma boa visão do rastelo e um bom ângulo para disparar a qualquer um que se aproxime da entrada.
Bayard também tinha notado que as margens da estrada estavam limpas de árvores e arbustos, e que tinham deixado uma faixa de terreno coberto de samambaias de pelo menos trinta metros de largura a cada lado do caminho. Nem inimigos nem bandoleiros que fugissem a pé poderiam emboscar a qualquer viajante sem lhes dar tempo de desembainhar a espada e defender-se.
— Sim, já o vejo, Milorde. — Comentou Frederic enquanto retirava dos olhos um cacho de cabelo castanho.
— Em marcha para Averette. — Ordenou Bayard enquanto fustigava a seu cavalo.
Além de ser um homem temível, e certamente o tinha sido, o falecido senhor de Averette tinha sido inteligente, ao menos quanto a defesa. Nisso ia pensando Bayard enquanto ele e seus homens avançavam em silêncio pela borda do rio para o que parecia uma próspera aldeia. Passaram diante do lago com seu moinho que o provia de água, a roda girava com um movimento lento e constante. O gado mugia em um prado próximo, e ao lado algumas ovelhas cercadas, e um pouco mais à frente do caminho se escutavam os grasnidos dos gansos e o cacarejar das galinhas das granjas.
O povo em si não era muito, mas os edifícios estavam em bom estado e as pessoas pareciam bem alimentadas. Um punhado de meninos esfarrapados saíram a olhá-los, boquiabertos, de um beco entre o posto de um vendedor de velas e uma estalagem que tinha um pôster com a cabeça de um veado. À porta da estalagem havia uma jovem de abundante busto que os observou com olhos de cobiça e calculadora. Se pensava que faria ganho com ele, pensou Bayard estava muito equivocada.


27 de novembro de 2016

A Inocente e o Canalha

Série Prêmio de Cavaleiro

Ela jurou resistir à tentação!

Celeste D’Orleau viajou para Dunborough a fim de investigar o assassinato da irmã.
Ao reencontrar Gerrard, o herói de sua infância, ela começa a ter fantasias proibidas. 
Gerrard usa toda a sua força de vontade para resistir ao desejo que sente pela bela e inocente Celeste. Depois de tanto lutar para restaurar sua reputação, ele não seduziria uma freira! 
Porém, conforme a missão de Celeste os deixa mais próximos, fica claro que essa paixão é mais forte do que qualquer voto!

Capítulo Um

Inglaterra, 1214
Caía a noite fria de novembro, mas dentro do salão de sir Melvin, o calor e a luz afastavam a baixa temperatura, proporcionando abrigo para a moça vestida num hábito de freira. Celeste viajara durante dias e agora aproveitava o conforto.
Havia uma lareira central e vários tocheiros alinhados nas paredes de pedra. A mesa principal, no tablado num dos cantos do salão, estava coberta por uma toalha e em cima dois candelabros ostentavam velas de cera de abelha. Celeste e o rechonchudo e próspero sir Melvin estava sentados à mesa. Atrás dele, havia uma tapeçaria de cavaleiros e damas bem-vestidos passeando no campo. 
A esposa, a calma e eficiente lady Viola, estava sentada do lado esquerdo dele. Criados, homens e mulheres circulavam por entre as mesas do salão, onde estavam o mordomo, o sacerdote, serventes, chefes dos criados e guardas da casa, servindo a refeição da noite.
O sacerdote tinha certa idade e, para Celeste, lembrava o Matusalém. Assim que ele terminou as orações, as criadas trouxeram as bandejas com grossos bifes de carne. Cestas de pão estavam espalhadas na mesa e os cálices de bronze refletiam a luz das velas.
— O senhor foi muito gentil ao me oferecer pousada e uma refeição tão farta — agradeceu Celeste ao anfitrião com toda a sinceridade.
— Estamos encantados com a sua presença aqui, irmã — disse sir Melvin com um sorriso largo. — Encantados!
— Vamos providenciar uma escolta para acompanhá-la pelo resto da viagem — ofereceu lady Viola.
— Sou muito grata a vocês, mas a viagem não será longa — respondeu Celeste. — Devo chegar em Dunborough amanhã.
— Você vai a Dunborough? — Sir Melvin ficou tão surpreso quanto se ela tivesse anunciado que estava feliz a caminho do inferno. — Mas o que você… — Ele olhou para a esposa, deu uma tossidela e continuou: — Ah, Dunborough? Conheço sir Roland. Ele e lady DeLac, noiva dele, hospedaram-se aqui vindos do castelo DeLac a caminho de Yorkshire.
Celeste alcançou uma cesta de pão e se serviu de um pedaço.
— Sir Roland é o lorde de Dunborough e está casado? — perguntou ela, esforçando-se para esconder o espanto.
— O pai e o irmão dele morreram há pouco tempo e ele se casou recentemente — explicou lady Viola.
Celeste não tinha motivos para não acreditar, mas mesmo assim não conseguia imaginar.
— Ele é um homem extraordinário… extraordinário — comentou sir Melvin, pegando uma faca para cortar um pedaço de carne, que uma criada bem-vestida havia colocado diante dele. — Mas um pouco sério demais para meu gosto, no entanto eu não sou a noiva. Nosso estábulo pegou fogo quando eles estavam aqui e ela perdeu todos os bens de seu dote. Ele nunca pediu remuneração pela perda.
— Foi ele que liderou o grupo que apagou o fogo — observou lady Viola.
— Ele não está em Dunborough agora — prosseguiu sir Melvin, sem saber o quanto deixava Celeste aliviada com a informação. — Ele está em DeLac porque…
Lady Viola tocou no braço do marido, balançando a cabeça.
— Bem, este não é um assunto adequado quando temos visita.
Celeste ficou curiosa para saber onde Roland teria ido e por que, mas não devia se importar com aquilo. O assunto que ela precisava tratar não era com o lorde de Dunborough.
— Você já esteve em Dunborough antes? — perguntou sir Melvin.
— Eu morava lá até entrar para o convento — admitiu ela.
— Ah! 

Série Prêmio de Cavaleiro
1 - O Castelo do Lobo
2 - A Noiva do Cavaleiro
2.5 - Kind Eyes and a Lion Heart
3 - A Inocente e o Canalha
Série Concluída

3 de outubro de 2016

A Noiva do Cavaleiro

Série Prêmio de Cavaleiro
Promessa de felicidade...

Ao ver o lado sensível do severo sir Roland de Dunborough, Mavis de DeLac se enche de esperança de que seu casamento arranjado será bem-sucedido. 
Quando a noite de núpcias é incendiada pelo desejo que sentem, ela ousa sonhar que a alegria durará para sempre. 
Contudo, Roland está convencido de que não poderia fazê-la feliz. E volta a ser o homem frio e distante de sempre. 
Porém, Mavis está determinada a provar que o marido não é uma pessoa amarga. E durante a viagem para proteger a herança de Roland, ela irá libertar o amor que esse nobre cavaleiro enterrou tão profundamente dentro de si.

Capítulo Um

Inglaterra, 1214
Duas moças estavam no quarto que já haviam compartilhado um dia, cercadas por baús de madeira com artigos de enxoval. Uma delas tinha cabelos escuros e estava com um vestido de lã marrom. A outra era mais clara e bonita, e vestia um fino vestido de seda verde. Era o dia do casamento dela.
— Você não precisa se casar com ele, Mavis — disse Tamsin à prima querida. — Seu pai pode ter dito alguma coisa, ou até ameaçado, mas você tem o direito de recusar. Nem ele, nem a Igreja, nem a lei podem forçar você a se casar contra a vontade. Rheged e eu adoraríamos lhe dar refúgio ou levá-la para onde quiser ir.
— Não, por favor, não precisa — Mavis interrompeu, sorrindo e balançando a cabeça.
Tamsin não estava no solário quando o pai dela havia proposto o casamento entre a filha e sir Roland de Dunborough. Mas ela estava e emendou, confiante: — Dei meu consentimento, vou casar por vontade própria, Tamsin, e estou feliz. Acho que você está enganada sobre sir Roland. Sei como eram o irmão e o pai, mas ele é diferente…
— Como você pode ter tanta certeza? — Tamsin perguntou. — Você acabou de conhecê-lo.
— Quando estávamos no solário com meu pai, sir Roland me pediu em casamento. Ele me deu a chance de recusar, Tamsin. Tenho certeza de que independentemente do acordo que fez com o meu pai, ele me liberaria se eu pedisse. E, tem mais, ele não estava me encarando como uma mercadoria, imaginando se tinha feito um bom negócio, nem como um troféu. Acho que ele estava até… Ansioso.
— Ansioso? — Tamsin repetiu sem acreditar. — Sir Roland?
— Não me importo de como ele é chamado. Vi alguma coisa nele que o diferencia de qualquer outro homem que já conheci e acho que podemos ser felizes. Ah, Tamsin, sei que para muitas pessoas ele pode parecer duro, frio e arrogante, mas, quando estávamos no solário com meu pai, ele não foi nada disso. Ao contrário, ele foi educado e gentil… Bem diferente do jeito como se comporta no salão nobre diante de outras pessoas e muito diferente do pai e do irmão.
— Você já ficou sozinha com ele?
Mavis não conseguiu encarar o olhar resoluto da prima.
— Não, nunca ficamos sozinhos.
Aquilo não era bem verdade, mas a única vez em que ficara sozinha no mesmo ambiente que Roland, ele não a tinha visto. Ela estava escondida no estábulo, enquanto ele conversava em voz baixa e carinhosa com o cavalo dele.
Mavis nunca tinha dito a ninguém que estava ali naquela manhã preparando-se para fugir em vez de obedecer à ordem do pai e se casar. Vê-lo daquele jeito com o animal era uma lembrança boa, um segredo que só ela sabia e que não queria dividir com ninguém. Mesmo porque sir Roland não ficaria muito feliz se soubesse que ela contara a alguém sobre sua conversa com um cavalo.
Tamsin segurou com firmeza as mãos da prima enquanto a encarava.
— Você se encontrou com o pai de Roland duas vezes e uma vez com o irmão mais velho, e agora quando eles estavam se esforçando para se comportar bem. Meu marido já passou alguns dias no castelo deles. Ele os conhece bem, Mavis, e me contou como sir Blane era cruel com todo mundo, incluindo os filhos. Ele riu a valer quando Broderick e Gerrard zombaram de Roland, e o xingou dos maiores impropérios quando o filho não reagiu.
— Ele não reagiu mesmo.
— É por isso que Rheged acha que ele é o melhor da família. Não que ele não saiba lutar. Rheged o viu numa disputa. Enquanto o irmão lutava com ousadia, até mesmo divertindo-se, Roland lutava para vencer.
— Não vejo nada errado nisso.
— Imagino que não seja ruim numa batalha, mas há muito o que se considerar. Não era segredo para ninguém que sir Blane estimulava a disputa e a hostilidade entre os filhos. Ele não diz nem mesmo qual dos dois, Roland ou Gerrard, nasceu primeiro. Sendo assim, nunca ninguém saberá qual dos dois será o herdeiro, caso alguma coisa acontecesse com Broderick.

Série Prêmio de Cavaleiro
1 - O Castelo do Lobo
2 - A Noiva do Cavaleiro

O Castelo do Lobo

Série Prêmio de Cavaleiro      

Apaixonada por seu protetor.

Obrigada a se casar com um homem a quem abomina, Thomasina terá que se valer de toda a sua virtude e coragem para colocar os deveres de família acima da própria felicidade. Até que sua vida muda de rumo ao ser raptada durante uma terrível invasão! 
Cativa do lendário Lobo de Gales, não tarda para Thomasina sentir uma irresistível atração pelo homem protegido pela pesada armadura. 
Embora tenha abduzido Tamsin em nome da vingança, Rheged não consegue abafar a voz de seus instintos de proteção. Mas amá-la poderia tornar ainda maior a ira dos inimigos do Lobo!

Capítulo Um

Inglaterra, 1214
A luz tremeluzente dos tocheiros e das velas de cera de abelha no salão nobre do castelo DeLac sombreavam as tapeçarias com estampas de caçadas e guerras, penduradas à parede. A lareira estava acesa, aquecendo o salão do frio da tarde de setembro.
Dos dois lados da lareira, cavaleiros e damas sentavam-se às mesas perto do palanque, onde lorde DeLac, sua filha e os convidados mais importantes compartilhavam a refeição da noite.
Cachorros circulavam pelas mesas, procurando pedaços de comida que caíam no piso de pedra. Um menestrel franzino, vestido de azul, entoava uma canção com a voz trêmula, que versava sobre um cavaleiro que enfrentava uma batalha para salvar seu amor perdido.
Sir Rheged de Cwn Bron, não estava interessado na refeição, nem na canção ou nos outros convidados. Que os nobres passassem o resto da noite se divertindo com bebidas, danças e músicas, enquanto ele descansaria para o torneio do dia seguinte. 
Assim, levantou-se, ajeitou a sobreveste preta e seguiu para a porta de onde espiou aqueles que competiriam com ele no torneio, uma disputa que mais parecia uma batalha de verdade do que uma competição entre cavaleiros. Alguns deles, como o rapaz animado vestido de veludo verde brilhante, ou o velho cavaleiro que cochilava de tanto vinho, seriam fáceis de vencer, um por ser jovem demais e sem experiência, outro velho demais para se mover com agilidade. Havia outros que tinham vindo mais para se divertir nas competições do que para ganhar o prêmio.
O prêmio estava dentro de uma caixa de ouro, cravejada de pedras, uma das razões pelas quais Rheged estava ali, além do pagamento em armas e cavalos daqueles que derrotaria na disputa. Ele era um veterano de muitas batalhas, acostumado a participar de torneios, quando testava suas habilidades.
Conforme ele seguia pelo corredor, outros cavaleiros comentavam a seu respeito:
— Esse não é o Lobo de Gales? — perguntou um normando bêbado.
— Por Deus, é ele mesmo! — murmurou outro.
— Por que ele não corta o cabelo? — perguntou uma mulher. — Ele parece um selvagem.
— Minha querida, ele é um galês — respondeu outro nobre com desdém. — Todos eles são selvagens.
Houve uma época em que Rheged se incomodava com aqueles comentários e insultos. Mas agora o que importava era vencer nos campos. Se acreditassem que ele lutaria com a determinação de um selvagem por causa do cabelo, tanto melhor.
O céu não tinha nenhuma nuvem quando Rheged saiu para respirar ar puro. A lua cheia iluminava os campos como se fosse dia, embora o vento anunciasse chuva. Mas, não seria uma tempestade, nada que justificasse adiar o torneio.
Um facho de luz, saindo de uma porta semiaberta de uma construção baixa adjacente ao salão nobre, iluminou os pedregulhos do pátio. Era a porta da cozinha, de onde vinha o som de panelas se chocando e conversas dos criados.
Dali saiu uma mulher de vestido escuro com uma sobreveste mais clara por cima, carregando uma cesta grande e fechando a porta com os quadris. Rheged reconheceu lady Thomasina, a sobrinha do anfitrião, vestida como uma freira com uma longa trança descendo-lhe pelas costas. Quando a conheceu, Rheged tinha ficado impressionado pela inteligência que reluzia em seus olhos castanhos. A responsabilidade de gerenciar a casa devia ser da linda filha de lorde DeLac, Mavis, quando na verdade a tarefa ficava por conta de Thomasina.
Rheged a observou cruzar o pátio até um portão menor que antecedia o portão duplo. Nem mesmo o vestido simples escondia a altivez e elegância natural dela. Os guardas abriram o portão para ela passar. O burburinho de vozes dos pobres famintos, ansiosos pelos restos da festança, remeteu Rheged à infância.
— Obrigada, milady!
— Deus a abençoe, milady!
— Há comida suficiente para todos — disse ela. — Venha, Bob, leve um pouco para sua mãe.
Naquela noite ninguém se machucaria numa possível briga pelos restos da festa e ninguém ficaria com fome.
Houve uma época que Rheged também passara fome e desesperado por um pedaço de pão ou carne fizera parte dos pedintes. Naquela época, a comida era jogada no pátio como se aqueles pobres famintos não merecessem nem o olhar de uma pessoa. A tarefa era sempre executada por um homem, nunca por uma mulher.
Encostado à parede, Rheged fechou os olhos, tentando afastar a lembrança daqueles dias de fome, solidão e desespero. Já fazia longos anos. Agora ele era um cavaleiro, dono de propriedades. Não era rico, mas com o tempo e esforço... 

Série Prêmio de Cavaleiro
1 -  O Castelo do Lobo
2 - A Noiva do Cavaleiro

6 de setembro de 2015

O Saxão

Série Viking
Endredi

Endredi assombrava todos os seus pensamentos... uma Valquíria queimada pelo sol com uma beleza tão selvagem quanto o mar aberto. Mas a paixão mais profunda de Adelar também era seu segredo mais sombrio. Pois a mulher que possuía seu coração pertencia ao seu senhor.

Adelar

Sempre Endredi se lembraria do garoto que a havia despertado para o amor. No entanto, amaldiçoava seu destino que a levou a Adelar, o homem, pois agora ela não passava de uma noiva maltratada em um reduto saxão repleto de perigos e enganos.

Capítulo Um 

Wessex - 902 A. D. 
- Deixe-Me em paz, - Adelar murmurou sonolento, o braço sobre a mulher nua ao lado dele. Cobrindo a rapariga suspirou e afundou mais profundo sob cobertores quentes colocadas sobre a lã no catre. 
- Meu senhor Bayard convoca você, - Godwin anulou um sorriso irônico em seu círculo, um rosto perpetuamente agradável. 
- Bayard envia seu homem alegria para dar a sua ordem. - Adelar rosnou com ceticismo, mal abrindo um olhar de soslaio ao menestrel. - Espero que você cante melhor. - 
- Ai de mim, oh meu amante arrojado, seu jogo não deve parar. Meu senhor te chama para a sala e você deve quebrar o jejum antes, - Godwin gorjeou, sua boa voz invadindo a cabana quando pegou a perna nua do guerreiro saxão e puxou. Percebendo que Godwin não tinha intenção de deixá- lo só, Adelar se levantou da cama improvisada. 
– Você não rima bem e a refeição do meio-dia terminou há muito tempo, - ele observou sarcasticamente enquanto se enfiava em suas calças. A rapariga sentou-se, exibindo um par de seios enormes e um bonito semblante, fazendo beicinho. 
- Você deve ir meu senhor? - Ela torceu uma mecha de seu cabelo escuro enrolado em torno de seu dedo. Gleda era o nome dela, Adelar lembrou. Ela era relativamente limpa, tinha seios como pequenas montanhas e de forma mais entusiasta, mas sua voz estridente era o suficiente para deixá-lo louco. Não que ele tivesse que ouvi-la muito, é claro.
- Na verdade, ele deve, - Godwin disse maliciosamente. - Mas eu não, minha querida, minha própria - Atirou-se ao lado dela e balançou as sobrancelhas comicamente. 
- É melhor você não me dizer nenhuma mentira, Godwin, - Adelar murmurou. O menestrel cruzou as mãos sobre o coração numa consternação simulada. 
- Eu, meu senhor? Eu, que sou apenas um humilde bobo da corte no salão de Oakenbrook? É claro que eu falo a verdade, pois tenho a honra de atuar como mensageiro para Bayard. Na verdade, tenho a honra de respirar o mesmo ar, comer a mesma comida de - -Falas muito e impedes homens de seu merecido descanso, - Adelar terminou. - Sim, é necessário o repouso, após o que você está fazendo... e fazendo e fazendo, - Gleda disse com uma risadinha e um olhar lascivo em seus olhos quando olhou para o corpo musculoso de Adelar. Adelar abaixou-se para pegar sua túnica. 
- O que é tão importante que Bayard me chama? – - Ele quer que você o ajude a negociar com o Danes. - - Não tenho nenhum desejo de estar entre Vikings, ou dinamarqueses, ou o que você quiser chamá-los, - Adelar respondeu asperamente. Ele estava feliz por ser de uso para Bayard, mas a única vez que ele queria estar perto dos dinamarqueses era na batalha. Ele pegou sua Arma e enfiou a espada curta em seu cinto. - Então você nunca deveria ter deixado qualquer um saber que você fala sua língua, - Godwin respondeu sua mão se afastando em direção aos seios nus de Gleda. Gleda estudou Adelar cautelosamente enquanto ordenadamente interceptava a carícia de Godwin. 
- Você pode: conversar com os animais? 
- Eu os entendo. - - Um conto mais fascinante, meu ouro, - Godwin começou. 
- Ele foi seqüestrado por um bando vicioso de vikings eu era criança e- - Ele parou quando viu o olhar de advertência nos olhos de Adelar. - Vou dizer-lhe em alguma outra hora.  
- Que tipo de negócio não Bayard procura fazer com aqueles ladrões - Adelar exigiu. 
- Eu não estou no conselho de Bayard, - Godwin respondeu de ânimo leve. - Também não sou seu primo. Eu só faço o que me disseram para fazer e quando Bayard não está com disposição para os meus divertimentos, penso que o seu pedido deve ser um pouco urgente.  
- Você deveria ter dito isso antes, - Adelar estalou. Ele pendurou o cinto da espada sobre seu ombro direito e no peito, sua ampla espada encostava-se a sua coxa esquerda.
- Você vai voltar em breve? - Perguntou Gleda. - Talvez eu vá, - Adelar disse quando viu que ela estava esperando por uma resposta. - Vai depender do que meu senhor decidir. Ou quanto tempo a negociação durar. - Ele puxou as botas. 
- Dagfinn provavelmente quer aumentar o imposto. Nós já pagamos aqueles cães, dinheiro suficiente para mantê-los longe de nossa terra. 
- E Alfred nunca deveria ter permitido que os Vikings terem o Danelaw, - acrescentou Godwin um pouco cansado, como se tivesse ouvido essas palavras muitas vezes antes. - Era isso, ou lutar para sempre.
- Então, devíamos ter lutado para sempre. Não há honra em comprar o afastamento de nossos inimigos.

Série Viking
1 - O Viking
2 - O Saxão
Série Concluída

26 de julho de 2015

O Castelo do Lobo





Apaixonada por seu protetor.

Obrigada a se casar com um homem a quem abomina, Thomasina terá que se valer de toda a sua virtude e coragem para colocar os deveres de família acima da própria felicidade. 
Até que sua vida muda de rumo ao ser raptada durante uma terrível invasão! 
Cativa do lendário Lobo de Gales, não tarda para Thomasina sentir uma irresistível atração pelo homem protegido pela pesada armadura. Embora tenha abduzido Tamsin em nome da vingança, Rheged não consegue abafar a voz de seus instintos de proteção. Mas amá-la poderia tornar ainda maior a ira dos inimigos do Lobo!

Capítulo Um

Inglaterra, 1214
A luz tremeluzente dos tocheiros e das velas de cera de abelha no salão nobre do castelo DeLac sombreavam as tapeçarias com estampas de caçadas e guerras, penduradas à parede. A lareira estava acesa, aquecendo o salão do frio da tarde de setembro.
Dos dois lados da lareira, cavaleiros e damas sentavam-se às mesas perto do palanque, onde lorde DeLac, sua filha e os convidados mais importantes compartilhavam a refeição da noite.
Cachorros circulavam pelas mesas, procurando pedaços de comida que caíam no piso de pedra. Um menestrel franzino, vestido de azul, entoava uma canção com a voz trêmula, que versava sobre um cavaleiro que enfrentava uma batalha para salvar seu amor perdido.
Sir Rheged de Cwn Bron, não estava interessado na refeição, nem na canção ou nos outros convidados. Que os nobres passassem o resto da noite se divertindo com bebidas, danças e músicas, enquanto ele descansaria para o torneio do dia seguinte. 
Assim, levantou-se, ajeitou a sobreveste preta e seguiu para a porta de onde espiou aqueles que competiriam com ele no torneio, uma disputa que mais parecia uma batalha de verdade do que uma competição entre cavaleiros. 
Alguns deles, como o rapaz animado vestido de veludo verde brilhante, ou o velho cavaleiro que cochilava de tanto vinho, seriam fáceis de vencer, um por ser jovem demais e sem experiência, outro velho demais para se mover com agilidade. Havia outros que tinham vindo mais para se divertir nas competições do que para ganhar o prêmio.
O prêmio estava dentro de uma caixa de ouro, cravejada de pedras, uma das razões pelas quais Rheged estava ali, além do pagamento em armas e cavalos daqueles que derrotaria na disputa. Ele era um veterano de muitas batalhas, acostumado a participar de torneios, quando testava suas habilidades.
Conforme ele seguia pelo corredor, outros cavaleiros comentavam a seu respeito:
— Esse não é o Lobo de Gales? — perguntou um normando bêbado.
— Por Deus, é ele mesmo! — murmurou outro.
— Por que ele não corta o cabelo? — perguntou uma mulher. — Ele parece um selvagem.
— Minha querida, ele é um galês — respondeu outro nobre com desdém. — Todos eles são selvagens.
Houve uma época em que Rheged se incomodava com aqueles comentários e insultos. Mas agora o que importava era vencer nos campos. Se acreditassem que ele lutaria com a determinação de um selvagem por causa do cabelo, tanto melhor.
O céu não tinha nenhuma nuvem quando Rheged saiu para respirar ar puro. A lua cheia iluminava os campos como se fosse dia, embora o vento anunciasse chuva. Mas, não seria uma tempestade, nada que justificasse adiar o torneio.
Um facho de luz, saindo de uma porta semiaberta de uma construção baixa adjacente ao salão nobre, iluminou os pedregulhos do pátio. Era a porta da cozinha, de onde vinha o som de panelas se chocando e conversas dos criados.
Dali saiu uma mulher de vestido escuro com uma sobreveste mais clara por cima, carregando uma cesta grande e fechando a porta com os quadris. Rheged reconheceu lady Thomasina, a sobrinha do anfitrião, vestida como uma freira com uma longa trança descendo-lhe pelas costas. Quando a conheceu, Rheged tinha ficado impressionado pela inteligência que reluzia em seus olhos castanhos. A responsabilidade de gerenciar a casa devia ser da linda filha de lorde DeLac, Mavis, quando na verdade a tarefa ficava por conta de Thomasina.
Rheged a observou cruzar o pátio até um portão menor que antecedia o portão duplo. Nem mesmo o vestido simples escondia a altivez e elegância natural dela. Os guardas abriram o portão para ela passar. O burburinho de vozes dos pobres famintos, ansiosos pelos restos da festança, remeteu Rheged à infância.
— Obrigada, milady!
— Deus a abençoe, milady!

18 de novembro de 2012

Uma Dama para um Cavalheiro

Série Irmãos de Armas

Senhor de Dunkeathe tinha força e astúcia,só lhe faltava uma esposa para ter também poder e riqueza. 

Seria alvo da inveja de todos…
Todavia, embora inúmeras mulheres competissem pelos seus favores, ele só se sentia atraído pela atrevida e inteligente lady Riona, a mulher que, de todas, menos lhe convinha.Lady Riona sabia que o arrogante cavaleiro normando jamais escolheria para esposa uma escocesa pertencente a uma família pobre.

E, no entanto, havia tanto desejo nos seus olhos que até ela sentia a tentação de cair rendida a seus pés.
Que Deus a ajudasse, mas Nicholas estava a fazer com que pensasse na possibilidade de perder a sua virtude, perante a promessa de passar uma noite entre os seus braços...


Capítulo Um

Glencleith, Escócia, 1240

Por favor, Riona, fala com ele - rogava o jovem Kenneth Mac Gordon, de dezoito anos, enquanto passeava junto da sua prima mais velha pelo pequeno pátio da fortaleza de Glencleith.
- Não me ouvirá, mas talvez te ouça a ti. Senhores ou não, somos pobres e tem de parar de oferecer comida e refúgio a todas as pessoas que aparecem à sua porta ou não ficará uma única moeda.
- Sim - afirmou Riona Mac Gordon, para sua tristeza, mas partir-lhe-á o coração não poder oferecer hospitalidade.
O ruivo Kenneth brandiu o punho para enfatizar o seu argumento.
- O pai deve enfrentar os factos. Somos cada vez mais pobres.
Tem de parar de convidar todos os desconhecidos que se cruzam no seu caminho para comerem e para se alojarem no seu lar.
- Falarei com ele e tentarei fazê-lo compreender que devemos ser mais cuidadosos
- concedeu Riona, enquanto chegavam ao portão.
Perto deles, as galinhas bicavam a terra dura junto dos estábulos.
As cercas de madeira que formavam o muro exterior estavam completamente desmanteladas em vários pontos e o portão não teria conseguido deter uma criança que estivesse decidida a entrar.
Talvez queira ouvir-me se lhe disser que a única herança que tem é um pedaço de terreno rochoso e uma fortaleza em ruínas.
- Também devias dizer-lhe que também não resta nada para o teu dote.
- Não me importo com o dote - respondeu Riona.
O teu pai já fez muito ao acolher-me quando era criança e, depois, ao tratar-me como se fosse filha dele.
Além disso, eu já sou muito velha para pensar no casamento.
Há muito tempo que deixei a mocidade para trás e não tive nenhum pretendente que me interessasse.
- Ainda não és demasiado velha.
Aquele homem de Arlee não parecia importar-se com a tua idade.
- Porque era um cinquentão desdentado.
Se esses são os cavaleiros que me querem, prefiro morrer como donzela.
- Depois de te levantares do leito da dor para verificar se estava tudo em ordem antes de morreres - indicou Kenneth.
- Alguém tem de se ocupar de ti e do teu pai.
- Sim e do resto das pessoas de Glencleith.
Quantas casas visitaste durante as últimas duas semanas?
Quantas queixas ouviste e resolveste sem incomodar o pai?
Riona sorriu.
- Não me importo de o fazer.
E as mulheres sentem-se melhor quando me contam os seus problemas.
- Fazes um grande trabalho a evitar as preocupações do pai, embora talvez lhe fizesse bem preocupar-se um pouco de vez em quando. Talvez abra finalmente os olhos se lhe disser que não tenho dinheiro e que tu não tens dote.
Riona suspirou e apoiou-se na paliçada de madeira, que rangeu intensamente, fazendo com que a jovem se endireitasse imediatamente.
- Como eu gostaria que o tio tivesse muito dinheiro e uma boa propriedade, que pudesse viver ao seu desejo, sem se preocupar com nada!
Merece isso e mais. É um homem tão bom, tão generoso...
Ele ensinaria um pouco de hospitalidade a esses senhores Normandos!
- É claro que sim - concordou Kenneth, afastando dos olhos um caracol do seu cabelo frondoso e dando um pontapé numa pedra próxima.
- Algum dia, Riona, as coisas melhorarão. Prometo-te.
- Pelo menos, o nosso povo pode estar tranquilo, sabendo que serás tão bom senhor como o teu pai, embora, talvez, um pouco mais prático.
O comentário suscitou um sorriso no rosto sardento de Kenneth, onde preponderavam ainda os traços adolescentes.
- Espero que sim. Diz-me, achas seriamente que o velho Mac Dougan está tão doente como diz? Está sempre moribundo ou, pelo menos, diz que está.
- Sim, acredito - respondeu Riona. - Estava muito pálido da última vez que o vi. Estou convencida de que não está bem. Tentei convencê-lo a sair da sua casa em ruínas, mas não quis fazer-me caso.
- A única coisa que fez foi aceitar o carvão e a comida que lhe levaste, não foi assim?
- Sim, mas preocupa-me. Está ali sozinho. Talvez conseguisse convencê-lo...
- "Oh, havia uma bonita menina de Killamagro!" cantou uma voz masculina, à frente do portão.
Ambos ficaram tensos.
- Ali está o pai - observou Kenneth desnecessariamente, já que só havia um homem em Glencleith que cantasse tão alto e com tanta entrega.
- Parece contente. Muito contente.
Riona não disse que o seu tio Fergus parecia sempre contente.
Se tivesse parecido triste, teria sido motivo de surpresa.
- Espero que isso signifique que conseguiu um bom preço pela lã - declarou, enquanto abria a porta.
- Eu espero que não tenha trazido consigo a meia dúzia de vagabundos que encontrou pelo caminho acrescentou Kenneth, enquanto se apressava a ajudá-la.
- Devia ter ido com ele. Tê-lo-ia feito se ele ainda cá estivesse quando regressei da caça. Quase parece que fez de propósito.
Pelo bem da harmonia familiar, Riona não disse a Kenneth que era assim.
Ela tentara convencer o seu tio Fergus a esperar pelo seu filho, mas ele despediu-se, dizendo que já vendia lã antes de ela nascer.
Era verdade, mas Riona também suspeitava que já o enganavam com os preços antes de ela nascer.
Se está de bom humor - começou Kenneth, talvez seja o melhor momento para lhe sugerires que seja mais... ou menos...
- Falarei com ele agora mesmo - respondeu Riona. Adiar a conversa não ia facilitar as coisas.


Série Irmãos de Armas
1 - A Dama e o Bárbaro
2 - Uma Dama para um Cavalheiro
3 - Casamento Combinado
4 - A Dama Desejada
5 - Desejo Proibido
6 - Desejo Soberano
7 - Inimigos nas Sombras – na lista
8 - Cumplices nas Sombras- idem
9 - A Noiva do Guerreiro
 

11 de outubro de 2012

A Lei do Coração






Violando a lei! 

A herdeira Moira MacMurdaugh mal havia suspirado aliviada por ter evitado um casamento desastroso com um mulherengo envolvido com jogos de azar para logo em seguida receber uma ação judicial. 

Dividido entre o dever e a desconcertante beleza da dama, o advogado Gordon
McHeath não tem outra escolha senão ir contra a mulher cujo beijo jamais esquecera. Até que forças sinistras ameaçam lady Moira, obrigando Gordon a pôr de lado as leis para salvá-la! 


Capítulo Um 

Escócia, Terras Altas, 1817 
Passara tempo demais na cidade, pensou Gordon McHeath enquanto cavalgava pela crista de uma colina em direção à aldeia de Dunbrachie. Inspirou longa e profundamente o ar fresco. 
Após tantos anos em Edimburgo, esquecera como era limpo e revigorante o ar das Terras Altas. Acostumara-se demais à fumaça e aos cheiros, ao barulho e às multidões de uma cidade grande e populosa. 
Aqui, o silêncio era rompido apenas pelo canto dos pássaros ou o balido ocasional de uma ovelha ou o mugido do gado. A vertente norte, à esquerda, era coberta de tojos e samambaias, a outra, à direita, por uma floresta de bétulas, amieiros e pinheiros. 
As agulhas dos pinheiros tinham um verde profundo e o cheiro lhe chegava com a brisa e o fazia pensar no Natal e em escuras noites de inverno, embora ainda fosse setembro. As folhas das outras árvores já estavam adquirindo tons de marrom e dourado e ele imaginou que a terra sob elas seria lamacenta, úmida e coberta de palha. Através das árvores, via um rio que corria depressa entre margens rochosas e que provavelmente estaria cheio de salmões na primavera. 
Infelizmente, também esquecera como podia ser fria uma brisa nas Terras Altas e aquelas nuvens escuras e pesadas a distância estavam definitivamente se aproximando. A menos que quisesse ser apanhado num dilúvio, teria de conseguir que o pangaré que alugara se movesse mais depressa. 
Estava prestes a incitar o cavalo a um trote quando o latido furioso de um cachorro rompeu o silêncio do campo. Não era o latido de um cão de caça... parecia-se mais com o som de um cão de guarda dando o alarme. 
Um pastor alemão, talvez, ou o cão de uma fazenda que cuidava dos terrenos e da casa. Gordon se ergueu nos estribos e olhou ao redor. Não viu nenhum rebanho de ovelhas, nenhuma choupana ou cabana, nada que exigisse um cão de guarda. 
— Socorro! Alguém me ajude! 
O grito amedrontado de uma mulher, que viera de algum lugar na floresta, mal era audível sobre o som dos latidos e da água corrente, no entanto não havia engano sobre as palavras ou o desespero na voz. 
Gordon afundou os calcanhares nas laterais do cavalo para fazê-lo saiu da estrada e se voltar em direção ao som da mulher e do cachorro, mas nada adiantou. Era a besta de boca mais dura que já cavalgara e se recusava a obedecer, como se fosse uma mula e não um cavalo. Resmungando uma praga, Gordon desmontou, atirou as rédeas sobre um galho de um arbusto nas imediações e começou a descer, com a maior rapidez possível, a encosta escorregadia e rochosa da colina, entre as árvores. 
A manga do casaco comprido de três capas se prendeu a um galho espinhoso e se rasgou. Suas botas de cavalgar logo ficaram cobertas da lama, que também sujou a barra do casaco. O chapéu foi derrubado por um galho alto que não vira até ser tarde demais. 
Debruçou-se para pegá-lo, escorregou, caiu e começou a deslizar até conseguir agarrar o tronco de uma árvore. O cão continuava a latir e a mulher gritou de novo por socorro, desta vez mais perto, felizmente, embora ainda não conseguisse vê-la. 
Gordon se levantou e, então, se encontrou diante do maior, mais feio e mais feroz cachorro negro que já encontrara, parado junto à base de uma bétula de folhas douradas, não muito distante da margem do rio. 
O cachorro não era de nenhuma raça que Gordon conhecesse e tinha uma cabeça e uma mandíbula enormes, olhos muito separados e orelhas pequenas. Estava com as quatro patas plantadas agressivamente no chão e rosnava, um fio de saliva lhe descendo da boca.
Apesar daquela coisa horrível, Gordon sabia que o cão não estava louco. Vira um cão sofrendo de raiva uma vez, espumando e com os olhos enlouquecidos, andando com um passo desequilibrado, e jamais esqueceria aquela visão. Entretanto, manteria a maior distância possível daquela fera. 
— Você está ferido? — A voz feminina veio da mesma direção em que estava o cão, o sotaque revelando a Gordon que não era uma camponesa ou uma pastora.


16 de julho de 2012

A Dama e o Libertino

O senhor do vício...

Quintus MacLachlann é do tipo arrogante que jamais se desculpa.
Quando recebe a missão de fingir estar casado a fim de sé infiltrar na sociedade de Edimburgo, ele saboreou a chance de ser o marido de Esme, que, embora belíssima, o detesta. ... e a senhora da virtude?
Esme não esconde sua profunda antipatia pelo desonrado libertino.
Ele é a última pessoa no mundo que ela consideraria se casar, simular um casamento ou qualquer outra coisa.
Mas ser forçada a atuar como esposa de um homem tão sedutor quanto ele pode criar sentimentos reais de desejo...

Capítulo Um

Londres Fevereiro, 1817
Esme McCallan andava impacientemente de um lado para o outro no escritório de advocacia em Staple Inn.
De trás da porta fechada, podia ouvir as vozes sussurradas e passos de clientes chegando para se reunirem com outros advogados.
Alguns dos passos eram tão ligeiros quanto os de Esme, outros lentos, arrastados e derrotados.
Nenhum deles pertencia ao seu irmão.
Esme detestava esperar, como Jamie sabia muito bem, todavia já eram quase 3h30 de uma tarde gelada e úmida, e Jamie ainda não chegara lá para encontrá-la, embora tivesse sido ele quem marcara o horário.
Só havia uma coisa que podia irritá-la mais e... 
Aconteceu. Quintus MacLachlann entrou no escritório sem ao menos bater à porta antes.
É claro que ela não o ouvira aproximar-se; o homem se movia tão silenciosamente quanto um gato.
Vestindo um casaco de lã marrom, colete azul, camisa branca aberta no colarinho e calça bege larga, alguém poderia facilmente presumir que ele era filho de camponeses e ganhava seu sustento lutando boxe.
Apenas sua voz e seus modos prepotentes de lorde sugeriam que ele era alguma outra coisa.
Se não a verdade: que era o filho imoral e renegado de um nobre escocês, e que desperdiçara todas as vantagens que sua família rica e posição haviam lhe proporcionado.
— Onde está Jamie? — perguntou ele com aquela combinação de arrogância e familiaridade que ela achava particularmente irritante.
— Eu não sei — replicou Esme enquanto se sentava na beirada da pequena cadeira preta e oval que seu irmão mantinha para clientes.
Ela alisou uma prega no colo de seu casaco de pele marrom e ajustou sua touca sem adornos, de modo que esta ficasse mais propriamente centrada em seus cabelos castanhos. — Isso não se parece com ele — observou MacLachlann desnecessariamente enquanto se recostava contra as prateleiras que guardavam os livros de advocacia de Jamie. 
— Ele ia encontrar alguém? 
— Eu não sei — repetiu ela, silenciosamente censurando-se por sua ignorância. — Não estou informada de todos os compromissos que meu irmão faz. 
Os lábios carnudos de MacLachlann se curvaram num sorriso insolente, e seus olhos azuis brilharam com divertimento.
— O quê? A mãe galinha não sabe sobre cada passo que seus pintinhos dão? 
— Não sou mãe de Jamie, e uma vez que Jamie é um homem adulto, com uma cabeça boa e uma educação que ele não desperdiçou, então não, eu não controlo todos os passos dele. 
Suas palavras não produziram efeito sobre o perdulário, que continuou sorrindo como um tolo. 
― Não? Bem, Jamie não está com uma mulher, de qualquer forma, a menos que ela seja uma cliente. Ele nunca se dá ao luxo desse tipo de coisa durante o dia. 
Os lábios de Esme se apertaram. 
— Então há mais alguma coisa que a mãe galinha não sabe, certo? — falou MacLachlann com uma risada que a fez se sentir como se tivesse entrado em algum tipo de estabelecimento onde todas as espécies de indecência ocorriam... Provavelmente o tipo de lugar que MacLachlann mais frequentava, talvez até mesmo o lugar onde passava todas as suas noites. 
— A vida privada de meu irmão não é da minha conta — disse ela, sentando-se ainda mais ereta e dando a MacLachlann um olhar cáustico. — Se eu estivesse por dentro de todos os assuntos de Jamie, saberia por que ele contratou um malandro como você. 
O brilho nos olhos azuis de MacLachlann revelou outro tipo de fogo. 
— Isso teve a intenção de machucar, docinho de coco? — perguntou ele, enfatizando seu sotaque irlandês e usando uma expressão para chamá-la que ela odiava com todas as suas forças. — Em caso positivo, você não teve sucesso. Já fui insultado de maneiras que curvariam os dedos de seus pés dentro de botas de sola grossa.
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19 de maio de 2012

Dois Destinos

Série Beije-me
Espião durante as Guerras Napoleônicas, sir Douglas Drury é um homem marcado pela desconfiança. 
De seu terrível passado, ele ainda carrega cicatrizes e inimigos. 
Ao ser emboscado em uma ruela de Londres, sir Douglas é inesperadamente salvo da morte certa. 
Contudo, logo sua gratidão se transforma em desapontamento. 
Sua vida foi salva por uma mulher... e francesa! Juliette Bergerine sempre procurou ser discreta. 
Mesmo assim, sua vida está em perigo. 
E agora, ela e Drury precisam buscar refúgio em uma mansão em Mayfair. 
Uma vez lá, a convivência forçada acaba por transformar o antagonismo inicial em um inesperado fascínio... 
E uma irresistível atração! 

Capítulo Um 

Levando em consideração toda a vida de Drury, suponho que realmente não deveria me surpreender. 
Mas é pena que a jovem mulher seja francesa. 
Todos nós sabemos como ele se sente sobre os franceses. — De a coleção de cartas de lorde Bromwell, famoso naturalista e autor de The Spiders Web, Londres, Ofegante, Juliette Bergerine acordou em meio aos lençóis amarrotados e olhou para o teto manchado acima dela. 
Fora um sonho, apenas um sonho. Não estava na França, não estava de volta à fazenda, e Gaston LaRoche se achava muito distante. 
A guerra terminara, Napoleão fora derrotado. 
Estava em Londres. Estava segura. Estava sozinha. 
Mas... O que era aquele som de passos arrastados? Podiam ser ratos nas paredes, mas pareciam distantes demais. E aquele barulho? 
Um grito de dor vindo do beco sobre o qual sua janela se debruçava? 
Afastando os lençóis e o fino cobertor, Juliette se levantou da cama estreita e correu para a janela, erguendo a vidraça ao máximo. 
Vestida apenas com a combinação, ela estremeceu. 
O ar de setembro era frio e permeado dos cheiros de carvão queimado, lixo e estéreo. 
A meia lua iluminava o prédio meio arruinado do outro lado do beco e também o chão. 
Quatro homens com porretes, ou algum outro tipo de arma, cercavam um, outro homem que tinha as costas contra a parede de seu prédio. 
Observou com horror enquanto os quatro se aproximavam do sujeito, claramente prontos para atacá-lo. 
O homem solitário se agachou, disposto a se defender, a cabeça de cabelos negros se movendo de um lado para o outro enquanto esperava que o atacassem. 
Ela abriu a boca para gritar por socorro, então hesitou. Não conhecia aqueles homens; nem os atacantes, nem sua vítima. 
No bairro onde morava, todos podiam ser homens maus, envolvidos numa disputa sobre ganhos de roubos, ou aquilo podia ser uma briga entre ladrões. 
O que aconteceria se interferisse? Deveria mesmo tentar? 
No entanto, eram quatro contra um; por isso, não fechou a janela e, um momento depois, ficou contente por não tê-lo feito, porque o homem que estava sendo atacado praguejou... Em francês. 
Um compatriota!

Série Beije-me
1 - Kiss Me Quick
2 - Kiss Me Again
3 - Dois Destinos
4 - The Viscount's Kiss

18 de setembro de 2011

Desejo Proibido

Série Irmãos de Armas
Desde o momento em que se conheceram, lady Beatrice desejou o cínico sir Ranulf, mas como filha de um traidor, sua reputação estava manchada e o matrimônio era algo impossível para ela. 

Com a certeza de que jamais poderia compartilhar sua vida com o homem de seus sonhos, a jovem donzela pensou que talvez pudesse estar com ele só por uma noite…
Ranulf jamais pensou que poderia amar uma mulher o suficiente para casar-se com ela… até que conheceu Bea.
Um cavalheiro sem riquezas e sem poder tinha pouco para oferecer a uma dama.
Entretanto, sua situação mudou quando seu senhor o pôs no comando de um castelo da Cornualha, e ali foi onde Bea apareceu de surpresa… com a intenção de seduzi-lo…

Nota Revisora Cléria Janice: Uma história de amor, recheada de aventura e dinamismo. O mocinho e um guerreiro duro acostumado e vencer batalhas e não está preparado para admitir que ama a mocinha que é uma jovem muito esperta inteligente e sabe o que quer. O amor do mocinho. Impressionante como as mulheres eram inocentes e ingênuas e ao mesmo tempo impetuosas, destemidas... Guerreiras por que não.

Capítulo Um

Cornualha, 1244
O senhor de Tregellas nervoso, mudava de posição na poltrona de carvalho que presidia no tablado da grande sala do castelo.
— Bom Deus, sempre demora tanto? — murmurou quase para si mesmo.
Normalmente, lorde Merrick era o mais estóico dos homens e o salão de Tregellas um remanso de paz e conforto.
Entretanto, naquele dia a sua adorada esposa estava dando a luz ao seu primeiro filho no quarto do andar superior, de modo que todo mundo estava nervoso.
Os criados se moviam em silêncio e inclusive os cães de caça permaneciam imóveis sobre as palhinhas que cobriam o chão.
Só o amigo de lorde Merrick, um homem barbado e de cabelo avermelhado, parecia tranqüilo enquanto esperava junto a ele desfrutando de uma taça de vinho.
— Ouvi dizer que o primeiro parto pode se prolongar durante dois ou três dias — disse sir Ranulf.
Merrick o olhou com os olhos entrecerrados.
— Supõe-se que isso tem que me consolar?
Ranulf curvou os lábios em um sorriso irônico.
— Pois a verdade é que sim.
Enquanto Merrick desprezava com um gesto suas palavras, Ranulf deixou sua taça.
— Parece muito tempo para nós e, sem dúvida alguma, parecerá muito mais para sua querida Constance, mas entendi que a primeira vez é normal que o parto se prolongue, sem que isso represente algum perigo para o menino ou para a mãe.
— Não sabia que era um perito em partos.
— E não sou — replicou Ranulf, negando-se a deixar que as maneiras bruscas de seu amigo o ofendessem. Merrick nunca foi conhecido por sua delicadeza. — De verdade, acredito que não tem nada com que se preocupar. Se a sua esposa ou o menino corresse algum risco, a parteira teria mandado chamar você e o sacerdote e pediria à lady Beatrice que saísse do quarto.


Série Irmãos de Armas
1 - A Dama e o Bárbaro
2 - Uma Dama para um Cavalheiro
3 - Casamento Combinado
4 - A Dama Desejada
5 - Desejo Proibido
6 - Desejo Soberano
7 - Inimigos nas Sombras – na lista
8 - Cumplices nas Sombras- idem
9 - A Noiva do Guerreiro