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29 de dezembro de 2018

Quando Faíscas Voam

Série Escola de Senhoritas
Quando uma intrépida herdeira se vê longe de casa, para as celebrações de Natal – e ainda por cima, na mansão de um barão moreno e atraente.

Elinor Bancroft, simples e estudiosa, está viajando com a sua tia e jovens primas para passar as celebrações de Natal com o seu pai, quando um acidente de carruagem deixa o grupo encalhado na remota mansão de Lorde Martin Thorne.
Também conhecido como "o Barão Negro", ele não tem paciência para inválidos ou herdeiras mimadas e as crianças, geralmente, têm pavor dele. Mas ele lhes dá refúgio durante a tempestade de neve, e para manter as crianças fora do seu caminho, Elinor as ajuda a transformar a vazia mansão, num refúgio de férias para o Natal. Lorde Thorne, não está muito feliz em receber quatro crianças e duas mulheres, na sua época do ano menos favorita. “Mas faíscas voam sempre que ele e Elinor estão juntos, e, rapidamente, percebem que o Natal assume um novo brilho quando você o compartilha com quem ama."

Capítulo Um

Yorkshire, Dezembro de 1823
Cara Charlotte,
A escola deve ser um lugar vazio quando seus alunos forem para a temporada de Natal. Espero que você tenha amigos por perto que possam cuidar de você. Uma mulher sozinha nunca está totalmente segura.
Seu preocupado primo,
Michael
Não haverá mais casamento. Esse seria o presente de Natal que Elinor Bancroft queria para si este ano.
Ignorando as palhaçadas de seus primos e amigo, enquanto a carruagem Bancroft era lançada em direção a Sheffield para o feriado, Ellie deu um sincero e entediado suspiro. Ela preferia ser uma solteirona em Sheffield, do que suportar mais uma temporada humilhante em Londres. Apenas o pensamento de ser lançada novamente, em apenas três meses, para o redemoinho social fazia seu estômago revirar.
Agora tudo o que ela tinha que fazer era convencer tia Alys e Papa a desistir de quererem casá-la. Ela franziu a testa. Isso era improvável.
— O ganso de Natal na casa do tio Joseph é o melhor — disse Percy Metcalf de onze anos de idade à seu calmo colega de escola, Charlie Dickens, que viera com eles para o feriado —Ele comprou o maior da cidade.
—Haverá pudim de ameixa?— perguntou Meg Metcalf de cinco anos de idade, com o polegar preso em sua boca. — Eu gosto de pudim de ameixa.
—Eu espero que nós possamos brincar de snapdragon — disse Timothy Metcalf, de oito anos.
—Eu gostaria que pudéssemos — disse Ellie. —, mas duvido que Papa vá permitir isso. Ele dirá que pegar passas de uma tigela quente de conhaque é muito perigoso.
—Mas snapdragon é uma tradição de Natal! —Percy protestou.
—Se Mama nos permite fazer, por que o tio Joseph tem que nos proibir? —disse Tim fazendo beicinho — Pare o carro, e vamos pedir que ela o convença. De qualquer maneira, eu quero viajar com ela, pois Percy continua ocupando todo o assento.
—Se você já não a tivesse deixado louca esta manhã —Ellie respondeu —, você poderia estar viajando com ela agora. Deixe-a cochilar sozinha, e quando chegarmos à próxima cidade, eu tenho certeza que ela ficará feliz em ter você e Meg de volta em sua carruagem.
Fizeram a viagem em um navio de Londres até Hall, ao chegarem encontraram um dos cocheiros de seu pai esperando para levá-los de carruagem até Sheffield. Os negócios o haviam chamado para Lancashire, mas ele prometera estar de volta antes do Natal. Infelizmente a carruagem do pai, não era suficientemente grande para todos eles, apesar da babá das crianças ficar em Londres, pois tinha muita febre, ainda assim, eles tiveram que contratar uma carroça apenas para suas bagagens.
—Podemos cantar canções de Natal? —Meg perguntou.
—Se você quiser — disse Ellie. —Que tal O amanhecer no dia de Natal?
—Vamos cantar Uma noite divertida com uma tigela de wassail — disse Tim. Hoje, ele parecia ter apenas tigelas na mente.
—Esta é muito grande — Percy protestou. — Eu quero O Azevinho e a hera.
—Você escolheu essa ontem, hoje eu deveria escolher a canção - Tim reclamou, empurrando o cotovelo para o lado de Percy.
Percy reagiu empurrando Tim, que empurrou Charlie, que disse:
— Parem com isso, seus bobos! —E empurrou os dois. Em poucos segundos, os garotos estavam brigando. De novo.
—Basta! —Ellie protestou, inclinando-se para frente para separá-los. —Parem com essa besteira!
A próxima coisa que ela sentiu foi uma pontada no seio, foi Percy que acidentalmente cutucou seu seio com o cotovelo.
—Ai! —Ellie gritou, e recuou.
Meg que adorava sua prima, de dezenove anos, com um amor que só tinha pelos gatinhos e gotas de limão, se lançou na briga.
— Você a machucou! Você não pode machucar minha Ellie!
Ela então começou imediatamente a arder em lágrimas, o que parou momentaneamente a briga, já que os meninos mimavam Meg como se ela fosse uma princesa de contos de fada.
—Não, não chore. —Percy desajeitadamente deu um tapinha no ombro dela para confortá-la.
—Saia! — Meg protestou, empurrando a mão dele. —Você foi malvado com a Ellie!
Mordendo de volta um sorriso pela defesa feroz de Meg, Ellie pegou-a no colo.
—Está tudo bem, boneca — Ela acariciou os perfumados cachos louros da menina. —Estou bem, de verdade. Ninguém me machucou. — Ela franziu o cenho para Percy sobre a cabeça de Meg. —Não muito, de qualquer maneira.
Percy estendeu o queixo com covinhas.
—Eu não quis bater no seu... Você sabe onde.
—No seio? —Tim forneceu ajuda.
—Tim!