1 - NOITE DE NÚPCIAS
Unidos pelo casamento, movidos pelo desejo.
Ele foi tirado de Adrienna em sua noite de núpcias, e vendido como escravo.
Agora, novamente livre, Hugh de Ryebourne quer vingança... e sua esposa de volta.
No entanto, ele não a forçará a nada.
Será um prazer seduzi-la e fazê-la se entregar.Adrienna fica chocada com o reaparecimento de seu marido, mas não consegue negar o desejo que Hugh lhe desperta.
Ele não é mais o jovem que conheceu, mas um homem de verdade, soturno e perigoso... Terá chegado o momento de se deliciarem com a noite de núpcias que lhes foi negada?
Capítulo Um
Corte da Rainha Eleanor em Poitiers, Maio de 1171
Durante os três meses em que ela estava na corte da rainha Eleanor, os homens a haviam chamado de muitas coisas — a menos desagradável, e a mais familiar, tinha algo a ver com sua extrema frieza.
Ouvira tal reclamação com muita freqüência.
Entretanto agora, cada peça de roupa sua parecia evaporar como a névoa da manhã.
Seu vestido caiu do corpo, deixando o ar noturno livre para sussurrar contra sua pele arrepiada. Com nada mais do que um olhar ardente, ele a despiu devagar, uma camada agonizante de cada vez.
Adrienna de Hallison tremeu em antecipação, de medo e por um desejo tão intenso que teve certeza de que morreria.
Queria mais do que apenas o olhar dele.
Queria a respiração quente em seu pescoço, os lábios sensuais contra seus próprios lábios. Os seios estavam retesados contra o corpete do vestido, suplicando por carícias, ansiando pelo toque das mãos dele.
Sob as camadas finas de linho e seda que escondiam seu corpo, a pele formigava.
Fogo e gelo lhe percorriam as veias.
Ela rezou para que não enrubescesse e revelasse seu desejo.
Para seu total desgosto, sentiu as faces esquentarem.
Estudou a mesa ricamente posta à sua frente, esperando esconder o rosto vermelho dele. Os homens eram iguais em qualquer lugar.
Não importava se em uma fortaleza ou em um palácio exuberante.Eles tinham lutado pelo direito de derreter a compostura de Adrienna. Todos haviam fracassado. A atenção falsa e quase afetada dos homens não a atraía.Às vezes, quando isso não era totalmente enfadonho, beirava o ridículo.
Se pudessem perceber seus pensamentos naquele instante, ficariam chocados.
Nenhum homem já conseguira fazer seu sangue ferver daquela maneira.
Nunca ninguém tinha sido capaz de lhe despertar um desejo espontâneo.
Ficariam apavorados pelo calor que percorria seu corpo com o mero olhar de um estranho. Um estranho perigoso, de pele bronzeada e vestido no tom de azul mais profundo que Adrienna já vira.
O traje quase preto o fazia ainda mais notável do que os pavões adornados que circulavam na corte de Eleanor.
Todavia, aqueles pavões estavam certos.
Seu corpo, assim como seu coração, tinha sido congelado pelo que parecia uma vida inteira. Até agora.
O olhar do estranho a penetrou, forçando sua atenção de volta para ele.Os olhos intensos a despiram e deixaram seu corpo nu.
Com a respiração ofegante, Adrienna ansiava pelos toques.
Os dedos dele seriam ásperos contra sua pele suave? As mãos carregariam a mesma chama que queimava naqueles olhos?
Adrienna desviou o olhar e fitou a tapeçaria ornada pendurada nas paredes.
Tudo que a atenção indesejada dele faria era desmentir a reputação que ela construíra tão cuidadosamente.
Ele rasgaria a capa que Adrienna envolvera ao seu redor com tanta cautela, numa tentativa de proteger seu coração da dor.
Não. Independentemente de quão extrema fosse a tentação, ela não deixaria que nenhum homem, especialmente aquele desconhecido, penetrasse sua proteção.
Adrienna tinha gostado de um homem e ele a abandonara, deixando-a sozinha e ainda virgem na fortaleza de seu pai.
2 - RENASCER DO DESEJO
Seu marido... um estranho...
Prisioneiro por sete anos, lorde Guy de Hartford sobreviveu motivado pelo momento em que veria novamente sua adorada esposa.
No entanto, ao entrar em sua fortaleza, seus próprios homens não o reconhecem e a culpa de Elizabeth está à vista de todos.
Poderia ela tê-lo traído?Ele voltou para reivindicar sua esposa!
Elizabeth mal reconhece o marido no estranho cheio de cicatrizes.
Ainda assim, não é possível negar o apaixonado desejo entre eles.
Poderá ela encontrar segurança novamente em seus braços... e no amor que um dia compartilharam?
Capítulo Um
Março de 1171
Fortaleza de Hartford, costa noroeste da InglaterraSeu lar.
Guy de Hartford apegara-se a essa visão com toda a força de seu coração e de sua mente, como um moribundo agarra-se à vida, por mais tempo do que conseguia se lembrar.
Após uma ausência de quase sete anos, ele fitou a vastidão de terra da fortaleza de Hartford e deu um suspiro de alívio.
Por mais de um ano, ele e seus antigos companheiros de masmorra haviam viajado por desertos estéreis e por densas florestas nas montanhas até que ele chegasse onde estava agora.
Embora eles tenham dependido um do outro para garantir a própria sobrevivência ao longo do caminho, não foi difícil se separarem quando pisaram em solo inglês.
Cada um tinha a própria vida a ser descoberta, ou redescoberta.
Hugh de Ryebourne e William de Bronwyn haviam se encaminhado para a corte da rainha Eleanor para encontrar a esposa de Hugh.
Stefan de Arnyll saíra atrás de sua sorte e de seu futuro.
Enquanto ele, o conde de Hartford, finalmente voltara para casa.
Por muitas vezes, Guy pensou que não veria Hartford novamente.
Eram dias em que tinha medo de nunca mais pôr os pés naquele solo fértil. E noites passadas na agonia do luto por tudo o que perdera.
Ele fora privado de sua liberdade, arrancado da companhia da esposa e do calor dos seus braços.Perdera o direito de escolher suas batalhas, sua comida, suas roupas e até mesmo quando iria dormir.
Esteve muito perto de perder a vontade de viver.
Escravizado como um animal, tratado como se valesse menos que uma besta de carga, forçado a suportar meses sem fim, que acabaram por se transformar rapidamente em anos, de abuso, fome e dor.
Autorizado a viver apenas para derramar o sangue de outros com suas mãos e com sua espada.Guy estremeceu diante dos muitos pecados terríveis que cometera.
No entanto, permitiu que as lembranças fluíssem através dele.
Tentar deter a visão dos pesadelos, ou trancá-los dentro de si, serviria apenas para torná-los mais fortes.
E isso ele não permitiria mais.
Seu futuro não seria mais controlado por seu passado.
Não deixar que as lembranças de seu tempo de escravidão vissem à luz do dia diminuiria o mal que elas lhe causavam.
Guy estava tão certo disso, quanto da boa acolhida que o aguardava por trás das muralhas de Hartford.
Ele visualizava seu retorno ao lar em tal nível de detalhes que quase podia sentir os braços da esposa ao redor do seu pescoço, o sabor dos lábios dela nos dele. Sonhava em sentir o coração de Elizabeth batendo forte contra o seu peito quando a tomasse nos braços e se perdesse nas curvas sedutoras do seu corpo.
Ansioso por experimentar a acolhida com a qual vinha sonhando e por abrigar-se do frio que lhe gelava os ossos, ele esporeou o palafrém que montava, instigando o cavalo a apressar o passo.
O rei Henrique oferecera a ele uma boa montaria, mas Guy não desejava tirar proveito de nenhum despojo de guerra — nem mesmo um cavalo de batalha.
A bainha vazia pendurada em sua cintura fora a única coisa que guardara e, assim mesmo, apenas para que não se esquecesse no que o haviam obrigado a se tornar.
Haviam se passado 18 meses desde que deixara o palácio onde fora escravizado, encontrara o rei e conseguira voltar para casa, e durante este tempo ele não tirara nenhuma vida.
E com a graça de Deus jamais seria forçado a fazer isso de novo.
A escuridão que tomara conta de sua alma por tanto tempo começava a se dissipar conforme Guy atravessava o campo aberto.
Cada passo na direção de Hartford afastava mais e mais a tristeza e o desespero, permitindo que a alegria começasse a brilhar em seu coração.
Quando chegou próximo ao muro da propriedade, ele precisou se controlar para não gritar "Elizabeth, estou de volta!".
Ao invés disso, puxou a rédea do cavalo diante da ponte levadiça abaixada e olhou confuso para os homens que o encaravam furiosamente das torres de vigia.
Por que o grande portão de ferro fundido estava fechado?
Ele não vira nenhuma evidência de batalha ao longo do caminho, nem nas terras ao redor da propriedade.
Será que Hartford não acolhia mais os visitantes dentro de seus muros?
— Diga a que veio!
Guy estudou o homem inclinado por sobre o muro. Everard. Na última vez em que o vira ele era pouco mais do que um rapaz magricela, com apenas uma sugestão de masculinidade. A maturidade o encorpara, como Guy imaginara que aconteceria.
— Você está perguntando ao Lorde de Hartford o que está fazendo em seu próprio portão?
As sobrancelhas de Everard levantaram-se em descrença. Ele se virou e gritou:
— Sir, este homem alega ser o Lorde de Hartford.
O guarda olhou novamente para Guy e disse mais uma vez:
— Diga a que veio!
O fato de não ter sido reconhecido mostrou a Guy o quanto sua aparência se modificara nos últimos anos.
— Everard, eu quero ver a minha esposa.
— Sua esposa? — O homem piscou, claramente confuso. — Sir, não há nenhuma mulher na casa à exceção da Lady de Hartford.
Recostando-se em sua sela, Guy concordou:
— Sim, Elizabeth.
3 - CORAÇÕES DOMADOS
Marcada como a prostituta da rainha,
Sarah de Remy devia se casar com William de Bronwyn.
Um guerreiro poderoso e notoriamente perigoso, ele faz seu corpo tremer de medo e desejo com sentimentos que nunca experimentou.
William sempre viveu na brutalidade.
Ele não tem tempo para emoções.
Mas é um choque, quando seu desejo e paixão são despertados pela bela Sarah.
Muito pior foi descobrir que a dama em questão era inocente.
Seu casamento é conveniente para William, embora ele logo descubra que não é nada fácil ter Sarah como esposa.
Voluntariosa e desafiante, ele está disposto a domesticá-la começando as lições em sua cama!
Com coragem, Sarah olhou para ele.
Ele sorriu, com uma expressão que não tinha nenhum traço de humor. Ao invés, Sarah viu uma promessa que gelou seu sangue e a aturdiu.
_ Deixe-me ir, William.
_ Não. Eu não sou um de seus admiradores, que seguem todos os seus caprichos. Você se casou com um guerreiro, Sarah. Talvez seja a hora de perceber o que isso quer dizer...
Capítulo Um
Tribunal da rainha Eleanor em Poitiers—maio de 1171 _ Você devia ser grata por sua liberdade. A dura advertência contida nas palavras da rainha Eleanor era inconfundível.
Sarah de Remy sentiu o olhar da Rainha em suas costas, quando caminhou em direção a porta da câmara, sentindo calafrios na espinha, diante da dura ameaça contida.
Uma voz em sua cabeça lhe dizia para deixar aquela câmara, abandonar tudo.
Sarah se voltou e enfrentou a Rainha, que a observava com aquele olhar fixo e implacável.
_ O casamento com esse bruto não vale a minha liberdade?
_ Eu a conheço bem, Sarah. Um casamento temporário com Bronwyn será pior que apodrecer em uma prisão.
Sarah tremeu a simples menção de seu nome.
William de Bronwyn era enorme e assustador, seus ombros muito largos, seus modos muito bruscos.
Ela fechou os olhos, vindo a sua mente a lembrança de terem sido flagrados nus, em sua cama.
A tarefa atribuída para ela parecia tão simples.
E, como em um pesadelo, tudo saiu errado, lembrou-se com amargura.
Bronwyn e seu amigo, o Conde Hugh de Wynnedom estavam de alguma forma, envolvidos com o Rei Henry. Desde a morte do então Arcebispo Becket, no ano passado, a Rainha se tornou suspeita de qualquer coisa que acontecesse. Mesmo de coisas de que nem tinha conhecimento.
Ainda mais que seus segredos eram muito suspeitos.
O rei Henry tinha sido visto com Bronwyn e Wynnedom próximo ao castelo. Os três homens haviam se encontrado com um estrangeiro desconhecido e a Rainha queria saber o motivo.
Infelizmente, as perguntas que fez ao Conde não produziram respostas apropriadas. De fato, a arrogância do homem era tão grande quanto sua resistência a fornecer as informações que Sarah procurava.
Determinada a fazê-lo provar um bocado de sua própria arrogância, a Rainha armou um plano que o colocaria sob seu absoluto controle.
O Conde seria flagrado, na cama, com uma de suas damas favoritas—Sarah. Eleanor sabia que a honra do Conde o faria desposar Sarah, fazendo dele um de seus aliados. A Rainha estava certa de que assim ele comparilharia seus segredos com ela. O Conde de Wynnedom seria um excelente informante, uma vez que se curvasse à vontade de Eleanor.
Algo que Sarah sabia fazer muito bem.
Série Gladiadores
1 - Noite de Núpcias
2 - Renascer do Desejo
3 - Corações Domados
Série Concluída