Trilogia Prazeres
A ponto de fazer sua apresentação na sociedade,Charlotte Calverstill abandona Londres para passar uns dias no campo na casa de sua amiga Julia.
Esgotadas pelas intermináveis lições de comportamento, as duas estão completamente decididas a aproveitar esses poucos dias de liberdade; de modo que Julia propõe que vão ao baile de mascara de Stuart Hill.
Essas festas populares não são muito adequadas para que duas jovenzinhas da alta sociedade, mas com os disfarces postos, ninguém poderá as reconhecer.
Certamente Charlotte não tinha pensado que essa noite perderia sua virgindade, entretanto isso é exatamente o que acontece quando um atraente desconhecido a leva até o jardim.
Arruinadas suas expectativas de matrimônio, decide que ficará solteira. Três anos mais tarde, Charlotte reconhece seu amante de uma noite na pessoa de Alexander, conde de Sheffield.
Nota da Revisora Tessy: É uma história surpreendente, no começo parece ser sem graça, mas a trama se desenvolve de maneira simples e clara e você se prende no enredo cada vez mais. Não é hot, mas têm cenas bem sensuais com uma mocinha a frente de seu tempo e um mocinho meu confuso e machão, mas lindo de morrer... E com um gêmeo a reboque... kkkkk... Resumindo Adorei e mal posso esperar para ler à próxima.
Capítulo Um
Kent, Inglaterra, abril 1798.
Para Charlotte faltava uma semana para fazer dezessete anos quando sua vida deu um giro de cento e oitenta graus; sempre haveria um “antes” e um “depois”.
O “antes” era quando estava com Julia Brentorton, sua melhor amiga do colégio. Tinham passado juntas os anos de internato e tinham sobrevivido à monotonia das aulas que faziam que todos os dias parecessem iguais: latim, música, baile, educação artística, comportamento e normas sociais com lady Sipperstein.
A verdade era que esse último curso tinha sido o mais fastidioso de todos.
― Julia ― Repreendia lady Sipperstein aparecendo repentinamente atrás delas ― Cruze os tornozelos quando se sentar em um sofá…
Suba de novo as escadas, Charlotte, e desta vez faça sem mover os quadris. Você rebola de uma forma totalmente inadequada.
Lady Sipperstein era uma dama temível cujo impressionante seio sobressaía como se fosse à proa de um navio. Sabia exatamente o grau de inclinação que devia ter uma reverência conforme se tratasse de uma duquesa ou do rei, e o repetia a suas alunas como se elas fossem ver-se obrigadas a fazê-lo todos os dias.
Do mesmo modo as bombardeava com um montão de normas.
― Aos criados despede do mesmo modo que os meninos: com firmeza, rapidez e mantendo a distância.
Os presentes para os doentes dependem do lugar onde vivam, se viverem em sua propriedade devem dizer à cozinheira que faça uma gelatina de medula e a dão vocês mesmas junto com um pouco de fruta.
Se viverem no povoado ordene a algum criado que leve um frango sem cozinhar. E, naturalmente, antes de entrar na casa devem assegurar-se de que a enfermidade não é contagiosa.
Devem mostrar-se compassivas, mas não inconscientes.
As aulas supunham frequentemente uma hora de intermináveis pergunta.
― Julia! Se um lacaio entrar no salão do café da manhã com uma bochecha inchada que deve fazer?
― Mando para sua casa ― Assegurou Julia.
― Não. Primeiro deve fazer averiguações. O inchaço pode ser consequência de uma dor de dente, mas também pode ser o resultado de uma briga de bêbados. Se se tratar deste último deve o despedir. Julia O que faria se fosse dor de dente?
― Bem… Digo que vá ver o médico ― Balbuciou a aludida.
― Falso! Deve ordenar ao mordomo que atribua um trabalho afastado dos donos da casa. Não terá que consentir aos criados.
Para Charlotte o momento mais agradável do dia era a aula de desenho. Sentia-se completamente feliz na sala de aula de pintada de branco onde havia doze cavaletes. Sempre pintavam o mesmo: duas laranjas e um limão. Ou duas maçãs e uma pêra. Mas para Charlotte dava o mesmo. Entretanto Julia não opinava o mesmo; imitava a perfeição a voz maravilhada da senhorita Frollip quando preparava uma nova natureza morta.
― Hoje uma cabaça!
A Julia adorava as aulas de dança, mas não porque gostasse de dançar, mas sim pelo senhor Luskie. Este era um homem mais peludo, pai de família, robusto e afável; em resumo, segundo as professoras, não representava nenhum perigo para as jovenzinhas. Mas Julia adorava e acreditava ver algum tipo de mensagem na forma em que o lhe apertava a mão quando a dirigia dançando a equipe.
- Adoro-o ― Murmurava a Charlotte pelas noites.
Esta franzia o cenho.
- Escute Julia, é um pouco… Enfim, não é…
Trilogia Prazeres
1 - Poderosos Prazeres
2 - Prazeres Noturnos
3 - Prazeres Encantados
Trilogia Concluída