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9 de maio de 2011

Refém Da Sedução


Nos braços do inimigo...

Jennet Graeme testemunhou tragédias terríveis ao longo dos muitos anos de conflitos entre ingleses e escoceses.

Quando os escoceses invadem o convento onde ela se refugiou, Jennet resiste e desafia o guerreiro bonito, alto e loiro que a toma como refém.
Mas a força bruta de Hacon é avassaladora, e Jennet é forçada a cavalgar com ele por aquelas terras sem lei, cuidando dos feridos, protegida e desejada por um homem a quem ela quer odiar... mas não consegue...
Hacon Gillard se sente tocado pela bondade e generosidade de Jennet.

Como cavaleiro do rei, ele jurou lealdade a seu soberano, mesmo perdendo o coração para aquela jovem encantadora.
E então, o impiedoso guerreiro começa a sonhar com algo que vai muito além do calor das batalhas...

Capítulo Um

Berwick, Escócia, 2 de abril de 1318.

Cantarolar baixinho de pouco adiantava para abafar o ronco do estômago de Jennet.
De certa forma, a fome constante era mais fácil de suportar no convento, onde o sofrimento era igual para cada mulher dentro daquelas muralhas cinzentas.
Ao contrário da casa de lady de Tournay e daquela família de suínos, refletiu Jennet. Lavou o rosto, esperando que a água gelada expulsasse os pensamentos pouco caridosos de sua mente.
Ela fugira para o convento para encontrar paz. E a paz continuaria a se esquivar, se ela não se livrasse de tanta amargura, proveniente de seis anos de servidão aos de Tournay.
Mais uma vez seu estômago protestou, vazio. Jennet soltou uma praga e, depressa, pediu perdão ao Senhor.
Não tinha a personalidade de uma freira.
Era amarga demais, cínica demais, raivosa demais e incapaz de perdoar.
Um ano na reclusão do convento pouco havia feito para aplacar tais sentimentos.
Começou a trançar os cabelos.
Então franziu a testa, apurando os ouvidos, com a impressão de ouvir um burburinho de vozes masculinas.
—Talvez os escoceses tenham desistido do cerco — Jennet murmurou, ao se sentar no catre para começar a remendar algumas roupas. — Ou... — sentiu um repentino calafrio de terror — ...escalaram as muralhas e retomaram a fortaleza dos ingleses.
Forçou-se a manter a calma.
Estava segura. Não acreditava que os escoceses profanassem um convento.
Ali dentro ela estava a salvo da violência e da destruição.
A porta da clausura se abriu com um estrondo, e farpas de madeira voaram com o choque contra a parede de pedra.
E a visão que encheu o limiar a fez enterrar a agulha no dedo.
Jennet levou a mão ferida à boca, enquanto seus olhos pareciam grudados ao homem que invadira seu refúgio.
Com os braços cruzados sobre o peito coberto por uma cota de malha, ele se recostou ao batente.
O elmo, com a proteção do nariz, escondia muito da face, e Jennet pouco conseguia ver, a não ser o sorriso.
Um sorriso indolente que transformou o espanto e medo de Jennet em raiva.
Estava diante da morte certa, e aquele homem ria dela.
Gritos aterrorizados das freiras ecoavam pelos corredores. Murmurando uma praga, ela pegou o punhal de um bolso escondido nas saias.
— O que pretende fazer com essa agulhinha, moça? — ele resmungou, numa voz grave e macia.
— Rasgar um novo sorriso nessa sua cara, pagão herege! — Jennet gritou e avançou contra ele.
O homem a conteve, a manopla se fechando com força ao redor do pulso fino, a malha de ferro penetrando na pele.
— Ora, que freira furiosa...
Não havia como Jennet se livrar daquele aperto, mas o tom divertido na voz do homem a fez continuar a se debater.
— Eu não sou freira! — ela exclamou. — Refugiei-me aqui e pretendo mandá-lo diretamente para o fogo do inferno por profanar este local sagrado!

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