Série Diamante Negro
Slayde, conde de Pembourne, está disposto a tudo para salvar a sua irmã Aurora.
Inclusive a entregar o Diamante Negro, uma jóia muito valiosa que, depois de tudo, não tem feito mais que trazer desgraça e sofrimento a sua família, mas quando realiza a troca em alto mar, descobre que foi enganado: os cabelos vermelhos que brilhavam na névoa não são os de Aurora, a não ser os da jovem Courtney, vítima de alguns piratas que mataram a seu pai e a capturaram como isca.
Slayde acolhe Courtney em sua mansão e a ajuda a recuperar-se, enquanto tenta descobrir quem planejou o engano.
Os dois têm agora na vida um objetivo comum: a vingança, mas logo começa a surgir entre eles um impulso ainda mais forte, uma paixão desconhecida.
Capítulo Um
Maio de 1817, Devonshire, Inglaterra
Essa era terceira das notas com pedido de resgate recebidas em três dias, e a quinta esta semana, mas só era a segunda que parecia indicar um verdadeiro sequestro.
Pembourne:A troca se fará esta noite, às onze. A dez milhas ao sul do Dartmouth, mar a dentro, no Canal. Venha com um barco pequeno, sem armas.Venha sozinho, unicamente acompanhado pelo diamante. Obedeça estas instruções, se não, sua irmã morrerá.”
Devolvendo a lacônica mensagem ao bolso de sua jaqueta, Slayde Huntley, nono conde de Pembourne, lançou com uma mão a roda do leme de seu barco de pesca, ao tempo que com a outra inclinava seu relógio para a tênue luz do abajur.
Segundo seus cálculos, já tinha percorrido mais de nove das dez milhas.
Fez um esforço para acalmar-se e preparar-se para o enfrentamento, e manobrou a barco para entrar mais nas águas do Canal coberto de névoa, águas tão revoltas que davam a impressão de que poderiam tragar um barco do tamanho do seu.
Deveria ter trazido uma embarcação maior, pensou.
Todos seus instintos gritavam que esse barquinho não só era inadequado para o mar revolto, mas também que sua estrutura a fazia absolutamente vulnerável ao inimigo, mas a mensagem do sequestrador foi muito clara, por isso, dissesse o que dissesse seu instinto, não se atreveu a desobedecer, não iria pôr em perigo a vida de sua irmã.
Aurora.
Imaginar prisioneira de um sujo pirata arrepiava sua pele.
Pela enésima vez se repreendeu por ter faltado a suas responsabilidades, por ter permitido que acontecesse essa atrocidade sem precedentes.
Nos dez anos transcorridos desde que se converteu no responsável por Aurora, tinha conseguido mantê-la isolada do mundo e, mesmo em suas frequentes e prolongadas ausências, organizou seus exercito de criados e guardas, para mantê-la segura e confortável, além de proteger sua propriedade de intrusos.
Os acontecimentos demonstravam que esse último era mais fácil de conseguir que o primeiro.
De todos os modos, segundo informações que recebeu cada vez que voltava para casa, Aurora estranha vez conseguia aventurar-se além de seu adorado farol sem que a descobrissem e levassem de volta a Pembourne.
Como demônios pôde ocorrer o sequestro, então?
Deixou de lado os sentimentos de frustração e de culpa; nessa apurada situação não havia espaço para nenhum dos dois.
As dúvidas e as repreensões a si mesmo viriam depois.
Nesse momento só conseguiu dissipar suas reservas mentais, diminuindo assim as possibilidades de realizar o que tinha vindo a fazer: entregar o preço do resgate e recuperar a sua irmã.
O preço do resgate, esse detestável diamante negro cuja lenda tinha enterrados suas garras em seu passado e se negava a soltá-lo, cuja maldição atormentava os Huntley como um fantasma letal, um fantasma cuja presença não dissuadia absolutamente às centenas de corsários que vinham procurar a cobiçada pedra.
Pensando na brilhante pedra negra que tinha metido em sua bota hessiana, apertou com uma incrível força o leme até suas mãos perderem a cor.
O que o convenceu de que essa mensagem não era um simples invento com o fim de obter a pedra? E se, como a maioria dos anteriores, essa mensagem fosse um engano? E se esse pirata não tinha sequestrado Aurora?
Série Diamante Negro
1 - O Legado do Diamante Negro
2 - O Diamante Negro
Série Concluída