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15 de novembro de 2010

Mulher de Fogo

Série As Gêmeas Chandler

Fisicamente, ninguém conseguia diferenciar as gêmeas idênticas da família que fundou Chandler, no Colorado.

Por isso, todos as tratavam como um ser único, conhecido como Blair-Houston para evitar enganos.

No entanto, as semelhanças se limitavam à aparência.
Uma é a dama perfeita.
A outra quer quebrar barreiras e ser médica.
E a troca de personalidade por uma noite mudou as vidas das duas representantes da "realeza" local para sempre e nunca mais Chandler, a cidade mineradora, foi a mesma...

Prólogo
Filadélfia, Pensilvânia, Abril, 1892

— Surpresa! — onze pessoas gritaram à entrada de Blair Chandler na sala de jantar de seu tio Henry.
Ela era uma bonita jovem, com cabelos castanho-escuros realçados por reflexos ruivos, grandes olhos azul-esverdeados, nariz reto e aristocrático, e uma boca pequena bem desenhada.
Blair parou por um momento, tentando disfarçar as lágrimas de felicidade, enquanto olhava para as pessoas à sua frente.
Lá estavam tio Henry e sua esposa e, ao lado deles, Alan e seus colegas estudantes de medicina — uma mulher e sete homens.
Enquanto todos a contemplavam com prazer, ela, de pé, atrás da mesa repleta de presentes, não parecia lembrar-se dos últimos anos de luta para formar-se e receber seu diploma de médica.
Tia Fio, com a graça de uma jovenzinha, adiantou-se:
— Não fique aí parada, querida. Estão todos morrendo de vontade de ver seus presentes.
— Primeiro este aqui — disse tio Henry, entregando-lhe um pacote grande. Blair pensou saber o conteúdo da caixa, mas temia uma frustração.
Quando rasgou o invólucro e viu a maleta de couro com os instrumentos médicos novos e brilhantes, sentou-se pesadamente na cadeira atrás de si, incapaz de falar.
Tudo o que conseguiu fazer foi correr um dedo pela placa de bronze na maleta, onde estava escrito: Dra. B. Chandler.
— É esta a mulher que colocou ovos podres no armário do professor de cirurgia? — manifestou-se Alan, quebrando o silêncio embaraçoso. — É esta a mulher que enfrentou toda a diretoria dos hospitais de Filadélfia? — Curvando-se, pôs os lábios bem junto de sua orelha. — É esta a que tirou o primeiro lugar nos exames do St. Joseph, tornando-se a primeira médica interna de seus quadros?
Passou-se um momento antes que Blair pudesse reagir:
— Eu? — murmurou, levantando os olhos para ele, a boca aberta, expressando descrença.


Série As Gêmeas Chandler
1 - Mulher de Fogo
2 - Mulher de Gelo
Série Concluída

24 de janeiro de 2009

Mulher de Gelo

Série As Gêmeas Chandler

O que era mais forte?
Seu segredo de mulher ou aquela atração invencível?

Na cidade de Chandler, Colorado, todo homem sonhava em conquistar Houston Chandler e sua irmã gémea, Blair. 
Mas, para Kane, um rude forasteiro novo-rico, Houston era a mulher de gelo que representava o desafio de sua vida e que ele queria despertar para o mais intenso amor. E Kane sempre conseguia o que desejava... 

Prólogo

A Velha Gorda, com os cabelos cinzentos e ásperos escapando de um chapéu surrado, dentes escuros, era surpreendentemente ágil ao içar-se para o banco da grande carroça. Atrás havia uma boa variedade de legumes frescos, cobertos com uma lona úmida.
– Sadie. Ela virou-se para a esquerda e viu o reverendo Thomas, alto, elegante, as sobrancelhas cerradas de preocupação. 

– Você será cuidadosa? Não vai fazer nenhuma tolice que chame a atenção sobre você?
– Prometo – disse Sadie, num tom calmo e juvenil. – Voltarei logo. – Em seguida, atiçou os cavalos, imprimindo-lhes um passo arrastado. A estrada que saía da cidade de Chandler, no Colorado, e alcançava a mina de carvão para onde Sadie se dirigia, era longa e movimentada.  Teve que parar e esperar que o trem passasse por um dos ramais da ferrovia Colorado and Southern.  Cada um dos dezessete campos de vão próximos de Chanciler tinha sua própria linha de trem dentro do campo.  Fora do desvio para a mina Fenton, Sadie passou por outra carroça de mercadorias, também com uma velha na boléia. Deteve os quatro cavalos e sondou a paisagem, até onde podia ver.
– Algum problema? – Sadie perguntou com calma à outra velha.
– Nenhum, mas a conversa sobre sindicato está cada vez mais forte. E você? Sadie fez um sinal com a cabeça.
– Houve uma explosão no túnel número seis, na semana passada. Os homens não perderam tempo para escorar enquanto escavavam. Você tem hortelã?
– Dei-a toda, Sadie – disse a mulher, inclinando-se para mais perto. – Tenha cuidado. A Little Pamela é a pior. Rafe Taggert me assusta.
– Ele assusta muita gente. Aí vem outra carroça. – Baixou a voz enquanto atiçava os cavalos. – Até a semana que vem, Aggie. Não receba dinheiro vivo.
Sadie passou pelos homens da carroça que se aproximava e cumprimentou-os.  Momentos mais tarde, descia a longa estrada que ia para o campo de Little Pamela.
A subida para o desfiladeiro era íngreme e ela não viu o posto da guarda até chegar diante dele. Sem querer, seu coração começou a bater.
– Bom dia, Sadie. Você trouxe nabos?
– Grandes, e bem bonitos. – Ela fez uma careta, mostrando as rugas e os dentes estragados.
– Guarde uma saca para mim, viu? – disse o guarda enquanto destrancava o portão. Não falava sequer em pagamento. Abrir o portão para deixar que uma estranha entrasse no campo fechado já era pagamento suficiente.
Os guardas ficavam postados lá para ter certeza de que nenhum organizador de sindicatos entrasse.  Se suspeitassem de que alguém estava tentando organizar os mineiros, os guardas atiravam primeiro e faziam perguntas depois.  Com essa espécie de poder, tudo que tinham a fazer era alegar que, quem quer que fosse que tivessem matado, era um sindicalista, pois tanto o júri local como o estadual os absolveria. Os donos das minas tinham o direito de proteger suas propriedades.
Sadie teve trabalho para manobrar a grande carroça de quatro cavalos através das ruas estreitas e cobertas de carvão.  De cada lado, havia armações de caixas que os donos das minas chamavam de casas, quatro ou cinco pequenos cômodos, com uma privada e barracão para carvão, do lado de fora. A água era trazida em baldes de um poço comum infestado de carvão.
Sadie passou em frente do armazém da companhi e cumprimentou friamente o dono. Eram inimigos naturais.
Os mineiros eram pagos ilegalmente com vales, assim a família só podia comprar o que precisasse no armazém da companhia.
Algumas pessoas diziam que os proprietários das minas ganhavam mais com os armazéns do que com o carvão.
A sua direita, entre os trilhos dá estrada de ferro e a encosta íngre-me, estava Sunshine Row – uma fila separada de casas duplas pintadas de um amarelo horrível. Não havia quintais e as casas com seus quartinhos de privada ajeitavam-se entre quatro metros.
Sadie conhecia muito bem a combinação da fumaça do trem misturada com os outros cheiros. Era aí que os mineiros novos moravam. Parou os cavalos em frente a uma das maiores casas da mina.
– Sadie! Pensei que não viesse – disse uma mulher jovem e bonita, enquanto saía da casa, enxugando as mãos e os braços molhados em uma toalha fina.
– Você me conhece 


Série As Gêmeas Chandler
1 - Mulher de Fogo
2 - Mulher de Gelo
Série Concluída