Um lobo solitário em busca de algo que dê sentido à sua vida.
Uma mulher que não pode, nem quer esquecer. Obrigada a casar-se com o homem que mais odeia e do qual jurou vingar-se, Munia vê como se desvanece toda a sua ira quando Hernán, mais conhecido como Lobo Cinzento, decide que ela será para ele mais do que um simples objeto de desejo. A sua ternura, a sua perseverança, até mesmo a sua honra, serão postas aos pés de sua esposa, assim que ela concordeem olhá-lo com outros olhos. Munia e Hernán deverão lutar por seu futuro enquadrados em uma guerra que não cessa, de traições daqueles que o Lobo Cinzento jurou proteger, de ambições disfarçadas de lealdades e de um passado que volta para envenenar o seu presente. Este amor acabará por triunfar, apesar de todos os obstáculos que terá de superar?
Capítulo Um
Fevereiro de 921
Desate-o e o jogue ao rio. Depois… Hernán não conseguiu escutar o resto das ordens. A sua mente se negava a aceitar mais sofrimento do que o seu corpo albergava. A pele era uma autêntica pira por cujos poros exalava puro fogo. A carne lhe ardia. A umidade provocada pelo sangue derramado lhe mantinha a roupa colada ao corpo. Não conseguia sentir os braços, nem as pernas, e a dor que o atingia era tão insuportável que nem sequer conseguiu gritar para afastá-lo dele. Embora se o fizesseequivalesse a render-se. E não tinha chegado até onde estava para entregar-se daquele modo tão humilhante. Lutou contra a inconsciência embora estivesse esgotado. Consumido. Sem orgulho. Mesmo assim, quis opor resistência quando seus braços ficaram livres, mas não lhe responderam. Tampouco os pés, quando tentou cravá-los na terra resistindo ser arrastado por alguém que tinha mais força do que ele. Não era o seu verdugo quem o fazia, recordou-se, com alguma esperança, enquanto a escuridão era substituída por um pequeno fio de luz que penetrava através de suas pálpebras fechadas e suas fossas nasais captavam um ar mais puro e menos putrefato que o que suportava fazia dias. Aquele homem não cheirava como ele. O seu ritmo de respiração tampouco era o mesmo. Inclusive acreditou escutar uma série de insultos sussurrados com prudência que, em outras circunstâncias, tê-lo-iam feito sorrir.
Série Crônicas do Tempo
Uma mulher que não pode, nem quer esquecer. Obrigada a casar-se com o homem que mais odeia e do qual jurou vingar-se, Munia vê como se desvanece toda a sua ira quando Hernán, mais conhecido como Lobo Cinzento, decide que ela será para ele mais do que um simples objeto de desejo. A sua ternura, a sua perseverança, até mesmo a sua honra, serão postas aos pés de sua esposa, assim que ela concordeem olhá-lo com outros olhos. Munia e Hernán deverão lutar por seu futuro enquadrados em uma guerra que não cessa, de traições daqueles que o Lobo Cinzento jurou proteger, de ambições disfarçadas de lealdades e de um passado que volta para envenenar o seu presente. Este amor acabará por triunfar, apesar de todos os obstáculos que terá de superar?
Capítulo Um
Fevereiro de 921
Desate-o e o jogue ao rio. Depois… Hernán não conseguiu escutar o resto das ordens. A sua mente se negava a aceitar mais sofrimento do que o seu corpo albergava. A pele era uma autêntica pira por cujos poros exalava puro fogo. A carne lhe ardia. A umidade provocada pelo sangue derramado lhe mantinha a roupa colada ao corpo. Não conseguia sentir os braços, nem as pernas, e a dor que o atingia era tão insuportável que nem sequer conseguiu gritar para afastá-lo dele. Embora se o fizesseequivalesse a render-se. E não tinha chegado até onde estava para entregar-se daquele modo tão humilhante. Lutou contra a inconsciência embora estivesse esgotado. Consumido. Sem orgulho. Mesmo assim, quis opor resistência quando seus braços ficaram livres, mas não lhe responderam. Tampouco os pés, quando tentou cravá-los na terra resistindo ser arrastado por alguém que tinha mais força do que ele. Não era o seu verdugo quem o fazia, recordou-se, com alguma esperança, enquanto a escuridão era substituída por um pequeno fio de luz que penetrava através de suas pálpebras fechadas e suas fossas nasais captavam um ar mais puro e menos putrefato que o que suportava fazia dias. Aquele homem não cheirava como ele. O seu ritmo de respiração tampouco era o mesmo. Inclusive acreditou escutar uma série de insultos sussurrados com prudência que, em outras circunstâncias, tê-lo-iam feito sorrir.